Killswitch Engage: um dos discos mais consistentes da carreira
Resenha - Disarm the Descent - Killswitch Engage
Por Ricardo Seelig
Fonte: Collectors Room
Postado em 24 de abril de 2013
Nota: 8
"Disarm the Descent", novo disco do Killswitch Engage, é o primeiro trabalho da influente banda norte-americana em quatro anos, desde o auto-intitulado álbum lançado em 2009. O sexto CD do grupo marca o retorno do vocalista original, Jesse Leach, que havia deixado o conjunto em 2002. Completam o time os guitarristas Adam Dutkiewicz e Joel Stroetzel, o baixista Mike D’Antonio e o baterista Justin Foley.
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Produzido pelo próprio Dutkiewicz - há tempos já estabelecido também nessa função, com trabalhos de destaque para bandas como All That Remains, Shadows Fall e As I Lay Dying -, "Disarm the Descent" é um dos discos mais consistentes da carreira do quinteto. Considerado um dos pais do metalcore, o Killswitch Engage mais uma vez mostra como o estilo deve soar, mostra como se faz. Unindo com precisão agressividade e melodia, a banda mostra-se inspirada e com gás renovado.
As vozes são o destaque principal do álbum, e não só a de Leach. O cantor, como esperado, tem uma grande performance, mas esse protagonismo é dividido pelos coros muito bem construídos, que levam, invariavelmente, a refrãos grudentos e agradáveis. Esse aspecto simpático, amigável, da música do Killswitch Engage, vem com tudo em "Disarm the Descent", e faz a audição ser um ato de alegria, de diversão, de satisfação.
Mesmo que, de uma maneira geral, seja possível considerar o metalcore um estilo um tanto estagnado nos últimos anos, grande parte dessa sensação se dissipa ao ouvir este disco. Como a história nos ensinou e é de costume, cabe aos pioneiros, aos inovadores, aos originais, abrir caminhos e mostrar novas alternativas, e a banda abusa dessa prerrogativa em "Disarm the Descent". Nada aqui soa datado, cansativo ou arrastado, muito pelo contrário. A energia é quase bruta, adornada por guitarras que despejam melodias inspiradas e que, em diversos momentos, nos trazem à mente nomes aparentemente distantes e antagônicos ao som do Killswitch Engage, como é o caso do Iron Maiden, por exemplo.
A estrutura instrumental das composições traz riffs que ora apresentam influências de thrash metal, ora da NWOBHM e, em alguns momentos mais extremos, até mesmo do death. O uso de blast beats é frequente, e, ao lado do vocal gutural de Jesse Leach, reforça a agressividade proposta pelo Killswitch Engage.
Ouça com atenção músicas como a paulada "The Hell in Me" (que abre o trabalho), "Beyond the Flames", "New Awakening" e "In Due Time. Nelas está o DNA de uma das bandas mais influentes surgidas na última década. Essa capacidade, esse domínio que o grupo ostenta em relação ao gênero que executa, faz o Killswitch Engage explorar o metalcore como um todo, em todas as suas cores, em todas as possibilidades, fugindo da escolha fácil e comum a nomes menos talentosos que, ao se aventurar pelo estilo, soam repetitivos ao se limitar à óbvia estrutura "versos agressivos + refrão melodioso e com vocal limpo".
"Disarm the Descent" representa um retorno necessário. Ele soa como a intervenção de um pai ao ver seus filhos perdidos no mundo e sem saber quais caminhos seguir, chamando-os para uma conversa e dizendo, do alto de sua calma e experiência: "Olhem, é por aqui".
Que todos ouçam esse conselho, pois ele é excelente!
Faixas:
1 The Hell in Me
2 Beyond the Flames
3 New Awakening
4 In Due Time
5 A Tribute to Fallen
6 The Turning Point
7 All That We Have
8 You Don’t Bleed for Me
9 The Call
10 No End in Sight
11 Always
12 Time Will Not Remain
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