Misfits: Uma pérola de diversão e Horror
Resenha - Walk Among Us - Misfits
Por Tarcisio Lucas Hernandes Pereira
Postado em 16 de outubro de 2017
A banda Misfits pode ser considerada não apenas um conjunto musical mas também, e acima de tudo, um fenômeno cultural, um marco dentro da história do rock/metal, e não apenas pela música propriamente dita. A banda conseguiu criar uma identidade visual extremamente forte e toda própria ( criando até mesmo um estilo de corte de cabelo, o famigerado "Devilock"...quantas bandas podem se gabar de algo assim?), um mascote que provavelmente rende milhares de dólares por ano aos integrantes e detentores da marca, e uma legião de fãs fiéis (eu incluso) que possuem até mesmo um nome, os fiends. Ah, claro, e não podemos nos esquecer de que cabe a eles, em grande parte, a criação de todo um subgênero dentro do rock, o "Horror Punk".
A despeito de se gostar ou não da banda, uma coisa é certa: qualquer grupo que realize os feitos descritos acima merece, no mínimo, um pouco da nossa atenção.
Tal legado gerou não apenas coisas positivas, mas também infindáveis brigas judiciais entre membros e ex-membros, mas isso já é outra história, que não será abordada nessas linhas. O que nos interessa aqui é o primeiro lançamento oficial da banda, o agora clássico "Walk Among Us", lançado em 1982. Fato é que esse não foi a primeira gravação que o conjunto havia realizado, mas uma vez que foi o primeiro oficialmente disponibilizado, acabou por ser contabilizado como o seu debut.
E, meus amigos, que estréia nós temos aqui!
"Walk Among Us" é um verdadeiro deleite de rock, punk e Horror. O que temos aqui é um disco de músicas diretas – 13 músicas que no total não somam nem 25 minutos – simples, repletas de melodias fantásticas, letras que vão do divertido ao repulsivo, execuções repletas de energia. Até mesmo a produção um tanto quanto tosca e obscura contribui para criar uma aura única ao lançamento.
Glen Danzig, que se tornaria muito famoso em sua carreira solo em um futuro não tão distante, apresenta linhas vocais fortes, enérgicas. O restante da banda tampouco desaponta. O que percebe-se é que todos estavam fazendo exatamente o que queriam, e porque queriam. O que falta em técnica sobra em gana, vontade.
Este disco faz lembrar a todos que o rock é contraventor, radical, complexo, sim, mas que também pode ser feito para ser simples e divertido, apenas isso e nada mais, e que isso não tira em nada o mérito da coisa!
Todas as músicas aqui se tornaram clássicos do Horror Punk – "Astro Zombies", "Braineaters", "Skulls"...ouvir essas canções é como passear por uma coletânea de filmes de terror da década 80.
Verdade é que o Misfits, ao longo de suas formações, bem diferentes (musicalmente) desse momento inicial sempre soube preservar essa aura que lhe tornou uma banda icônica. Muitas bandas surgiram influenciadas pelo Misfits, como o nosso orgulho tupiniquim Zumbis do Espaço. E não apenas dentro da cena do horror, mas também nomes gigantes do metal como Metallica se dizem influenciados pelo grupo.
Em resumo, temos aqui uma pérola de simplicidade e diversão. Recomendo a todos, não apenas para fãs de horror punk.
Tracks:
1. "20 Eyes" – 1:45
2. "I Turned into a Martian" – 1:41
3. "All Hell Breaks Loose" – 1:47
4. "Vampira" – 1:26
5. "Nike-a-Go-Go" – 2:16
6. "Hatebreeders" – 3:08
7. "Mommy, Can I Go out and Kill Tonight?" (ao vivo) – 2:01
8. "Night of the Living Dead" – 1:57
9. "Skulls" – 2:00
10. "Violent World" – 1:46
11. "Devil's Whorehouse" – 1:45
12. "Astro Zombies" – 2:14
13. "Braineaters" – 0:56
Banda:
Glenn Danzig – vocal e guitarra
Jerry Only – baixo, vocal de apoio
Doyle – guitarra e vocal de apoio (em "Hatebreeders", "Vampira", "Devil's Whorehouse", "20 Eyes", "I Turned Into A Martian")
Arthur Googy – bateria
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