DFC: O massacre sonoro de sempre no disco novo
Resenha - Seqüência Animalesca de Bicudas e Giratórias - DFC
Por Marcel Ianuck
Postado em 31 de agosto de 2014
Nota: 9
Tocando o terror desde o início dos anos 90, a banda DFC do Distrito Federal tem uma extensa discografia de CDs, EPs, coletâneas e splits no Brasil e no mundo, espalhando o seu hardcore/crossover cheio de ódio e ironia por todo planeta. Desde o lançamento do CD "O Mal Que Vem Para Pior" (53HC Records - 2005) que o quarteto liderado pelo cantor Túlio não grava um disco inteiro. Nada mais justo que o novo disco fosse mesmo uma "Seqüência Animalesca de Bicudas e Giratórias"!! E para causar ainda mais, eles gravaram o disco duas vezes e lançarão uma versão em CD, já disponível, e outra em LP. Também é o primeiro disco completo com o virtuoso baterista Fabrício Cinelli (The Evil Rock, Ex-Deceivers).
O play começa com uma misteriosa introdução de Lou Garcia da Warped Reality Pictures (USA) e a pedrada "Venom", apresentando as principais armas da banda; a guitarra serra elétrica do grande Miguel Ferreira, os bumbos alucinados de Fabrício, baixo pulsante de Léo e o vocalista Túlio cuspindo no sagrado com frases tipo "Eu trago o veneno do hardcore correndo solto nas minhas veias". E não duvide! O DFC não alivia para ninguém; políticos corruptos, igreja, a podridão humana, o governo, entre outros são alvo para a metralhadora profana do quarteto.
A porradaria continua rolando solta com as singelas "Conversa para Boy Dormir", "A Bosta Humana" e "Boletim de Ocorrência", cuja letra é inspirada na folclórica sessão policial do periódico manauara Maskate, de onde também foi tirado o nome do disco.
Sem trégua, as músicas "O Pão que o Diabo Vomitou", "Cidade de Merda", "Dia de Fúria Candango" e "O Alienista" esmurram a sua cara, enquanto as explícitas "Pesadelo Anal" e "Dirty Sanchez" tratam de um tema mais suave, só que não.
Os samplers e introduções são muito bem colocados e, junto com as letras do galeroso vocalista, fazem com que as músicas fiquem na sua mente já na primeira audição, como é o caso da ótima "Porrada de Rua".
A seqüência oficial do disco acaba com a estonteante e grudenta "Skate Inferno" para dar espaço a duas regravações como bonus tracks, "Todos Eles Te Odeiam" e "O Vírus do Peculato", além da faixa (nem tão) escondida que causará convulsão de risos aos desavisados, com a já tradicional colagem de bizarrices da TV, filmes dublados e outras pérolas, numa edição alucinada.
Ao fim da audição, o DFC entrega o de sempre; músicas rápidas e ferozes, com palhetadas nervosas, bateria veloz e furiosa sem chac-chac enganoso, letras cheias de ironia, sarcasmo, humor e ódio na medida certa, e a vontade de ouvir tudo de novo logo depois do fim. Os fãs de crossover, hardcore e até metal porrada não podem perder esse lançamento, que é item obrigatório nas listas de melhores do ano.
Track List:
1. Venom
2. Não São Casos Isolados
3. Conversa pra Boy Dormir
4. Boletim de Ocorrência
5. A Bosta Humana
6. Puta que Pariu
7. O Pão que o Diabo Vomitou
8. Nasce um Monstro
9. Dirty Sanchez
10. A Sete Palmos do Chão
11. Dia de Fúria Candango
12. O Alienista
13. Ignorante
14. Pesadelo Anal
15. Porrada de (Rua)
16. Almoçando Abutres
17. Sunday Bloody Morning
18. Caos na Capital
19. Cidade de Merda
20. Filho da Puta
21. Skate Inferno
Bonus Tracks:
22. Todos Eles te Odeiam
23. O Vírus do Peculato
Clip de "Conversa para Boy Dormir":
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