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A Chave Do Sol: registro da fase power trio em 1983 é lançado em CD

Resenha - Ao Vivo em Limeira - Chave do Sol

Por Willba Dissidente
Postado em 03 de março de 2021

A série de lançamentos bootlegs, ou piratas no bom português, chega ao seu quarto volume. Organizada pelo baixista Luiz Domingues (também ex PATRULHA DO ESPAÇO, PEDRA, PITBULLS ON THE CRACK etc), a série de discos - em formato mini-lp - resgata demos e shows importantes para a carreira do grupo A CHAVE DO SOL. Com produção sonora e visual de Kim Kehl (lembra a música "Mar Metálico" da PATRULHA DO ESPAÇO?), esses bootlegs foram retirados de antigas fitas e restaurados ao máximo, tirando ruídos, com excelente resultado final. O show resgatado neste quarto volume é a histórica apresentação d' A CHAVE DO SOL para milhares de pessoas, seu primeiro concerto fora de sua cidade natal, também o último antes da fama, finalmente, chegar e apresenta canções inéditas.

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Em meados de 1983, A CHAVE DO SOL se recuperava da perda da vocalista Verônica e procurava lugares maiores para tocar, inclusive chegando a se auto-produzir (em show registrado no volume anterior da série de bootlegs). Foi então convidada para abrir um show da PATRULHA DO ESPAÇO num ginásio da cidade de Limeira, interior de São Paulo, a 180 km da capital. Com público pagante de 2.500 pessoas (estima-se que tivessem mais pessoas, de penetras e convidados, na platéia), essa foi a primeira vez que A CHAVE DO SOL se apresentou fora da capital de São Paulo e esse concerto lhes deu a força e confiança para três dias depois se apresentarem no programa A Fábrica do Som e se tornarem conhecidos do grande público.

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Após essa pequena contextualização que o conjunto de Hard Rock / Jazz Rock vivia, vale ressaltar a importância do projeto do baixista Luiz Domingues em lançar esse material, que, não obstante pirata e sem a qualidade de gravação de um disco oficial, representa muito para todos que curtem A CHAVE DO SOL. São "discos piratas oficiais", que acompanhariam o show de retorno d' A CHAVE DO SOL, contando com Rubens Gióia e Luiz Domingues na formação em 2020, que não aconteceu por conta da pandemia do novo Coronavírus. Como já foi frisado, mas não custa ser redundante, são registros oriundos de velhas fitas cassete e de rolo que foram esmiuçadas para serem restaurados ao máximo de qualidade pelo guitarrista Kim Kehl (da banda KIM KEHL E OS CURANDEIROS), que também cuidou da parte gráfica. Ainda assim, não espere a qualidade de áudio de um disco oficial ao vivo. O material foi muito restaurado, mas sua qualidade ainda não é 100%. Não obstante, o som ficou excelente, dadas as condições originais do registro e o fato de não haver overdubs (correção posterior de estúdio dos instrumentos).

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Feitas as ressalvas e contextualizações, vamos ao que o cd apresenta. Esse show tem menos números instrumentais e covers que o concerto lançado no volume anterior, afinal, A CHAVE DO SOL era a banda de abertura da PATRULHA DO ESPAÇO. Não obstante o headliner ter cedido mais tempo de palco ao conjunto mais novo, A CHAVE DO SOL apresentou quase todo seu repertório autoral e também faltaram alguns covers que ainda faziam naqueles tempos. Logo ao se colocar o cd para tocar salta aos ouvidos a qualidade que A CHAVE DO SOL tinha atingido nas suas apresentações na época. O grupo estava tão ensaiado que não se notam erros de tempo ou execução dos temas. Quando muito um backing vocal dura um segundo a mais e só. Para uma banda que então tinha menos de um ano de existência e só uma demo-tape oficial, isso é um mérito e tanto.

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O show abre com "Luz" numa versão bem próxima àquela que ficou eternizada no primeiro registro fonográfico d' A CHAVE DO SOL. Os temas que seguem são um verdadeiro presente aos fãs, pois acabaram não sendo gravadas oficialmente e aqui apresentam sua melhor performance. "Utopia" tem levada à la "Summertime Blues" (na versão do THE WHO), com o baterista Zé Luís nos vocais. "Intenções" tem começo rápido e tempos quebrados que cai numa levada mais "groove" com letra de preocupação ambiental, cantada e escrita pelo baixista Luiz Domingues. Um ponto negativo é que a voz ficou, ainda assim, um pouco baixa, o que é compensado pelo solo de guitarra esmigalhador de Rubens Gióia. Rubens, além da guitarra e da voz, assume a função de mestre de cerimônias apresentando a banda toda - menos ele próprio - durante "18 Horas". Solos de bateria e de baixo, com muitas "urras" da plateia mostram que A CHAVE DO SOL aqueceu o clima naquela noite de inverno. Até pela proposta de ser a apresentação dos musicistas, o tema está bem diferente da versão oficial no single. "Atila" encerra as canções autorais, pouquinho menos da metade do set, e é uma pena que não tenha sido gravada inteira. Felizmente, no volume III da série de piratas, é possível ouvir o tema todo.

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Saiba mais sobre o show onde esse bootleg foi gravado no relato do próprio baixista Luiz Domingues. Como o texto é grande e abrange um longo período de tempo, convém pesquisar por Limeira se você quiser ler somente sobre esse show.

Sete das doze músicas apresentadas no cd são covers. Tocando números das décadas de 50, 60 e 70, A CHAVE DO SOL destoa totalmente do padrão típico dos anos 1980; que era tocar bandas já daquela emergente década. Exatamente todas as músicas tocadas estão diferentes das originais, que não foram compostas para serem executadas por um power trio. Logo na primeira, "Blue Suede Shoes", muda o idioma do show do português para o inglês, mas Rubens dominou a língua de Shakespeare muito bem, sem imbromations ou macarronês. O timbre e efeito de guitarra de Rubens é marcante. Os covers não foram tirados notas a nota ficando com uma característica A CHAVE DO SOL" que vale a audição. Por exemplo, "Jumpin' Jack Flash", com vocal principal de Luiz Domingues, está mais virtuosa nas convenções. "My My Hey Hey" está com andamento mais rápido e, obviamente, sem gaita. É engraçado que Rubens apresenta esse cover de NEIL YOUNG como "voltar aos velhos tempos", mas ele era na ocasião a música mais recente (lançada em 1979)! Quase todos esses covers estão no "Volume III", porém aqui o público estava participando mais do show. Um exemplo disso é "Cocaine", na voz principal do baterista Zé Luis, com os presentes empolgados no refrão. A mais próxima do original é "Foxy Lady", que A CHAVE DO SOL procurou reproduzir até os sussurros e chiados da introdução. Interessante que no volume anterior o cover de JIMI HENDRIX seja "Puple Haze" com um extenso solo final de guitarra.

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"Blue Wind", do JEFF BECK, intercalada com "Train Keept a Rollin'" do THE YARDBIRS está mais próxima da versão ao vivo do disco creditado a JEFF BECK WITH THE JAN HAMMER GROUP (de 1977), mas, obviamente, sem teclados. Curiosamente, essa mesma música voltou para o repertório d' A CHAVE DO SOL na versão instrumental da banda que tocou no ano de 2000, com Rubens, Zé Luís e o baixista Beto Birger. Neste show de 1983, entretanto, temos um solo de baixo bem interessante de Luiz Domingues, porém o solo mais legal aconteceu no cover de QUEEN. Em "Tie Your Mother Down", durante o solo de baixo o público começa a gritar bastante e organiza um audível coro gritando "pauleira, pauleira, pauleira". Esse com certeza deve ter sido um show muito divertido.

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Finalizando, esse quarto volume, da série de seis bootlegs, apresenta um registro que vale ouro para todos que curtem A CHAVE DO SOL, não obstante o repertório quase inteiro desse volume estar todo no anterior. Todavia, nesse a plateia interage mais e as versões de "Utopia" e "Intenções" ficaram com som mais legal. Ainda assim, no volume III está o instrumental "Átila" completo, além de "Crisis (Maya)", que não foi executada no show do Volume IV. Resumindo, quem for fã d' A CHAVE DO SOL vai apreciar os dois cd's. Ressaltamos, outra vez, a iniciativa do baixista Luiz Domingues de presentear os fãs com esse registro e ainda que o áudio esteja muito bom, dadas as condições do registro, não é aquele de um disco ao vivo oficial. "Ao Vivo em Limeira/SP 1983" vem no formato mini-lp, sem plástico interno ou externo, e mídia de cdr impresso.

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Quem quiser adquirir o esse volume, e os outros três anteriores, deve contatar o baixista Luiz Domingues no e-mail ou pelas redes sociais:

[email protected]
https://pt-br.facebook.com/luiz.domingues.10
https://www.instagram.com/luizantoniodomingues2/

A CHAVE DO SOL:

Rubens Gióia: Voz principal, backing vocals e guitarra.
José Luiz Dinola: Bateria, backing vocals e voz principal nas faixas 2 e 9.
Luiz Domingues: Baixo, backing vocals e voz principal nas faixas 3 e 11.

DISCOGRAFIA:

Luz / 18 Horas (Compacto, 7", 1984).
A Chave do Sol (EP, 12", 1985).
The Key (Full Lenght, LP, 1987).
A Chave do Sol (Compilação, Cd, 2001).
Ao Vivo 1982 / 1983 (Bootleg, Cd, 2020).
Demo Tape 1983 (Bootleg, Cd, 2020).
Teatro Piratininga /SP 1983 (Bootleg, Cd, 2020) .
Ao Vivo em Limeira/SP 1983 (Bootleg, Cd, 2021).

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Ao Vivo em Limeira/SP 1983 - Crossover Records - Nacional - Bootleg - 43" - 2020.

01. Luz (04:20).
02 . Utopia (03:17).
03 . Intenções (04:32).
04 . 18 Horas (07:55).
05 . Átila (00:37).
06 . Blue Suede Shoes (02:49) cover de ELVIS PRESLEY (original de CARL PERKINS).
07 . Tie Your Mother Down (05:53) cover do QUEEN.
08 . Foxy Lady (03:27) cover do JIMI HENDRIX EXPERIENCE.
09 . Cocaine (02:32) cover do ERIC CLAPTON.
10 . My My Hey Hey (04:34) cover do NEIL YOUNG.
11 . Jumpin' Jack Flash (03:55) cover do THE ROLLING STONES.
12 . Blue Wind / Train Kept a Rollin' (04:14) cover de JEFF BECK WITH THE JAN HAMMER GROUP.

FONTE: A Chave do Sol.
https://achavedosol.blogspot.com/2021/02/volume4.html

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Sobre Willba Dissidente

Willba Dissidente é fã das bandas de hard rock dos anos 70 e 80 e de metal oitentista dos mais variados países. Quem quiser saber mais deve acessar seu canal no youtube. Obrigado! Stay Hard (True As Steel)!
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