Resenha - Instant Clarity - Michael Kiske
Por Luis Wasques
Postado em 29 de janeiro de 2007
Nota: 8
A carreira de Michael Kiske pós Helloween é recheada de polêmica. Declarações "bombásticas" e álbuns controversos foram suficientes para abalar os nervos dos fãs da fase "Keeper of the Seven Keys", de sua ex-banda. "Instant Clarity" (1996) é o primeiro trabalho solo do vocalista e qualquer um que esperasse sua poderosa voz acompanhada de guitarras rápidas e levadas de bumbo duplo, quebraria a cara (ou os ouvidos) ao se deparar com um disco completamente heterogêneo.
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A começar por "Be True to Yourself", a faixa de abertura, já é possível notar a intenção de flertar com o grunge. A diferença é que essa música é muito mais legal do que a maioria das músicas do movimento de Seattle. Possui refrão e riffs matadores, além de uma ambientação fantástica que nos remete diretamente à arte do álbum (raios e tempestade). Em seguida uma música que muitos fãs do Helloween (e do Iron Maiden também) não torceriam o nariz: "The Calling", com participação de Adrian Smith, cujos riffs iniciais lembram muito o que Bruce Dickinson faria pouco tempo depois em "Accident of Birth".
Em "Somebody Somewhere" toques de country e pop permeiam a estrutura da música que tem um refrão bem esquisito harmonicamente; não soou bem. A balada "Burned Out" dá conta do recado e mostra um dos fortes de Michael Kiske que é a composição de músicas lentas e intimistas. Dando seqüência ao álbum, "New Horizons" revê o passado "headbanger" do vocalista e ainda conta com a participação de seu ex-companheiro de banda Kai Hansen.
"Hunted" possui algumas boas sacadas de vocal mas vai se tornando bem chata e soa sem imaginação em algumas partes. Uma das mais belas canções de todo álbum atende pelo nome de "Always", mais uma balada que expõe toda a musicalidade de Kiske. O vocalista agradece aos fãs na divertida "Thanx a Lot!" e faz um rock a lá "Sessão da Tarde" em "Time´s Passing By".
A inusitada "So Sick" é um protesto de Kiske contra a "arte vendida" e provavelmente tem algo a ver com sua desilusão frente ao "mundo do metal", como declarado em muitas entrevistas. O álbum fecha com "Do I Remember a Life", que em seus mais de dez minutos mostra toda a versatilidade vocal de Kiske em momentos intensos e outros mais tranqüilos resultando em um grande "épico-balada".
É fácil perceber que com "Instant Clarity", Michael Kiske dava suas primeiras investidas na busca de se desvincular de seu passado Heavy Metal. O primeiro trabalho solo do vocalista que fez história no Helloween é bastante surpreendente e imprevisível, dividindo opiniões até hoje. Acima de tudo é um exemplo de ousadia e qualquer tentativa de se fugir da mesmice e de se criar algo novo deve ser aplaudida.
1."Be True to Yourself" (Kiske)
2."The Calling" (Kiske, Adrian Smith)
3."Somebody Somewhere" (Ciriaco Taraxes, Kiske)
4."Burned Out" (Taraxes)
5."New Horizons" (Smith, Kiske, Kai Hansen)
6."Hunted" (Kiske, Taraxes)
7."Always" (Kiske)
8."Thanx a Lot!" (Kiske)
9."Time's Passing by" (Kay Rudi Wolke, Taraxes)
10."So Sick" (Kiske)
11."Do I Remember a Life?" (Kiske, Taraxes)
Michael Kiske
•Michael Kiske – vocais
•Ciriaco Taraxes – guitarra
•Jens Mencl – baixo
•Kay Rudi Wolke – bateria
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