As I Lay Dying: O primeiro após os problemas com a justiça do vocalista Tim Lambesis
Resenha - Shaped By Fire - As I Lay Dying
Por Marcio Machado
Postado em 23 de setembro de 2019
Nota: 8
O ano de 2019 foi justo para o que podemos chamar de "metal novo". Tivemos dois ótimos lançamentos do Korn e Slipknot, agora quem retorna depois de uma longa pausa dos estúdios é o As I Lay Dying, que traz seu mais novíssimo trabalho, o disco "Shaped By Fire". Este é o primeiro trabalho inédito da banda num espaço de 7 anos desde o último lançamento e também o primeiro após os problemas com a justiça do vocalista Tim Lambesis e o retorno da banda.
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O disco traz o som característico da banda e não irá apresentar nada novo para quem é familiarizado com o grupo ou até mesmo com o gênero Metalcore, mas ainda assim, temos um momento muito bom, regado à muito peso, dinâmica e agressividade nas composições.
A abertura fica por conta de "Burn to Emerge", um rápido interlúdio que traz a calmaria antes da tempestade. E "Blinded" é quem realmente dá início ao trabalho e começa bastante agitada, mostrando que a banda não perdeu a mão. Bumbos frenéticos, guitarras dobradas em uníssono e o vocal forte e presente de Tim trazem a melhor forma da banda. O refrão é aquele tipo de composição em que a música cai em algo mais melódico e um vocal limpo do baixista Josh Gilbert.
"Shaped by Fire", a faixa título traz a mesma fúria e um grande trabalho do baterista Jordan Mancino que trabalha passagens bastante quebradas. A dobra vocal continua rendendo a melodia intercalada entre agressividade e o limpo. Há um solo sucinto aqui que cumpre sua tarefa dando alguma mudança no andamento da faixa.
"Undertown" é a seguinte e já vem sem tempo a perder. A passagem dos vocais limpos aqui é muito bem executada e torna a melodia bastante prazerosa de se ouvir. Os versos são muito bem compostos com guitarras e bateria muito bem alinhadas e com bastante groove. O breakdown em sua metade é muito bom e é o que esperamos do estilo. Das melhores do disco.
Um pouco mais cadenciada, "Torn Between" traz boas melodias também, mostrando uma dinâmica mais "calma" dentro do disco, mas ainda mantendo todo o peso da banda ali. O refrão dessa vez é bastante meloso e nos joga à sonoridade de outras bandas mais recentes e particularmente não me agradou tanto, mas ainda há passagens do vocal de Tim que são muito boas com guturais extremos.
"Gatekeeper" começa insana com a bateria parecendo uma metralhadora e fuzilando os ouvidos. O ritmo não para e há muito peso e cadencia na faixa. As passagens com blast-beats são muito boas e dessa vez, o vocal fica somente por conta de Tim, o que faz a faixa ser uma das mais agressivas. Há ainda um solo tão insano quanto e lembra vagamente algo do Slayer e a banda mostra de verdade do que é capaz. Grande momento do disco e um dos destaques com certeza.
Começando bastante calma e serena, "The Wreckage" surge em crescendo e vai ganhando corpo em seus minutos. A faixa tem um ritmo bastante cadenciado e ganha em seus mínimos detalhes bons momentos, apesar de não surpreender tanto quanto outras, é ainda um resultado muito bem executado, principalmente sua ponte que é bastante intricada.
"My Own Grave" é agitada e traz a banda soando mais como em seus primórdios e é um momento raro dentro do álbum, onde podemos realmente ouvir o baixo aparecendo como deveria e que faz falta no decorrer dos minutos. O segundo verso é bastante agitado e com a bateria muito agressiva. O refrão muito bem executado é outro destaque da canção.
A seguinte já traz bastante do estilo Metalcore em seus momentos. "Take What’s Left" é arranjada nesse seguimento e lembra algo do Bullet For My Valentine, diferenciando no vocal agressivo de Tim, mas que logo muda no refrão bem pegajoso. Temos guitarras dobradas, bateria cadenciada e riffs chicletes que são lá meio enjoativos. Boas passagens aqui e ali surgem, mas nada que vá surpreender.
"Redefined" já coloca de volta as coisas no eixo e vem como uma pedrada, com as dobras vocais divididas por Lambesis e o vocalista do August Burn Red, Jake Luhrs. A faixa é um dos destaques aqui e virou música de trabalho e seu breakdown é de novo muito bem executado e da mais peso à canção. O solo é rápido mas muito bem encaixado. A letra desta faixa é muito bem composta e merece ser destacada aqui, deem uma conferida durante a audição.
"Only After We’ve Fallen" continua bem agitada e não para nem um minuto, traz bateria rápida e guitarras que a acompanham de igual e bem alinhadas, principalmente no refrão. Sua ponte é muito boa e tem momentos bons dos músicos com passagens chamativas. E para finalizar,
"The Toll It Takes", que segue praticamente o mesmo ritmo da anterior, não oferece muita coisa além de uma boa composição com uns bons momentos, mas nada muito além. Um encerramento de acordo.
Com uma curta duração, o disco pode agradar os mais diversos tipos de gosto, há boa música ali, bons músicos e uma banda bastante alinhada. Como dito, não irá mudar o mundo de ninguém, mas é uma boa experiência e a audição é muito bem vinda.
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