Gamma Ray: "Insanity and Genius" é o fim de uma era na banda
Resenha - Insanity and Genius - Gamma Ray
Por Ricardo Mazzo
Postado em 09 de julho de 2013
Nota: 6
Terceiro álbum de estúdio do GAMMA RAY e último com o vocalista Ralph Scheepers. Imagino que nesse momento Kai Hansen deveria estar pensando para onde estava levando a banda, o que mais daria para fazer com Scheepers nos vocais e tal. Aliado a isso, problemas pessoais de Scheepers levaram o mesmo a se distanciar, morava em outra cidade e só podia ensaiar nos finais de semana. Ou seja, o contexto todo pedia uma reformulação e isso que aconteceu logo após a gravação de "Insanity and Genius". Se a qualidade do trabalho foi impactada por tudo isso, nunca saberemos.
A verdade é que esse trabalho lançado em 1993 é um tanto quanto pior que o "Heading for Tomorrow", mas bem melhor que seu antecessor direto, "Sigh No More". De forma geral, deixa a desejar, mas de maneira diferente ao que vimos (e ouvimos) no 2º trabalho do GAMMA RAY. Enquanto "Sigh No More" era muito simples, cru e sem grandes picos de criatividade, "Insanity and Genius" tem seus momentos geniais e chega a fazer jus ao próprio nome, mas isso não se sustenta por muito tempo.
O álbum começa com uma trinca fenomenal. "Tribute to the Past", "No Return" e "Last Before the Storm" deixam claro para o ouvinte que Kai Hansen estava de volta para chutar tudo para cima e mostrar quem mandava na bagaça. São realmente 3 músicas muito boas, muito fora da curva, com instrumentais sensacionais, Ralph Scheepers alinhadíssimo, fora os refrões pegajosos que ficamos cantando por um bom tempo.
O lado bom dessas 3 músicas abrirem o trabalho é que é impossível tirar o ouvido do som, vicia. Agora, o lado ruim é que a barra ficou muito alta para o que vinha depois. O ponto forte do CD passou a ser o ponto fraco também. Por melhores que fossem as demais músicas, provavelmente não estariam aos pés das primeiras. E foi isso que aconteceu na maioria delas.
"18 Years" é sem dúvida a pior delas, de longe, e não vale mais muitos comentários. "The Cave Principle" e "Gamma Ray" são muito pouco menos bizarras, mas tão dispensáveis quanto. Um desperdício. Não sei ainda se é o efeito comparação com o que presenciamos no início do CD, mas chega a dar dó.
"Insanity & Genius", "Your Torn is Over" e "Brothers" conseguem sobreviver e são até que boas. Não se destacam muito no todo, mas valem a ouvida. Já "Future Madhouse" e "Heal Me" são as outras duas músicas que recomendo no trabalho, fora as primeiras três. Essas são realmente boas, fortes e com atitude. Diferenciadas.
Resumindo, "Insanity and Genius" é um álbum que poderia ter uma distribuição melhor das músicas. A trinca inicial já determina um padrão para o trabalho que ele mesmo não consegue sustentar, então fica aquela empolgação inicial que vai decaindo com o decorrer das músicas. Apesar de ser completamente recomendado e por fazer parte essencial do que viria a ser o GAMMA RAY que hoje conhecemos e veneramos, tem de ser criticado.
E assim acabou-se uma era na banda. Ralph Scheepers sairia para tentar ocupar a vaga deixada por Rob Halford no JUDAS PRIEST e Kai Hansen teria que decidir o que fazer para seguir adiante. Até então, 3 álbuns que, na média, colocavam o GAMMA RAY no caminho do sucesso, mas ainda muito impulsionados pelo nome de seu líder e na aposta que ele fizera no final da década de 80. Mas como diz o ditado, "In Kai Hansen, we trust".
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