Korzus: Um petardo esquecido do metal nacional
Resenha - Mass Illusion - Korzus
Por Aleff Jefferson
Postado em 17 de setembro de 2015
Nota: 10
Hoje, quando se fala em KORZUS, a primeira coisa que vem na mente são os três últimos grandes lançamentos que são, com certeza, álbuns fantásticos. Mas, o que acaba ficando esquecido é que eles lançaram grandes discos antes dos anos 2000, e um desses discos é o "Mass Illusion", um verdadeiro clássico do início ao fim.
Em 1991, com a euforia acerca do lançamento do "Arise" do SEPULTURA, esse grande disco acabou ficando em segundo plano na época. Porém, não deixa a desejar em momento algum em ralação aos grandes nomes do metal nacional e mundial. Uma diferença notável entre o "Mass Illusion" e os trabalhos atuais do KORZUS é o estilo vocal de Pompeu que nesse disco usou uma entonação mais grave, rouca e próxima do gutural, diferente do vocal mais gritado de hoje em dia. Além disso, o trabalho instrumental da atinga formação que tinha Silvio Golfetti e Marcello Nicastro nas guitarras e Roberto Sileci na bateria, era mais cru e direto. Agora, vamos às músicas.
O álbum inicia com a introdução sombria de "Agony" que logo dá lugar a riffs velozes e o vocal agressivo de Pompeu, e logo em seguida vem o refrão que para este que vos escreve, é o melhor refrão do KORZUS. Destaque para a 'cozinha' destruidora de Dick Siebert e Roberto Sileci. Após a faixa de abertura temos "Victim Of Progress" que começa com uma palhetada rápida e precisa e mantém o ritmo rápido e pesado durante toda a música, destaque para o solo de guitarra e para a letra que fala sobre o preço do progresso pago pelos homens.
Em seguida vem "P.F.Y.L." quebrando tudo, perfeita para o mosh na hora do show. "Beyond The Limits Of Insanity" é uma pedrada rápida, curta e certeira e logo dá lugar à instrumental "Unpredictable Disease" que mostra o talento dos instrumentistas da banda. Na sequência vem a faixa-título, a cadenciada "Mass Illusion", que é uma verdadeira aula de riffs, solos, peso e linhas vocais bem encaixadas. Essa música é simplesmente perfeita, um verdadeiro clássico do metal nacional. Dando continuidade ao disco vem uma de minhas preferidas, "Kids Of The Streets", com uma letra que continua muito atual depois de tantos anos de seu lançamento e um refrão que gruda na cabeça por vários dias além de uma levada pesada e empolgante, essa é fácil uma das melhores músicas da carreira da banda.
"Blood For Blood" começa direta como um soco na cara e mantém a mesma pegada durante toda a música e termina com um solo de guitarra digno de menção. Agora ficamos com "Living In Pain" que começa com uma introdução pesada e cadenciada que depois evolui para uma música rápida e cheia de viradas de bateria e variações de andamento. É uma das músicas mais bem construídas do disco, com riffs cadenciados intercalados com momentos mais rápidos e solos de guitarra.
Chegando no fim do álbum, pedais duplos dão início a "Raise Your Head" que se mantém rápida até o fim e tem muitos backing vocals e um dos melhores refrões do álbum. Agora começam as faixas bônus com "Midnight Madness" que tem uma levada mais cadenciada e ótimos solos de guitarra que são o destaque da música. E para fechar o disco temos uma versão bem diferente de "Inútil" da banda ULTRAJE A RIGOR de Roger Moreira que foi o produtor desse disco. Por último ficou o cover de "Desperate Cry" do SEPULTURA encerrando esse petardo.
Em suma, não existem pontos altos para se destacar nesse disco pois o trabalho inteiro é um ponto altíssimo na carreira da banda. Mass Illusion é certamente um dos melhores trabalhos do thrash metal nacional, indispensável para qualquer fã do gênero. Mais um exemplo de que nossas banda não ficam devendo nada às bandas estrangeiras.
Tracklist:
01. Agony
02. Victim Of Progress
03. P.F.Y.L.
04. Beyond The Limits Of Insanity
05. Unpredictable Disease
06. Mass Illusion
07. Kids Of The Streets
08. Blood For Blood
09. Living In Pain
10. Midnight Madness(Bônus)
11. Inútil(Bônus)
12. Desperate Cry(Sepultura Cover)
Vocais - Marcello Pompeu
Guitarras - Silvio Golfetti e Marcello Nicastro
Baixo - Dick Siebert
Bateria - Roberto Sileci
Ano: 1991
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