Hittman: um álbum cheio de finesses
Resenha - Hittman - Hittman
Por Ivison Poleto dos Santos
Postado em 30 de dezembro de 2017
Graças ao produtor Bart Gabriel e a No Remorse Records mais uma obra-prima desconhecida vem nos dar o ar da graça. A contemplada agora é o Hittman com o seu autointitulado álbum de estreia. É o tipo de iniciativa que merece todos os nossos mais acerbados comprimentos.
Muitas bandas ótimas não conseguiram os seus mais que merecidos quinze minutos de fama e isso é até normal. Muitas coisas acontecem da garagem de ensaio até os palcos, dos palcos até os estúdios de gravação até o lançamento da tão sonhada bolacha. Alguns chamam estas ações de caça-níqueis, mas na minha opinião, têm tudo um mérito.
Bom, mas voltando à banda homenageada. É difícil dizer porque uma banda como o Hittman não obteve o tão sonhado sucesso enquanto outras bandas menos talentosas conseguiram. Não estou falando somente dentro da música, mas dentro também do estilo.
Hittman é um álbum cheio de finesses, e talvez seja esse o seu maior mérito. Eu não sou um velho metalhead que fica por aí falando o quanto o Metal era ótimo nos anos dourados simplesmente porque eles nunca se foram. O Metal sempre foi grande. Mas dá uma baita saudade do som que o Hittman fazia. Até hoje ainda não ouvi uma banda dessas que remontam o som dos anos 1980 fazer um som como o do Hittman.
Deixe-me explicar o que é essa finesse. É um vocalista com uma voz fantástica, bem afinada, bem alinhada com as músicas; é uma bateria que começava a usar os pedais duplos, mas que não eram obrigação em todas as músicas; são dois guitarristas que vão além das dobras de guitarras, oitavando sempre que achavam legal; são os riffs de guitarras formados com bicordes que preenchem o som de maneira surreal.
A música do Hittman é um bom exemplo do chamado power metal americano dos anos 1980. O álbum começa com "Metal Sports", música que representa bem o som do Hittman. Razoavelmente rápida, cheia de viradas de bateria e alguns pedais duplos, riffs de guitarra montados com bicordes, um vocalista afinado. Lembra algumas bandas da época como Savage Grace ou Lizzy Borden. O tempo mais rápido continua na segunda música, "Dead On Arrival" para dar uma refrescada na quase balada "Will You Be There?" que começa com alguns dedilhados que vão em tempo crescente criando uma tensão que será resolvida no solo de guitarra. Bem anos 1980.
Mas por que o Hittman não deu certo já que este álbum é muito bom? Vou tentar responder. Por dois motivos. Um deles de tempo. A demo original de Hittman é de 1985. Em 1985, esse tipo de som soava fresco, novo. Já em 1988, quando foi lançado, existiam várias bandas fazendo esse tipo de som. Já não era novidade.
Uma segunda razão é que para os fãs de hard rock, o Hittman era muito pesado; já para os fãs de thrash metal, era muito leve, e o visual não contribuía. Tal dilema fez muitas bandas ótimas sucumbirem como o Savage Grace, Cirith Ungol, Lizzy Borden. Omen e outras. Infelizmente para o Hittman, o seu grande problema não foi musical, mas sim temporal.
Bom, mas há nada que o tempo não cure, não é? Então, palmas para iniciativas como essa do produtor Bart Gabriel e da No Remorse Records que estão resgatando preciosidades esquecidas nos porões das gravadoras e dando a elas uma segunda chance.
Lista de músicas:
1 - Metal Sport
2 - Dead On Arrival
3 - Will You Be There?
4 - Breakout
5 - Backstreet Rebels
6 - Caught In The Crossfire
7 - Secret Agent Man
8 - Behind The Lines
9 - The Test Of Time
10 - Hittman Theme (1985 demo)
11 - Metal Sports (1985 demo)
12 - Sleepless Nights (1985 demo)
13 - Live For Tomorrow (1985 demo)
14 - Winds Of Warning (1985 demo)
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