Skyclad: O trabalho que estabeleceu o estilo único da banda
Resenha - Jonah's Ark - Skyclad
Por Giales Pontes
Postado em 20 de dezembro de 2014
Nota: 9
Em que pese o fato do Skyclad sempre ter explorado a música folk em seu trabalho, e de ter acentuado ainda mais essa característica já em seu segundo álbum, o ótimo ‘A Burnt Offering For The Bone Idol’ (1992), foi neste maravilhoso ‘Jonah’s Ark’ (1993) que eles afirmaram de vez a estética musical que viria a estabelecer o estilo único da banda britânica.
Com um novo guitarrista na formação(Dave Pugh) fazendo dupla com o veterano Steve Ramsey, e tendo Fritha Jenkins (Violino/ Mandolin/ Teclados) efetivada como membro da formação fixa, o Skyclad deixou clara sua opção pelo ecletismo musical, mesclando de forma única o heavy metal e várias de suas vertentes, com a música folk européia. E uma prova disso já aparece logo de cara na faixa de abertura ‘Thinking Allowed?’, que inicia com um belíssimo dedilhado do mandolin de Fritha, que logo depois recebe a adição do violino, também gravado por ela, claro. Após a entrada das guitarras pesadas, do baixo e da bateria, o que temos é um heavy tradicional primoroso, com os vocais agressivos de Martin e riffs que lembram algo de Fastway e Tygers Of Pan Tang.
‘Cry Of The Land’ é outro primor de puro "Skyclad Metal", com muitas mudanças de andamento, com o violino assumindo o papel principal em muitos momentos, e nuances alternando o peso com passagens mais calmas. Após os belos solos de guitarra, o violino de Fritha invade a festa, passando a solar junto. A "quebrada" e levemente melódica ‘Schadenfreude’ não foge muito ao estilo que permeia todo o álbum. Destaque para a bateria precisa de Keith Baxter e o baixo discreto e seguro de Graeme.
‘A Near Life Experience’ tem uma levada divertida, por vezes lembrando a trilha sonora de algum filme de comédia, para em seguida cair em uma passagem mais cadenciada onde Martin declama alguns versos. Depois temos de volta o ritmo acelerado, com bons solos de guitarra. A música segue mais ou menos esse roteiro ‘passagem acelerada com muita distorção/passagem cadenciada com versos falados’ até o seu desfecho final, onde acaba abruptamente. ‘The Wickedest Man In The World’ inicia com riffs muito bons, ritmo mais lento e um curto, discreto e interessante solo ao teclado. Mais uma vez temos ótimos solos de guitarra.
Eu ainda destaco ‘Earth Mother, The Sun And The Furious Host’, ‘The Ilk Of Human Blindness’, ‘Tunnel Visionaries’ e ‘It Wasn't Meant To End This Way’, mas isso apenas porque num primeiro momento essas foram as que chamaram mais a MINHA atenção. A verdade é que ‘Jonah’s Ark’ é mais um exemplo de como a junção de músicos talentosos, técnicos e criativos pode ser capaz de produzir álbuns tão diversificados como este, e ainda assim manter tamanha linearidade, tanto nas composições quanto no nível de qualidade da gravação. Essa sem dúvida é uma das grandes pérolas perdidas nesse maravilhoso mundo do rock, e que merece ser conhecida. Tenho certeza que será difícil alguém que não vá apreciar este terceiro ‘full length’ deste formidável sexteto inglês.
Line-up:
Martin Walkyier (Vocais/Letras)
Dave Pugh (Guitarra)
Steve Ramsey (Guitarra)
Graeme English (Baixo)
Keith Baxter (Bateria)
Fritha Jenkins (Violino/Mandolin/Teclados)
Track-list:
1 . Thinking Allowed?
2 . Cry Of The Land
3 . Schadenfreude
4 . A Near Life Experience
5 . The Wickedest Man In The World
6 . Earth Mother, The Sun And The Furious Host
7 . The Ilk Of Human Blindness
8 . Tunnel Visionaries
9 . A Word To The Wise
10. Bewilderbeast
11. It Wasn't Meant To End This Way
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