Lendas vivas do metal: Ozzy Osbourne, o Madman
Por Mateus Ribeiro
Postado em 22 de dezembro de 2020
O heavy metal começou a tomar forma entre o final dos anos 1960 e início da década de 1970. Conforme o tempo foi passando, o estilo se tornou um fenômeno de popularidade e foi se desenvolvendo através de outras vertentes, como o thrash, o power e o death. Desde os primeiros dias, o metal criou várias lendas vivas. E esses personagens lendários são o assunto da mais nova coluna do Whiplash.net: "Lendas vivas do metal".
O primeiro nome não poderia deixar de ser Ozzy Osbourne, que de longe, é o maior ícone vivo da história do metal. Se acomode em sua poltrona e leia um pouco mais sobre este gigante da música pesada.
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BLACK SABBATH
Se por acaso você passou os últimos 50 anos dormindo ou em uma missão espacial da NASA e não sabe quem é este cidadão, Ozzy Osbourne é conhecido por ter sido o vocalista da formação original do BLACK SABBATH. A banda inglesa é considerada uma das criadoras do heavy metal. Ao lado de Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria), o então jovem Ozzy colaborou muito com o sucesso do SABBATH.
Os primeiros anos de Ozzy ao lado de seus amigos foram maravilhosos. Em pouco mais de cinco anos (de fevereiro de 1970 até julho de 1975), o SABBATH lançou seis discos absolutamente importantes, que até hoje são ouvidos e cultuados: "Black Sabbath" (1970), "Paranoid" (1970), "Master Of Reality" (1971), "Vol. 4" (1972), "Sabbath Bloody Sabbath" (1973) e "Sabotage" (1975). Nenhuma banda de metal conseguiu até hoje lançar seis álbuns tão espetaculares e influentes em sequência. Pode se afirmar que talvez os compatriotas IRON MAIDEN e JUDAS PRIEST tenham feito algo similar, mas o SABBATH conseguiu esse feito sem mudar de formação.
As clássicas "Black Sabbath", "N.I.B.", "Paranoid", "Iron Man", "Sweet Leaf", "Children Of The Grave", "Snowblind", "Changes", "Sabbath Bloody Sabbath", "Symptom Of The Universe" e "Hole In The Sky" são algumas das pérolas que a banda lançou em seu início.
Porém, Ozzy gostava de curtir a vida adoidado, usando e abusando das substâncias ilícitas (também conhecidas como drogas).Os seus excessos acabaram resultando na sua demissão em 1979, colocando um ponto final na formação mais prolífica e influente da música pesada.
BANDA SOLO
A demissão poderia ser o fim da linha para Ozzy, mas para nossa sorte, o Madman se reencontrou e montou a sua banda solo. Os músicos que acompanharam o vocalista na empreitada foram o baixista Bob Daisley, o baterista Lee Kerslake e o então desconhecido guitarrista Randy Rhoads.
Da mesma forma que havia acontecido com o BLACK SABBATH, os primeiros anos da nova banda de Ozzy foram sensacionais. Os dois primeiros álbuns lançados ("Blizzard Of Ozz", de 1980 e "Diary Of A Madman", de 1981) são excelentes e mostraram que o Madman ainda tinha muita lenha para queimar. Músicas como "Crazy Train", "I Don´t Know", "Crazy Train", "Mr. Crowley", "Diary Of A Madman" e "Over The Mountain" colocaram o nome do vocalista em evidência e revelaram ao mundo o talento de Randy Rhoads, que infelizmente, morreu de forma trágica em 1982.
Apesar da tragédia, Ozzy continuou na ativa e lançou mais três álbuns na década de 1980: "Bark At The Moon" (1983),"The Ultimate Sin" (1986) e "No Rest For TheWicked" (1988). Se a carreira do Madman ia bem, o mesmo não pode ser dito sobre o Sabbath, que estava em uma ladeira sem fim.
Já em 1991, foi lançado um dos maiores discos da carreira de Ozzy, o magnífico "No More Tears", que tem como destaques a faixa-título, "Mama, I´m Coming Home" e "I Don´t Want To Change The World".
Naquelas alturas, com pouco mais de duas décadas de carreira e muito sucesso, o carismático Ozzy não precisava provar mais nada pra ninguém e poderia muito bem encerrar as suas atividades. E foi justamente isso que ele tentou fazer, já que a turnê de divulgação do álbum seria a sua última, tanto que recebeu o nome de "No More Tours".
Para a sorte dos fãs (e azar de quem acreditou nessa conversa fiada), Ozzy não se aposentou e em 1995 lançou "Ozzmosis". O disco, que é excelente, foi gravado por uma verdadeira seleção de músicos, incluindo o baixista Geezer Butler, o baterista Deen Castronovo e o tecladista Rick Wakeman. Além disso, os geniais Lemmy Kilmister e Steve Vai, que dispensam apresentações, participaram do trabalho, como compositores.
REUNIÃO
Em novembro de 1997, o sonho de muitos fãs foi realizado e Ozzy se juntou ao BLACK SABBATH para dois shows. As apresentações resultaram na gravação do álbum ao vivo "Reunion", lançado em outubro de 1998 e que mostra a banda em grande forma. O trabalho também apresenta duas músicas inéditas, "Selling My Soul" e "Psycho Man". Essas foram as primeiras composições da banda em quase 20 anos.
SÉCULO XXI
Ozzy chegou com tudo no novo século e em 2001, lançou o bom "Down To Earth", que se não remete aos melhores momentos de sua carreira, tem uma das músicas mais belas de toda sua carreira, a balada "Dreamer".
A vida do nosso querido e grandioso Ozzy quase chegou ao fim de forma trágica (e cômica). Em 2003, o Madman quase passou de fase ao sofrer um bizarro acidente enquanto passeava com um quadriciclo. Felizmente, ele conseguiu se recuperar.
[an error occurred while processing this directive]ELE NÃO QUER PARAR
Após a sua recuperação, Ozzy voltou a fazer o que mais sabe na vida: música. Em 2005, lançou "Under Cover", um álbum tributo que homenageia artistas como BEATLES, MOUNTAIN e ROLLING STONES. O disco seguinte, intitulado "Black Rain", traz uma das músicas mais legais desta fase "recente", que tem um título muito sugestivo: "I Don´t Wanna Stop". De fato, ele não queria parar (mesmo com quase sessenta anos de idade) e em 2010, lançou outro álbum mediano, "Scream".
MAIS UMA REUNIÃO E O FIM DO SABBATH
Em 2011, o SABBATH se reuniu mais uma vez, porém, sem o baterista Bill Ward. A banda gravou um novo álbum, intitulado "’3", que foi lançado em 2013. Para divulgar o trabalho e matar a curiosidade de quem nunca havia visto Ozzy, Tony Iommi e Geezer Butler ao vivo, foi realizada uma turnê.
Alguns anos mais tarde, em 2016, teve início a última tour do SABBATH, que recebeu o digno título "The End". Em fevereiro de 2017, o grupo encerrou as suas atividades com show realizado em Birmingham, cidade natal dos músicos.
Ao menos na teoria, acabava ali a trajetória da banda mais importante do heavy metal. Porém, a de Ozzy ainda tinha muito chão.
[an error occurred while processing this directive]PROBLEMAS DE SAÚDE E MAIS UM DISCO NOVO
Após o fim do SABBATH, Ozzy retomou as atividades com sua banda e realizou a "No More Tours 2". Porém, os problemas de saúde começaram a aparecer e ele teve que cancelar todos os shows que faria em 2019.
No início deste ano, o músico revelou que sofre Mal de Parkinson, o que não foi suficiente para o fazer parar, já que em fevereiro, foi lançado "Ordinary Man", décimo segundo disco de estúdio de Ozzy. O álbum traz participações especiais, incluindo o também gigantesco Elton John, que participa da belíssima música que dá nome ao trabalho.
Se você acha que a história dele termina por aí, é bom tirar o cavalo da chuva. Afinal de contas, ele já está gravando mais um álbum de estúdio, como pode ser visto na matéria abaixo, redigida por Igor Miranda e publicada no dia 17 de dezembro.
Não é nenhum exagero afirmar que Ozzy é o maior personagem do heavy metal. Seja pelos trabalhos que gravou, seja pela longevidade, ninguém consegue chegar perto do que este simpático e desengonçado senhor fez pela música pesada. Uma lenda viva do metal, que merece nosso respeito e nossa gratidão.
Obrigado, Ozzy!
Nome completo: John Michael Osbourne
Data e local de nascimento: 3 de dezembro de 1948, em Birmingham (Inglaterra)
DISCOGRAFIA
BLACK SABBATH
"Black Sabbath" (1970)
"Paranoid" (1970)
"Master Of Reality" (1971)
"Vol. 4" (1972)
"Sabbath Bloody Sabbath" (1973)
"Sabotage" (1975)
"Technical Ecstasy" (1976)
"Never Say Die!" (1978)
"13" (2013)
OZZY OSBOURNE
"Blizzard Of Ozz" (1980)
"Diary Of A Madman" (1981)
"Bark At The Moon" (1983)
"The Ultimate Sin" (1986)
"No Rest For The Wicked" (1988)
"No More Tears" (1991)
"Ozzmosis" (1995)
"Down To Earth" (2001)
"Under Cover" (2005)
"Black Rain" (2007)
"Scream" (2010)
"Ordinary Man" (2020)
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