Resenha - Figure No. 5 - Soilwork
Por Leandro Testa
Postado em 21 de abril de 2003
Nota: 9
Diante do tema de abertura, "Rejection Role" (que também ganhou um vídeo-clipe), cheguei a pressentir que este seria o álbum mais leve e alegre da carreira do Soilwork. "Overload", mais chegada ao seu próprio estilo, possui uma levada bem legal, dotada de certo ‘groove’, e traz o teclado mais à frente do que o normal, incluindo lampejos industriais (daqueles que muitos por aí torcem o nariz), discretos e compreensíveis já que o instrumento vem ganhando mais espaço no som destes suecos, desde que o pró-ativo Sven Karlsson (egresso do Evergrey) se juntou ao quinteto, e compôs para o novo CD quatro ou cinco canções.
Felizmente, quem destitui isso tudo é a faixa-título, botando pra fora toda a agressividade contemporânea do conjunto, bem como a de Björn Strid, que enfatiza suas linhas mais nervosas e guturais.
Daí pra frente, o que se ouve é uma negação e, paralelamente, uma confirmação das minhas suposições iniciais, já que Figure No.5 é igual ou tão pesado quanto Natural Born Chaos, seu antecessor, diferindo sobre este justamente o que conjeturei no início: ele é mais "felizinho", pois bastou Devin Townsend ter incentivado "Speed" a experimentar mais a sua voz, que ele vem fazendo isso livremente, injetando mais empolgação, principalmente nos refrãos.
E não são só neles que o dito-cujo vem utilizando partes limpas, mas sim nos versos e etc, passando numa boa do pacífico ao costumeiro, atingindo até o timbre de Mille Petrozza (Kreator), Phil Anselmo (Pantera), ou mesmo Rob Zombie, como no começo de "The Mindmaker".
É claro que aquele ‘frontman’, apontado por Rob Halford como influência, não é mais o mesmo, porque nesse meio-tempo ele vem abusando da versatilidade que Deus lhe deu, buscando a diversidade que os arranjos às vezes pecam em não trazer.
E para aqueles que achavam que o sucesso do trabalho anterior, a repercussão entre os mais votados por mídia e fãs, tinha sido cria do produtor acima mencionado, a banda resolveu não esperar sua disponibilidade em março, e aproveitou todo o perfeccionismo que aprendera com ele, para assumir os botões das gravações, contando ainda com o co-auxílio de Daniel Bergstrand (Darkane) e novamente com o velho conhecido Fredrik Nordström.
De resto, o pique das músicas continua sendo reduzido para entrarem os solos melodiosos de guitarra, e a duração delas também está bem menor. A única que foge à regra e ultrapassa o limite dos quatro minutos, também é a única que foge bastante à proposta do Soilwork, soando, lá no meio do disco, como uma tentativa desesperada de atingir um público mais ameno, ou seja, a ‘massa roqueira’.
Ainda não entendi se esta foi a melhor forma de passar a mensagem anti-suicida da letra, ou se a intenção era dar uma variada, mas se você é órfão ou uma viúva do In Flames, aqui está o único senão (piorado) que pode lhes desagradar.
Como obra, um passo a frente para o comercialismo, mas quem sabe não esteja aqui a sua solução.
Lançamento europeu pela Nuclear Blast em 21 de abril (nos EUA, 6 de maio), exatamente um ano após o último petardo, mesmo que divididas as atenções com projetos paralelos (como o Terror 2000 e o The Defaced) e a extensa turnê que incluiu terras norte-americanas, toda a Europa e o Japão. E pro leitor, ele parece precipitado?
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