Roger Waters joga contra seu legado em releitura desastrosa de "Dark Side of the Moon"
Resenha - Dark Side Of The Moon Redux - Roger Waters
Por Gustavo Maiato
Postado em 23 de outubro de 2023
Se em time que está ganhando não se mexe, imagina em time que já ganhou? Desde que anunciou que iria regravar o icônico "Dark Side of the Moon", maior clássico do Pink Floyd (e possivelmente de sua carreira), Roger Waters sabia que mexer nesse vespeiro poderia ser desastroso.
Esse tipo de releitura raramente funciona e no caso da nova proposta estética de Waters, pouca coisa funcionou. Seu próprio legado como compositor acabou abalado devido às suas decisões erradas. A principal delas? Murchar totalmente o arranjo das músicas, sugando a alma das camas de teclado e instrumentação rica para deixar apenas sua voz seca e dando mais destaque – convenientemente – ao baixo elétrico.
Outra decisão que se mostrou sem pé nem cabeça foi adicionar desnecessárias narrações introdutórias em músicas como "Time" e "The Great Gig in the Sky", que perderam em psicodelismo e ficaram parecendo uma narração de jogo de futebol ruim. É claro que, pelo menos, as melodias clássicas estão lá e puxam pela nostalgia, conferindo um certo ar de classe e elegância ao registro, mas a vontade de enxugar os exageros do arranjo original acabaram levando tudo para o lado diametralmente oposto. Faltou cantar com mais emoção e conexão.
Da próxima vez que algum rockstar resolver apontar a arma para o próprio pé, é preciso que algum empresário, familiar, amigo ou sei lá o que mais intervenha e impeça que isso aconteça. "Dark Side of the Moon Redux", conforme nomenclatura oficial do novo trabalho, não tratou com respeito o original.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps