Slipknot: Resenha do "The End, So Far"; Tirem os Maggots da sala
Resenha - End, So Far - Slipknot
Por Alvaro Tamarindo
Postado em 07 de outubro de 2022
No último dia 30 de setembro o Slipknot lançou o seu sétimo disco de estúdio. The End, So Far já levantou polêmicas desde a divulgação do seu nome, com os boatos de que esse seria o último disco da banda. Corey Taylor, líder do grupo, tratou de acabar logo com os rumores, esclarecendo que esse era apenas o fim do contrato com a gravadora Roadrunner Records.
Mas a verdade é que The End, So Far carrega sim ares de mudança, desde sua introdução atípica até o seu final estranhamente calmo.
E essa quebra de expectativa vem dividindo opiniões entre os maggots (como são conhecidos os fãs da banda). Os mais radicais, que esperam eternamente por um Iowa 2.0, se decepcionam.
Mesmo os críticos musicais não são unânimes em falar se o trabalho é bom ou ruim, o que é positivo de certa forma, revelando o quão disruptivo The End, So Far é. Um trabalho como este tira todos da zona de conforto, fazendo refletir.
Adderall
A primeira música de um trabalho do Slipknot costuma apontar para o caminho que a banda vai seguir.
Os gritos macabros de (515), por exemplo, indicavam que Iowa seria brutal e obscuro. Já o Prelude do The Subliminal Verses, que mostrava uma banda mais melódica e leve, assustou os fãs dos primeiros álbuns.
Aliás, os fãs que acusam a banda de se vender no volume 3 devem ter se rasgado ao ouvir os vocais limpos e o coral de Adderall, uma música diferente de tudo o que já ouvimos partindo do Slipknot.
Essa abertura orquestral é um aviso: abra a sua mente ou caia fora desse álbum.
The Dying Song (Time to Sing)
Começa então a sequência dos 3 singles que já haviam sido lançados pela banda. Em The Dying Song, Corey mostra ao que veio com os gritos iniciais, misturando com um canto suave no refrão.
Esse refrão melódico que será muito cantado pelos fãs em apresentações ao vivo (não à toa é tempo de cantar).
A música mostra bem o que será a pegada do álbum, uma mistura bem equilibrada entre peso e melodia.
The Chapeltown Rag
Então começa uma música que os fãs já conheciam há quase um ano. The Chapeltown Rag foi o primeiro single lançado, ainda em 2021.
A música parece um complicado de sucessos do Slipknot. Como se alguém tivesse pego várias faixas da banda e batido no liquidificador, o resultado não toma forma e fica se espalhando para todos os lados.
Yen
Superada The Chapeltown Rag somos presenteados com Yen, o primeiro ponto alto de The End, So Far. Melancólica, a música cresce no refrão, misturando tristeza e raiva, como em Vermillion e Killpop.
Destaque para o ‘’solo’’ do DJ Sid Wilson, seguido de um feroz ataque das guitarras de Mick Thomson e Jim Root.
Hive Mind
A dupla de guitarristas começa uma sequência feroz de riffs criativos, e aí está Corey rasgando as cordas vocais do jeito que todo maggot adora.
A música é levada pelos blast beats do baterista Jay Weinberg, mas poderia tranquilamente ser o saudoso Joey Jordison na batera, pela velocidade e técnica da batida, abrilhantando ainda mais essa faixa.
Warranty
Quando Warranty começa, Corey anuncia: ‘’Isn't this what you came here for?’’ (Não foi por isso que você veio aqui?). O chamado parece falar com os fãs mais antigos, que são agraciados com uma porradaria típica da banda.
A primeira parte desta música poderia facilmente estar no Iowa, álbum mais brutal do Slipknot, até a ponte com o coro em backing vocal e a voz limpa de Corey nos lembrar que estamos ouvindo o The End, So Far
Quem não fica preso ao passado vai aproveitar cada segundo dessa música.
Medicine For The Dead
A atmosfera muda com o começo de Medicine For The Dead. A introdução sombria e a letra criam um clima sombrio.
A faixa ganha agressividade com os gritos de Corey, mas quando parece que vai explodir o refrão limpo e ‘’pop’’ é um anticlímax.
Aqui parece que a banda perdeu um pouco a mão no sonhado equilíbrio entre pelo e melodia, mas a faixa não é de todo ruim e serve para manter os ouvintes atentos.
Acidic
Acidic recupera o peso do álbum sem acelerar as coisas. A letra mais filosófica é quase recitada por Corey, acompanhado do baixo pesado de Alessandro Venturella.
Heirloom
Já ouvi isso antes? Heirloom dá a impressão de ter saído de um álbum do Stone Sour, a banda paralela do vocalista Corey Taylor.
Não é uma música ruim, mas parece vazia perto das outras, e é uma faixa que poderia ter sido cortada de The End, So Far sem fazer falta.
H377
H377 ou ‘’HELL’’ será o ponto alto do álbum para muitos. E não é à toa, toda a discografia do Slipknot te preparou para chegar nesse momento!
Corey Taylor cospe palavras na sua cara em uma velocidade inacreditável, no melhor estilo Spit it Out, e acompanhado de um riff brutal.
A banda constrói uma parede sonora violenta que o vocalista escala com sua sequência de frases ligadas, começando a última com a palavra que terminou a anterior.
O ‘’Fuck You’’ berrado cai como um elogio cordial no ouvido dos maggots mais tradicionais, que vão se deliciar com essa faixa.
De Sade
Ainda não acabou. Depois de te dar um soco na cara com H377, o Slipknot acalma as coisas (por um momento) com De Sade.
A letra, que fala ‘’o tolo é apenas aquele que engana de novo’’ parece um recado para quem espera que a banda repita as fórmulas dos sucessos anteriores.
O destaque fica para os solos de guitarra muito bem encaixados na parte final da música, que termina com Corey bradando o nome da faixa.
Finale
É o fim? Se for, não poderia encerrar de forma melhor. A linda introdução em cordas e o vocal limpo de Corey mostram mais uma pérola única do The End, So Far.
A letra revela um sentimento: a vontade de ficar apesar de tudo. É como o sentimento de quem chega ao fim do álbum e não quer que ele termine, e talvez a comoção de quem não quer que a banda acabe.
O disco termina de forma tranquila, como a calmaria depois de uma tempestade perfeita.
O Slipknot se mostra bem aberto ao novo em The End, So Far. Inovando no som apresentado, a banda prova não estar nem um pouco acomodada em seu sétimo lançamento de estúdio, mesmo com o enorme sucesso já alcançado.

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