Resenha - Inner Wastelands, Shifting Realities - Dakrua
Por Drustan
Postado em 12 de julho de 2002
Nota: 7
Curioso notar que, ao contrário do que pensávamos há alguns anos, o metal, gênero amaldiçoado em seu berço, não se tornou cada vez mais um estilo inacessível e "radical", e acabou sendo incorporado por uma parcela da população que difere bastante do estereótipo do headbanger mal-encarado, que só ouve "podreira", e parece estar o tempo todo pronto para "dar porrada" em alguém (sem contar que, para alguns, este povo não costuma tomar banho regularmente - eita preconceito imbecil #1...).
Com isto, é comum hoje em dia nos deparamos com músicos e fãs que são desdenhosamente chamados pela ala mais radical de "mauricinhos e patricinhas" do meio metálico, afinal, além de serem "limpinhos", seu bom comportamento lhes rende elogios dos mais velhos (eita preconceito imbecil #2...).
Musicalmente falando, isto propiciou o surgimento de inúmeras misturas e fusões feitas sem drama de consciência, haja visto a falta de compromisso com esta imagem de rebeldia inata que havia no passado entre os adeptos do gênero.
Dentre as inúmeras misturas que surgiram nos últimos tempos, uma das que mais chamam atenção pelo inusitado é a que alia melodias ditas "góticas" com pitadas de metal - ainda mais quando contam com vocalistas do sexo feminino, que se valem de seus dotes vocais melodiosos para criar um contraponto à agressividade sonora despejada pelos instrumentistas.
É o caso do DAKRUA, banda italiana formada em meados da década de noventa, e que, após passar por algumas mudanças de formação, se estabilizou com os integrantes atuais (vide detalhes mais abaixo), centrando suas forças principalmente na fusão entre os vocais de William Quattrone e Eva Rondinelli, denotando algumas influências confessas de grupos como Anathema, My Dying Bride e Opeth.
Entretanto, existem dois aspectos que os diferenciam das inúmeras outras bandas do gênero, ambos convergindo para o mesmo ponto: o instrumental não é tão "pesado", tampouco tão "gótico"; e o vocal de Eva, embora seja extraordinário, não é exatamente operístico, chegando a lembrar em certos momentos o de Annie Lennox (Eurythmics)...
E é justamente aí que mora o perigo, pois em certas passagens há uma aproximação muito grande com a música pop, o que pode desapontar alguns ouvintes desavisados, mas que, ao mesmo tempo, além de trazer algo de novo, têm uma possibilidade maior de agradar aos que possuem mente aberta ou simplesmente gostam de ambos gêneros.
O primeiro CD, "Inner Wastelands", de 1999, foi lançado no Brasil pela Megahard com adição de três bônus tracks, e pode ser encontrado nas boas lojas do ramo; já o segundo, "Shifting Realities", saiu agora em 2002, e ainda não possui edição nacional.
No que se propõe a banda, ambos trabalhos são muito bem feitos, trazendo composições marcantes, produção excelente, e certamente valem uma conferida por quem gosta do estilo, apenas ressaltando-se o que foi dito acima.
Inner Wastelands:
Under The Vals
Mist
Amor, Vita, Mors
Of Chaos
The Loss
Inner Wastelands
Echos of...
... a Silent Scream
To The Sun
A New Morning
total time: 42:49
Shifting Realities:
Ephemerae
Frozen Sun
The Waiting
Deceive Me
Of Life And Will
Divine Masquerade
Dawn Over
Seas Of Silence
Not Mine
The Outer Void
Wasted Words
total time: 42:03
Formação:
Eva Rondinelli: vocal
William Quattrone: vocals, baixo
Allesandro Buono: guitarra
Marco La Cascio: teclados
Davide Sangiovanni: bateria.
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