Sarcófago: O álbum Hate é sujo e cru como o zeitgeist brasileiro
Resenha - Hate - Sarcófago
Por Fernando Bardamu
Postado em 24 de agosto de 2020
Aqui não é a Noruega, mermão: no Brasil, ódio, violência, podridão e desespero estão entranhados em nossa cultura. Cá, não há garotos suecos que param de comer "para sentir a agonia da fome": tem moleque comendo direto das lixeiras públicas. No Brasil, os playboys não queimam igrejas: queimam índios e mendigos. Aqui, gente mentalmente adoecida não pinta a cara e grava álbuns merdosos: essas pessoas vão fumar crack num beco de metrópole.
O álbum Hate é sujo e cru como o zeitgeist brasileiro. O ódio não é brincadeirinha para extravasar frustrações do tédio que é viver em um país que é a concretização de diversas utopias: aqui, o estraçalhamento de vidas e o desespero são orgânicos e pulsantes. É um dos álbuns que melhor representam este país. A bateria eletrônica? Pouco importa: este álbum é uma escarrada.
Destaques para "Hate" e "Orgy of Flies".
Tracklist
1. "Intro: Song for My Death"
2. "Pact of Cum"
3. "The God's Faces"
4. "Satanic Terrorism"
5. "Orgy of Flies"
6. "Hate"
7. "The Phantom"
8. "Rhabdovirus (The Pitbull's Curse)"
9. "Anal Vomit"
10. "The Beggar's Uprising"
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