Overkill: "White Devil Armory" é uma pancada forte e impiedosa
Resenha - White Devil Armory - Overkill
Por João Paulo Linhares Gonçalves
Postado em 29 de julho de 2014
"White Devil Armory" é o 17º álbum de estúdio do Overkill, uma banda oriunda de New Jersey, EUA, e que conta com o vocalista Bobby Ellsworth, o baixista D.D. Verni (estes dois estão na banda desde sua formação, em 1980), os guitarristas Dave Linsk e Derek Tailer e o baterista Ron Lipnick. Esta formação está estável desde 2005 e já lançou três discos de estúdio (este é o quarto). A banda é mais uma do excelente elenco da gravadora Nuclear Blast, que conta com nomes como Slayer, Testament, Anthrax e Kreator, para citar apenas grandes bandas de thrash metal. O álbum foi produzido pela própria banda e gravado ano passado em sua cidade natal.
Musicalmente, o disco é uma pancada forte e impiedosa, um thrash metal altamente bem tocado do início ao fim, muitos riffs empolgantes que te fazem querer bater cabeça o tempo todo. A primeira faixa, "XDM", é apenas uma rápida introdução, menos de um minuto, para a porradaria de "Armorist", primeiro single do álbum, onde a banda usa e abusa de riffs rápidos e cortantes, bumbos estonteantes e solos supersônicos, e onde começamos a perceber a grande performance do vocalista Bobby Ellsworth no disco, seu típico timbre de voz inconfundível e reconhecível a quilômetros está afiadíssimo. "Down To The Bone" nos traz aquele clássico riff thrash metal galopante, cadenciado e empolgante, que te faz saltar da cadeira e querer entrar na roda pra agitar tudo. Esta é uma canção que traz as qualidades para estar presente em um dos clássicos discos do Overkill nos anos 80, como "Taking Over" ou "Under The Influence". "Pig" mete o pé no acelerador mas não me empolgou tanto quanto a anterior. A seguir, outra canção excelente, "Bitter Pill", a segunda canção liberada do disco (e com direito a vídeo clipe também), mais lenta e cadenciada, mas também se utilizando de um riff galopante típico do estilo; no meio da música, ela acelera e melhora ainda mais. Outra que também tinha espaço e qualidade para estar presente nos melhores trabalhos da banda.
"Where There's Smoke" acelera bastante, uma intensidade imensa, uma quebrada típica no meio da canção sem deixar a peteca cair, e volta a acelerar com tudo, outra composição de grande qualidade. "Freedom Rings" é a mais longa do disco, um começo típico de uma canção mais cadenciada e com mais influências de heavy metal clássico, sem perder completamente a pegada thrash. Muitas variações, quebradas, riffs e solos de primeira, uma das melhores do álbum. "Another Day To Die" e "King Of The Rat Bastards" voltam à fórmula já usada neste disco de thrash cadenciado, sem decepcionar. "It's All Yours" consegue combinar a velocidade do thrash com os traços mais melódicos do hard rock, melhorando no fim. Pra fechar este discaço, "In The Name", outra canção que parece ter viajado no tempo, desde os anos 80 e os discos clássicos do Overkill até os dias de hoje, uma daquelas típicas canções que sempre fecharam os grandes álbuns da banda (quem conhece a discografia da banda vai lembrar das famosas faixas com o nome da banda que encerram os três primeiros álbuns deles), outro grande destaque do disco, melódica e pesada ao mesmo tempo, quase épica, muito bem trabalhada.
Pelos lançamentos que já escutei e acompanhei neste ano de 2014, este novo álbum do Overkill já é destaque absoluto e meu candidato a melhor disco do ano - um álbum que conseguiu soar moderno e ao mesmo tempo resgatar as origens e os melhores momentos da banda. E aí fica o paradoxo: talvez este seja o melhor momento do Overkill, lançando excelentes discos e crescendo álbum após álbum - somente o tempo nos dará a resposta definitiva!
Relação das músicas:
1 - "XDM"
2 - "Armorist"
3 - "Down To The Bone"
4 - "Pig"5 - "Bitter Pill"
6 - "Where There's Smoke"
7 - "Freedom Rings"
8 - "Another Day To Die"
9 - "King Of The Rat Bastards"
10 - "It's All Yours"
11 - "In The Name"
Existe uma versão do álbum que traz duas faixas bônus: "The Fight Song", uma espécie de canção-hino onde o punk encontra o thrash e vivem felizes para sempre; e "Miss Misery", cover do Nazareth, com a participação do vocalista Mark Tornillo (Accept), a voz dele e de Bobby encaixaram muito bem nesta cover. Dois aperitivos que merecem a degustação!
Alguns vídeos:
"Armorist":
"Bitter Pill":
Confira esta e mais resenhas no blog Ripando a História do Rock: http://ripandohistoriarock.blogspot.com.br/. Um abraço rock and roll e até a próxima resenha!!
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