Kyuss: 30 anos de "Sky Valley"
Resenha - Sky Valley - Kyuss
Por Fernando Claure
Postado em 28 de julho de 2024
Um dos maiores álbuns de stoner rock da história, "Sky Valley" traz fusões de gêneros que soam modernas até hoje.
Há 30 anos atrás, o Kyuss lançou um dos maiores discos de stoner/desert rock da história. Mais conhecido como "Welcome To Sky Valley" (apesar de oficialmente ser autointitulado), o terceiro álbum do grupo foi um sucesso com os críticos e principalmente com os fãs. Clássicos como "Demon Cleaner", "Gardenia" e "Space Cadet" vieram da mente brilhante da força criativa da banda, que para este álbum foi composta por Josh Homme, Brant Bjork, John Garcia e Scott Reeder.
O álbum foi o primeiro sem o baixista Nick Oliveri, que foi substituído por Reeder, ex-The Obsessed e famoso na cena do desert rock da Califórnia. Mais experiente e quase 10 anos mais velho que o resto da banda, Scott trouxe mais estabilidade e criatividade para a banda, mas não conseguiu fazer milagres. Logo após o fim das gravações de "Sky Valley", Brant Bjork saiu e Alfredo Hernández assumiu a bateria. Vale mencionar que Oliveri e Hernández viriam a participar do projeto pós-Kyuss de Homme, Queens of The Stone Age.
Apesar de jovens na época, o Kyuss vinha se mostrando como uma banda sólida, que fluia mais e mais naturalmente com cada música composta. Isso atraiu os olhos de gravadoras, como foi o caso da Chameleon. Meses antes do álbum ser lançado, o selo que era administrado por pessoas com quem a banda se identificava foi fechado e retomado pela Elektra, que naquela época já tinha 44 anos e era vista como um dos grandes selos da indústria musical.
Esse período tumultuado e mais curiosidades sobre a gravação de "Sky Valley" foram recontados por Homme, Bjork, Reeder e Garcia para o livro "Precious Metal: Decibel Presents The Stories Behind 25 Extreme Metal Masterpieces", do editor chefe da Decibel Magazine, Albert Mudrian, em 2009. Estas são algumas das constatações dos artistas para o livro.
Curiosidades sobre as músicas
Brant Bjork: "‘Gardenia’ tem o nome da minha flor favorita. Muitas vezes eu dou títulos para músicas que não tem nada a ver com a letra. Nós estávamos dirigindo para casa com o Chris Goss e nós tínhamos acabado de compor a trilha básica e precisávamos de letras para um scratch vocal. Eu vi uns motoqueiros velhos do lado do nosso carro em um semáforo. Eles eram, tipo, motoqueiros de verdade, cem por cento. Eu não sabia de onde eles eram, mas isso era antes da lei dos capacetes. Ver eles me inspirou a escrever uma coisa tipo ‘chapado para sempre na estrada’, uma vibe totalmente estilo Motörhead: Viver por nada, mas ‘correr rápido de tudo’. ‘Whitewater’ veio do sentimento de saudade do deserto toda vez que entrávamos em turnê, então essa música é só sobre minha casa."
John Garcia: "Ninguém sabe que ‘Demon Cleaner’ é sobre escovar os dentes. Eu não escrevi essa música; Josh escreveu e, para mim, significou algo totalmente diferente. Mas quando chega em ‘You get the back ones…’, ele está falando sobre escovar os dentes."
Josh Homme: "Eu tenho uma obsessão por dentes. Eu já fiz de tudo nos meus dentes. Eu tinha sonhos sobre dentes toda hora, tenho pesadelos sobre dentes desde criança. Tipo, pesadelos mórbidos. Então ‘Demon Cleaner’ era sobre essa metáfora de você ter que se manter limpo e apresentável."
Josh Homme sobre "Conan Troutman": "Eu assisti Conan o Bárbaro e o primeiro filme do Rambo, sabe, [Programado para Matar]? Tinha aquele personagem, o Coronel Troutman, interpretado pelo Richard Crenna. Ele exagerava na atuação, até mais que o William Shatner. Mas esses dois filmes eram durões em jeito diferente e a música precisava de um título. Não tinha nada a ver com a letra, a letra era sobre pegar coisas para ir para algum lugar, o que é o tópico de muitas músicas por muitas bandas. Era como achar a poção perfeita para ir embora."
Josh Homme sobre "Supa Scoopa and Mighty Scoop": "Essa música era sobre o Brant, na verdade. Mas além disso, era sobre qualquer um que acha que alguém não pode viver sem ele."
Josh Homme sobre "Odyssey": "Eu escrevi essa durante a minha primeira brisa de ecstasy. Eu estava andando pelos becos de Irvine, que eram muito glamourosos, por horas, sem saber onde eu estava, mas muito animado, até que eu acabei sendo perseguido pela polícia. Tinha três de nós e tentamos entrar em uma festa de garagem, mas tinha um monte de gente que se conhecia e eles estavam tipo ‘Quem são vocês?’. Nós estávamos tão fud**** que nós estávamos jogando coisas em um beco e eu acho que alguém chamou a polícia. Então era sobre essa jornada, essa odisseia, que finalmente acabou depois de andar uns 16 quilômetros para a minha casa. Mas aí Brant e Scott mudaram [a música] para sempre depois, deixando-a melhor. E quando isso acontece, você não fica no caminho."
Qual a sua música favorita do disco?
Brant Bjork: "Eu tenho duas favoritas: ‘Gardenia’ e ‘Whitewater’. Porque essas são as que eu escrevi."
Josh Homme: "Asteroid."
Scott Reeder: "Whitewater."
John Garcia: "Supa Scoopa and Mighty Scoop."
Título oficial do álbum
Scott Reeder: "Sky Valley é oficialmente autointitulado. É o que diz no lado do álbum. As palavras ‘Welcome to Sky Valley’ só aparecem na placa da capa."
Você confere a resenha do álbum, por Marcelo Martins, aqui no whiplash.
Kyuss/Welcome To Sky Valley
1. Gardenia
2. Asteroid
3. Supa Scoop and Mighty Scoop
4. 100°
5. Space Cadet
6. Demon Cleaner
7. Odyssey
8. Conan Troutman
9. N.O.
10. Whitewater
11. Lick Doo
John Garcia – vocais e produção
Josh Homme – guitarra, back vocals e produção
Scott Reeder – baixo, baixo acústico , back vocals e produção
Brant Bjork – bateria e produção
FONTE: Precious Metal
Decibel Presents The Stories Behind 25 Extreme Metal Masterpieces
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