Resenha - Reason - Shaaman
Por Maurício Gomes Angelo
Postado em 14 de julho de 2005
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
"Reason" e "Temple Of Shadows" são parte de uma mesma história. Agora sim os fãs podem compreender realmente as tais diferenças musicais que levaram à divisão do Angra. "Rebirth" e "Ritual" foram apenas passos firmes e conscientes visando reafirmar uma reputação conquistada, uma escala para alcançar o verdadeiro objetivo. Já os últimos álbuns do Angra e Shaaman demonstram com clareza os rumos que cada um queria seguir a muito tempo. Enquanto a trupe de Kiko Loureiro parte para algo bem mais complexo, progressivo, denso e técnico, André Matos e companhia fazem heavy metal puro, pesado e direto. Um quer quebrar paradigmas, o outro fazer o que mais gosta injetando criatividade a seu jeito. Este álbum pode ser encarado como uma continuação de "Fireworks", o que é ótimo. E se este era o trabalho mais "tradicional" de André, aqui o termo melódico pode ser sumamente afastado de sua classificação. Mas as comparações param por aqui.

"Reason" é o típico álbum onde a expectativa atrapalha a avaliação. Era para ser um álbum excelente, maravilhoso, não é. O próximo álbum do Shaaman deveria ser um marco. Mas não consegue alcançar este patamar. E o fato de ser apenas bom acaba constituindo um problema, uma espécie de decepção velada.
André Matos opta por tons muito mais baixos, rasgados e contidos, não é esse esplendor de agressividade que muitos estão alardeando e também não chega a surpreender, mas com certeza dá bem mais ênfase a características já externadas em trabalhos prévios. Sua interpretação em faixas como "Scarred Forever", "More", a maravilhosa cover do Sisters Of Mercy, "In The Night" e "Turn Away" impressiona. O simpático frontman está no auge de sua segurança e equilíbrio como vocalista, dando às composições as nuances exatas que precisam, sabendo bem onde quer chegar e/ou o que suscitar no ouvinte.
Hugo Mariutti prova definitivamente sua qualidade e talento em solos de puro bom gosto metálico, riffs impactantes e bases sólidas, escolhendo timbres irresistíveis para qualquer headbanger, não deixando nenhum "buraco" nas músicas e mostrando que a banda não precisa mesmo de outro guitarrista. Sua atuação, claro, é ajudada pela exibição dos monstros Luís Mariutti e Ricardo Confessori. Pense que estes são dois dos melhores instrumentistas do Brasil e leve em conta que esta cozinha está trabalhando junta há mais de 10 anos. Entende o resultado que isto produz? Chamá-los de técnicos, entrosados e cerebrais é redundância. A muralha sonora que constroem é lascinante e ainda assim carregada de feeling. Desempenho de poucos. Esqueça aquele papo besta de "Melodic Mystic Metal", introduções atmosféricas, dezenas de instrumentos e várias participações, "Reason" é resultado de 4 caras, vários amplificadores, ótima produção, talento e prazer em tocar. Simplicidade que agrada.
Se começamos com a paulada "Born To Be", terminamos de forma morna em "Turn Away", culpa do recurso anti-clímax mal explorado (ouvindo-a saberá exatamente do que estou falando), neste ínterim passamos pela balada-single-que-não-pode-faltar "Innocence", que mantém o bom nível das composições mais lentas de André Matos sendo ainda melhor que "Fairy Tale" e desembocamos nas pedradas "Rough Stone", "Iron Soul" e "Trail Of Tears". Em comum os ótimos (por serem discretos) arranjos de teclado em contraposição à fúria instrumental de músicos dotados de uma intensa grandeza artística. Nos momentos onde se permitem explorar outros andamentos, climas e ritmos, o resultado quase sempre é interessante.
No entanto, falta algo. Talvez por estarmos demasiadamente apegados àquela eloqüência técnico-melódica que historicamente este conjunto nos passou. Nós, e eles, temos que nos dissociar consideravelmente desta imagem se quisermos analisar com isenção a atual fase. "Reason" apresenta em sua maior parte aquela agressividade contida que visa não distanciar demais os fãs e testar a recepção dos mesmos. Mais empenho e coragem serão necessários para que o próximo trabalho alcance o nível de "excelente" que este prometia. Por hora, cumpre muito bem o seu papel. Que venha a turnê!
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A única banda de rock brasileira dos anos 80 que Raul Seixas gostava
Os 5 discos de rock que Regis Tadeu coloca no topo; "não tem uma música ruim"
Wolfgang Van Halen diz que as pessoas estão começando a levar seu trabalho a sério
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
Novo álbum do Violator é eleito um dos melhores discos de thrash metal de 2025 pelo Loudwire
Metal Hammer inclui banda brasileira em lista de melhores álbuns obscuros de 2025
Shows não pagam as contas? "Vendemos camisetas para sobreviver", conta Gary Holt
O melhor álbum de thrash metal lançado em 2025, segundo o Loudwire
Ghost não deve vir à América do Sul na atual turnê, diz rádio argentina
Metal Hammer aponta "Satanized", do Ghost, como a melhor música de heavy metal de 2025
A primeira e a última grande banda de rock da história, segundo Bob Dylan
Cinco bandas que, sem querer, deram origem a subgêneros do rock e do metal
Rob Halford acha que Lemmy Kilmister era um compositor brilhante
Site de ingressos usa imagem do Lamb of God para divulgar show cristão
Por que Iron Maiden nunca conseguiu fazer um "Black Album", segundo Bruce Dickinson
A explicação de Frejat sobre como Raimundos não se dobrava perante gravadora
O riff de guitarra que impactou Keith Richards: "Não dá para ser mais forte que isso"

As 10 bandas favoritas do metal brasileiro no Metal Storm
Coldplay: Eles já não são uma banda de rock há muito tempo



