At The Gates: A certeza da essência mantida em novo álbum
Resenha - At War With Reality - At The Gates
Por Fábio Leonardo
Postado em 21 de outubro de 2014
Nota: 8
At The Gates! Veja só mais um gigante de temporadas passadas reaparecendo em tributo a si mesmo, reunido com (quase) toda sua formação original pra gravar um novo álbum, 19 anos depois do clássico "Slaughter Of Souls"
Depois de alguns meses de especulação, nos vem a boa notícia de que o At The Gates voltaria a gravar um álbum, após algum tempo tocando ao vivo e alguns membros dizendo na mídia que isso jamais iria acontecer. Ok, membros carrancudos fazem isso toda hora...
Pra quem não conhece, At The Gates é considerada a grande mãe daquele estilo que foi começando timidamente no meio dos anos 90 e culminou na explosão de bandas como In Flames, Soilwork e Arch Enemy, o grande Death Metal Melódico. Quem conhece a banda ou se preocupar em ouvir seus antigos registros verá aquilo, tudo cru, de onde todos estes atuais gigantes tiraram sua inspiração. Não é pra menos.
Cá está o álbum e a boa surpresa é que ele soa exatamente como deveria: como At The Gates. Sem inovação, sem experimentos, sem Dj's ou Orquestra sinfônica: Do início ao fim, é perceptível que todos os músicos entraram no estúdio com o mesmo foco e fizeram o que deveriam, mantendo a proposta com uma sincronia que faz o ouvinte pensar que a banda, na verdade, nunca se separou.
Com a certeza da essência mantida, conforme se ouve, percebe-se o grande destaque que é a atmosfera do álbum como um todo. As músicas possuem um clima sombrio, com riffs soturnos, algumas vezes beirando ao apocalíptico, tudo tão bem executado que a vontade de fechar os olhos e soltar a mente em muitas passagens torna-se irresistível. E não estou falando do combo "Porrada/Refrão bonito/Mais porrada/Refrão bonito" que virou uma chata marca registrada em bandas deste estilo. Ouça faixas "como "Death And The Labyrinth", "The Book Of Sand (Abomination)" e "The Night Eternal", os grandes destaques deste registro, e irá entender.
Se existe um ponto negativo neste álbum, diria que está no vocalista Tomas Lindberg. Aqui ele mostra o que todo mundo já sabe: Que é um vocalista reto, dono de um rasgado repetitivo e sem nenhuma tentativa de variação (Se você quiser ser bonzinho, cite as poucas partes narradas com voz cavernosa). Aqui, você ouve exatamente tudo o que ele fez nas bandas as quais fez parte ao longo dos anos, como The Crown e Nightrage. Isso o faz, muitas vezes, se perder no clima das músicas, te fazendo se divertir com o instrumental e até esquecer que tem a voz dele ali em algum lugar...
Nada mais justo do que a presença dele, já que a reunião da formação clássica foi uma das prioridades, mas infelizmente se chega à conclusão que este registro teria ido muito mais longe se houvesse sido gravado por outro vocalista.
Grata surpresa aos fãs da banda e fãs do estilo, deixando um sentimento misto de fidelidade ao estilo que a consagrou e a novidade que conseguiram colocar no som sem distorcê-lo. E se você não for fã de Death Melódico, amigo, nem tenta.
At War With Reality - At The Gates
1. "El Altar del Dios Desconocido" 1:06
2. "Death and the Labyrinth" 2:33
3. "At War with Reality" 3:09
4. "The Circular Ruins" 4:28
5. "Heroes and Tombs" 3:59
6. "The Conspiracy of the Blind" 3:19
7. "Order from Chaos" 3:26
8. "The Book of Sand (The Abomination)" 4:28
9. "The Head of the Hydra" 3:38
10. "City of Mirrors" 2:06
11. "Eater of Gods" 3:51
12. "Upon Pillars of Dust" 2:39
13. "The Night Eternal" 5:43
Line-Up:
Tomas Lindberg: vocais
Anders Björler: Guitarra
Martin Larson: Guitarra
Andrian Erlandsson: Bateria
Jonas Björler: Baixo
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