Scorpions: Sempre um capítulo especial no mundo da música
Resenha - Live In Athens - Scorpions
Por Ronaldo Celoto
Postado em 09 de novembro de 2013
Os deuses da mitologia eram alemães... pelo menos naquelas três noites especiais em Atenas, onde a banda alemã mais significativa do século XX apresentou o que viria a ser o seu segundo trabalho acústico, agora, sob a custódia da logomarca da MTV.
A abertura, com a rocker "Sting in the Tail" chegou a lembrar os bons tempos de "Catch Your Train", do clássico disco "Virgin Killer". Sincronizados e sempre afiados, KLAUS MEINE e sua trupe ofereciam à bela paisagem natural magnífica que emoldurava o teatro conhecido como Lycabettus (onde eram realizados os recitais e apresentações, há alguns milênios atrás) aquele costumeiro calor de suas canções. Para dar continuidade sem perder o ritmo, inseriram a já conhecida "Can't Live Without You", uma música que não me empolga muito, e, que, a meu ver deveria ter sido substituída pela esperada (pelo menos por mim) e contagiante "I'm Leaving You", uma das canções mais legais do SCORPIONS nos anos 80, que, embora ensaiada e tocada o vivo nas noites de gravação do álbum "Acoustica", acabou por ficar de fora do setlist final, e, infelizmente, também deste novo trabalho.
A homenagem à era gloriosa de ULRICH ROTH (ou ULI JON ROTH, como hoje é conhecido) recolocou o espetáculo em seu devido lugar, com "Pictured Life", "Speedy's Comming" e a épica "Born To Touch Your Feelings", que contou com a presença de uma bela mulher grega na segunda parte da música, que eu soube depois, tratar-se da atriz DIMITRA KOKKORI, que, na ocasião, emocionou-se verdadeiramente às lágrimas, enquanto declamava parte da letra. "The Best is Yet to Come", outra magnífica balada sobre esperança, a antológica e introspectiva "In Trance" (nesta versão, com a participação da performática artista CÄTHE, de timbre rouco e suave) e "When You Came Into My Life" (com destaque para o ótimo trabalho de KLAUS nos vocais) fechou esta parte inicial.
A seguir, algumas novas canções, muito boas, por sinal, escritas por JABBS e SCHENKER. São elas: as teasers "Dancing With The Moonlight" e "Rock and Roll Band", a instrumental "Delicate Dance" (JABBS estava impecável), a inesperada balada "Love is the Answer", com RUDOLF nos vocais (algo que, naquele instante, me emocionou muito, realmente), e, a lindíssima "Follow Your Heart", com KLAUS cantando sozinho e tocando violão, de forma introspectiva e muito apropriada para a platéia. "Send Me an Angel" apresentou sua linhagem comum, já conhecida no trabalho anterior, mas é sempre uma canção com conteúdo forte e inspirador em sua letra. "Passion Rules The Game" é uma canção inserida na tentativa de valorizar o disco "Savage Amusement", mas que a meu ver, não empolgou em nada, e, eu também substituiria por "Longing For Fire", por exemplo, do momumental disco "In Trance", ou de "You Give Me All I Need", presente no disco "Blackout".
Divindades à parte, e, seguiram-se as esperadas "Rock You Like a Hurricane" (com ajuda de JOHANNES STRATE, vocalista da banda de rock-pop alemã REVOLVERHELD, nos vocais), "Blackout", "Still Loving You" (onde, nas fotos já divulgadas em diversos sites, vê-se que um fã brasileiro entregou uma bandeira para KLAUS), para fazer jus aos muitos que lá compareceram apenas para ver clássicos mais conhecidos. "Big City Nights", para minha surpresa e empolgação, foi a seguinte, com uma roupagem acústica muito boa, embora eu tenha sentido muita falta, não apenas naquele momento, mas durante parte do show, da participação dos fãs com maior intensidade nos refrões, mas era normal, em se tratando de Europa.
Para o fim, a estratosférica e linda "No One Like You" (belo arranjo, mas deveria ter mais backing vocais), "Wind of Change" (com ótima participação de MORTEN HARKET, sim, ele mesmo, o vocalista do A-HA, que, gostem ou não os metaleiros mais radicais, tem realmente uma voz impressionante), e, por fim, o desfecho melancólico (mas lindo) com "When The Smoke Is Going Down", como se anunciasse que, naquela noite, os deuses da guerra e do amor eram alemães, e, assim como as fumaças do tempo tratavam de evaporar e levar embora aquele doce momento, a memória se tornaria a testemunha para fazer lembrar, a quem lá esteve, um show no mínimo, especial.
Não sei se "Live In Athens" (como se chamará o DVD/BLURAY) terá o mesmo impacto do grandioso "Acoustica", gravado em Lisboa. Tudo depende da produção final, dos rearranjos sobre alguma falta de vocalização ou de refrão, enfim, os chamados "buracos" musicais. Mas, falar em "buracos musicais" para os SCORPOIONS, é como procurar agulha em um palheiro. Apesar dos pesares, de estarmos sempre a esperar algumas canções que eles nunca irão tocar ao vivo, apesar de muitos acreditarem que bandas que repetem por demais seus sucessos em shows deveriam procurar inovar seus repertórios, o fato é que, amem ou gostem mais ou menos, tudo que estes alemães da cidade de "Hannover" fazem é sempre um capítulo muito especial no mundo da música.
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