Krautrock: 5 álbuns para conhecer o estilo
Por Everton Santos
Postado em 16 de junho de 2020
No final da década de 1960 o mundo passava por uma efervescência na esfera cultural. Movimento hippie, festival de Woodstock e os shows do Hyde Park sacudiram o cenário musical da época. Foi nesse contexto, que, entre o final da década de 1960 e o começo da década de 1970, surge na Alemanha mais um subgênero do Rock. Numa mistura de rock progressivo no estilo PINK FLOYD a uma psicodelia à lá VELVET UNDERGUND o Kraut foi ganhando a sena da Alemanha. O estilo ainda incorporava a música de vanguarda do século XX (música concreta), incluindo passagens pelo minimalismo e chegando até o Free Jazz, além de usar e abusar do experimentalismo musical.
Assim que estas bandas alemãs começaram a fazer sucesso jornalistas ingleses de uma forma pejorativa cunharam o termo Kraut, acredita-se que tenha sido criado por ela a partir da expressão popular Kraut, que significa uma pessoa alemã, e por sua vez derivada do prato tradicional alemão chucrute, sauerkraut (literalmente "repolho azedo"). No entanto, muito por causa do sucesso dessas bandas, o termo ganhou mais tarde um significado positivo, sendo atualmente visto como um título de reconhecimento ao invés de insulto.
O Krautrock não ficou apenas na Alemanha, ao contrário, ganhou o mundo e inspirou estilos e bandas no decorrer da história, o Pós-punk, o Rock Alternativo e a Música Eletrônica foram alguns dos gêneros influenciado pelo estilo do rock alemão. Mais ainda, o próprio DAVID BOWIE, ficou atônito e apaixonado pelo Kraut, dando início a sua famosa Trilogia de Berlin.
Future Days – Can
Considerados os pioneiros do movimento, o CAN lança o ‘’Future Days’’ em meados dos anos de 1973. A banda explora amplamente os elementos ambientais fugindo das estruturas tradicionais do rock, no lugar disso, criando paisagens sonoras amplas e nebulosas dominadas por ritmos percoladores e camadas evocativas de teclas. O álbum foi classificado pela revista Rolling Stones em 8° lugar entre os 50 melhores álbuns do Rock Progressivo de todos os tempos, além de nomeado pelo Pitchfork como o 56° álbum dos anos de 1970.
Neu! – Neu!
‘’Neu!’’ é o álbum de estreia do grupo homônimo, lançado no final de 1972 pela dupla MICHAEL ROTHER e KLAUS DINGER depois de deixar a também alemã KRAFTWERK em 1971. O disco é repleto de sintetizadores e com uma rígida batida programa, além de muita experimentação musical levando o ambiente a um astral bastante eletrônico. O álbum vendeu bastante na época, sendo também um grande influenciador de artistas como DAVID BOWIE, IGGY POP, BRIAN ENO e o grupo britânico de Pós-punk, JOY DIVISION; além de ser influencia para grande parte do cenário da música eletrônica atual. Foi eleito pela Fact o 36° discos da década de 1970.
Zeit – Tangerine Dream
O ‘’Zeit’’ é um álbum conceitual da banda TAGERINE DRAM com uma proposta ousada de uma ‘’sinfonia eletrônica espacial’’.Com uma atmosfera futurista espacial, o disco é repleto de vozes, ruídos e sons fantasmagóricos do espeço, levando o ouvinte a ter uma experiência quase mística e transcendental em 76 minutos de um som sombrio ambiente.
Yeti - Amon Düül II
Segundo álbum das banda, lançado no começo de 1970, ‘’Yeti’’ traz uma sonoridade psicodélica e vanguardistas, tido como a obra prima do AMON DUU II, o disco traz o rock dentro do contexto do Free-Jazz de MILES DAVIS e JOHN COLTRANE, além de solos frenéticos de guitarra.
Uma curiosidade da cara é que ela é composta por um ceifador que parece envolto a uma labareda. A imagem é de Wolfgang Krischke, um dos membros originais da comunidade AMON DUUL. Pouco tempo depois de tirar esta icônica foto, ele morreu de hipotermia ao viajar para a casa dos pais em um inverno rigoroso e se perder após tomar LSD.
Autobahn - Kraftwerk
O 4° álbum do KRAFTWERK, ‘’Autobahn’’, é o mais famoso disco do grupo e considerado uma obra prima. Lançado em 1974, o álbum traz um pulso eletreonico hipnótico e guitarras em transe ainda mais hipnotizantes. Dentro da ‘’Autobahn’’ as raízes do Electro-funk, Ambiente e Synth pop são evidentes, é um álbum pioneiro, mesmo que seus transes eletrônicos possam não atrair a atenção de todos os ouvintes.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Os 5 discos de rock que Regis Tadeu coloca no topo; "não tem uma música ruim"
Dave Mustaine fala sobre "Ride the Lightning" e elogia Lars Ulrich: "Um excelente compositor"
Wolfgang Van Halen diz que as pessoas estão começando a levar seu trabalho a sério
Dave Mustaine cutuca bandas que retomaram atividade após turnês de despedida
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
O que Max Cavalera não gostava sobre os mineiros, segundo ex-roadie do Sepultura
Motörhead "salvou" baterista do Faith No More de ter que ouvir Ted Nugent
Os trabalhos do Guns N' Roses que Slash evita rever; "nem sei o que tem ali"
A melhor música do AC/DC de todos os tempos, segundo o ator Jack Black
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
O padrão que une todos os solos da história do Iron Maiden, segundo Adrian Smith
Dave Mustaine não pensou no que fará após o fim do Megadeth
A única banda de rock brasileira dos anos 80 que Raul Seixas gostava
Metal Hammer inclui banda brasileira em lista de melhores álbuns obscuros de 2025
Clemente segue no CTI, informa novo boletim médico

E se cada estado do Brasil fosse representado por uma banda de metal?
Alcest - Discografia comentada
A música que seria descartada, mas acabou virando um hit imortal do Rock
CDs: sua coleção pode valer uma fortuna e você nem sabe disso


