Adrenaline Mob: Um pouco sobre David Z.
Por Carol Maiden
Postado em 15 de julho de 2017
As vezes parece que músicos só se tornam notícia ou recebem homenagens quando morrem né. Infelizmente a realidade é que as notícias que são divulgadas na grande parte das vezes, são sobre as bandas ou músicos que estão em evidência, o famoso 'ta na boca do povo'. E como existem milhares de bandas mundo afora, é quase impossível falar sobre todas com o mesmo ênfase. E quando uma notícia se espalha, o alvo da informação se torna 'a banda do momento', mesmo que seja pra falar sobre uma grande tragédia. Na visão de alguns leitores, isso equivale a 'nossa, virou famoso porque morreu?', 'fulano quer ganhar clics em cima de desgraça', 'ah, agora todo mundo é fã né', 'ninguém falava dele quanto estava vivo' e por aí vai. Depende do conteúdo, a intenção pode mesmo se encaixar nas descrições acima não é mesmo? Mas não é o caso aqui. Nunca é fácil noticiar a partida de alguém, especialmente daqueles que influenciam nossas vidas com o talento que possuem. Não é nem justo com quem se vai nem com os que ficam, usar um momento tão doloroso para frisar os acontecimentos de forma invasiva. Pensando nisso, vamos falar um pouco sobre David Zablidowsky, músico, cineasta, ator, multi-instrumentista, amante da música e da arte, afinal, um artista merece ser lembrado pelo que ele é, pelo que fez.
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Filho de pai judeu (que também tocava baixo) e mãe colombiana, nasceu no Brooklyn, Nova York e tinha dois irmãos. Aos 38 anos, David (que decidiu assinar seu nome artistico como David Z, graças a seu sobrenome difícil de ser pronunciado) integrava uma superbanda de Heavy Metal, o ADRENALINE MOB, onde assumiu a posição de baixista desde Março, no álbum We the People, lançado em 2017. Antes disso, ele já tinha uma trajetória musical bem definida.
Ao lado de seu irmão mais velho, Paul Zablidowsky (ou Paulie Z como passou a ser conhecido) eles começaram seus primeiros passos musicais como qualquer jovem começa, brincando, fazendo guitarras de papelão e tocando para uma platéia imaginaria. A banda de nome LEGEND, foi seu primeiro contato musical mais 'real' e David classificava o som como 'muito parecido com Iron Maiden'. Em seguida passou a integrar a banda October Thorns, que tinha um estilo mais prog, quase um Dream Theater, só que mais pesado (palavras do David também). No vídeo a banda October Thorns toca um cover do Rush (David é o rapaz que canta, acredite se quiser)
Um ano antes de integrar o October Thorns, David e Paul fundaram uma dupla chamada The Z Brothers, em 1998, onde trabalhavam fazendo músicas para crianças e rapidamente espalharam sua fama e passaram a fazer shows em festas de aniversário (entre muitos de seus clientes estavam Robert DeNiro e Michael J. Fox). Em 2002, ao lado do amigo de infância e baterista Joey Cassata (que ja fez parte do Blue Man Group, sim, esse mesmo com os caras azuis), criaram o trio chamado ZO2 (inicialmente batizado de CO2), cuja fama foi imediata devido ao talento dos músicos, levando-os a abrir os shows do Rock The Nation de 2004, onde as bandas KISS e POISON se apresentaram.
O trabalho no ZO2 culminou em 3 álbuns (Tuesdays & Thursdays de 2004,
Ain't It Beautiful de 2007 e Casino Logic de 2009). Além disso, a banda lançou uma série para a TV americana IFC chamada Z Rock, exibida de Agosto de 2008 a Agosto de 2009. Nela é contada a história dos irmãos Z, que durante o dia tocavam em festa de criança (afinal, eles tinham que pagar as contas né) e a noite, assumiam sua identidade nada secreta de rockstars. Entre os episódios da série, estão convidados especiais como Dee Snider (que participa do episódio 7, onde a banda enfrenta um dilema), Dave Navarro (que participa do episódio 6, onde atua como diretor de um clipe para a banda, porém as coisas ficam estranhas, já que Dave acaba de sair de uma filmagem 'para adultos') além das participações de Marky Ramone, Sebastian Bach,Eddie Trunk e Steel Panther. Já deu pra perceber que a série é baseada em fatos reais né.
Mas um pouco antes, em 2000, David também marcava seu nome em outra banda (esse rapaz esta em todos os lugares ao mesmo tempo parece), a Trans-Siberian Orchestra, banda de metal progressivo formada em 1996. Ele esteve na formação por 6 anos (2000 a 2006) retomando sua posição em 2010. No vídeo abaixo, David caminha rumo ao público durante o show (e ainda da uma rebolada para alegria dos nossos olhos). Quantos músicos atualmente você vê agindo com essa alegria e simplicidade diante da platéia?
Em 2002, esteve em turnê na banda Joan Jett and the BlackHearts, além de dividir seu tempo entre todos os trabalhos citados até agora, atuando na banda Rubix Kube, cujo tema é anos 80, tocando os melhores sucessos da época.
Em 2013, ele participa da turnê do álbum Damage Control, acompanhando a banda solo de Jeff Scott Soto. Em 2014 ele passa a ser membro da banda SOTO.
Em março desse ano, ele passou a integrar o Adrenaline Mob. A banda foi fundada em 2011 pelos músicos Russell Allen, Mike Orlando e Mike Portnoy. Algumas mudanças aconteceram na formação da banda ao longo do tempo e Jordan Cannata (baterista) juntamente com David foram escolhidos para integrar a formação mais recente. O último álbum do Adrenaline Mob, chamado We The People, foi lançado em 2 de Junho contendo 13 faixas e mantendo toda a essência dos primórdios da banda. Infelizmente, esse foi o último trabalho de David.
As últimas informações (de fonte pessoal e segura) é de que os músicos Russell e Mike Orlando não correm risco de morte, eles e Robert Dressler (passageiro) estão em estado estável embora machucados e o baterista Jordan está em estado mais delicado (em respeito ao músico e familiares, maiores informações não serão dadas pois o momento é doloroso e confirmações maiores são de direito dos familiares apenas, a função da imprensa é informar sem invadir). Jason McCole (motorista), Dale Campiglia e Janet Rains (manager da turnê), passageiros que viajavam junto com os músicos, estão em estado crítico também.
David deixou os palcos do mundo para integrar alguma super banda em outro lugar e esse é um pequeno resumo de quem foi esse músico de talento nato, cativante e ao mesmo tempo simples. Várias contribuições suas tornaram as bandas pelas quais passou, muito mais fortes, as linhas fortes e vigorosas de seu baixo trouxeram ao público uma energia que jamais será apagada. Afinal, é pra isso que a música serve, para marcar de uma maneira que nada apaga. Aqui fica nosso agradecimento e profundo respeito ao músico, ao artista e a pessoa que David é, afinal ele sempre existirá no coração de todos os fãs. E também nosso desejo de que todos os envolvidos nesse momento tão difícil se recuperem e sigam em frente.
Descanse em paz, David.
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