Bon Iver: O inverno do rock alternativo
Por Ricardo de Alencar Igreja
Fonte: Blog 'Um Cadinho de Songs'.
Postado em 29 de fevereiro de 2012
Antigamente, antes da internet, a gente se deparava com uma dica na 'Revista Bizz', uma música na 'Fluminense FM', mais tarde uma nota no Dapieve do 'O Globo', ou mesmo aquela dica do amigo roqueiro no bar, na praia, sobre uma banda nova que ele não parava de escutar e você também iria adorar, 'é a tua cara', dizia o amigo. Hoje em dia, você liga o computador e se depara com um vídeo despretensioso no 'facebook', postado por aquela amiga que gosta de uns sons diferentes, meio indies. Você fica meio desconfiado, 'será que eu vou curtir?', mas clica mesmo assim...resultado: um grande vídeo, com uma banda nova que faz aquele som indie-folk-rock simples que você tanto aprecia hoje, no meio de tantas bandas pretensiosas. Pois bem, tudo emoldurado por um vídeo lindíssimo, gravado na fria Islândia com aquelas paisagens de poster de agência de viagens, uma criança 'fofinha' no meio daquela paisagem devastadora de bela e selvagem, com aquela música maravilhosa de canto em falsete, violões, baixo vibrante, cama de 'piano' para deitar, fechar os olhos e viajar... e refrescar este verão achapante.
Isso tudo é o BON IVER (das palavras francesas "bon" e "hiver", que significa "bom inverno"), no vídeo da música "Holocene", que você vê abaixo para entender melhor o que eu estou dizendo:
Trata-se de uma banda folk norte-americana liderada e fundada por Justin Vernon no ano de 2007, em Eau Claire, Wisconsin. Lançou um álbum em 2008 intitulado "For Emma, Forever Ago- Bon Iver", e um EP (Blood Bank EP).
Justin Vernon é secundado por Sean Carey (drums, vocals, piano), Michael Noyce (vocals, baritone guitar, guitar) e Matthew McCaughan (bass, drums, vocals). Noyce foi aluno de guitarra de Vernon durante o "high school". Eu escutei de uma só vez o segundo disco, de mesmo nome da banda que lembra o SIGUR ROS, o ARCADE FIRE e até o mesmo o velho e bom grupo folk-rock CROSBY, STILLS, NASH & YOUNG. Não consegui esquecer as músicas, escutando de novo no mesmo dia, percebendo coisas diferentes, climas diversos e sentimentos idem. É um som para se escutar nos fones de ouvido, contemplando a natureza, ou de olhos fechados... inspirador, lírico e interessante demais, especialmente as harmonias vocais da banda em um mix de indie rock, folk e até de música eletrônica.
Por causa do extenso uso de harmonias vocais no primeiro disco "For Emma, Forever Ago - Bon Iver", Vernon considerou que não teria vozes suficientes para duplicar o som das canções do álbum ao vivo. Para compensar este problema a banda distribuiu, em apresentações recentes, letras das músicas para o público cantar junto. Vernon descreveu este dilema: "Eu não quero ser o cara com um violão cantando músicas acústicas, porque isso é chato para a maior parte das pessoas. A música realmente precisa 80-500 pessoas cantando ou seja qual for a vibe do ambiente, ele precisa dessa luta".
O primeiro álbum da banda foi recebido com interesse pela crítica americana, apesar da forte crítica ao modo como são cantadas as letras das músicas que, segundo as exageradas críticas, chegam ao limiar do imperceptível. Contudo, músicas do álbum chegaram a ser executadas em cenas de séries como Dr. House, Grey's Anatomy e Chuck. "For Emma, Forever Ago - Bon Iver" foi lançado em 2008 pela editora Virgin Records. O álbum nasceu de um período de isolamento de Justin Vernon, que se fechou durante meses num local remoto do estado americano do Winsconsin. O álbum foi produzido por Justin Vernon, inteiramente na sua cabana de retiro, compondo sozinho o álbum completo.
BON IVER tocou no Lollapalooza 2009 e também participou do Austin City Limits Music Festival, Bonnaroo, Glastonbury, Øyafestivalen, Way Out West and Sasquatch!, dentre outros.
"Skinny Love" ao vivo no Later with Jools Holland Show,
Em 2011, o BON IVER retornou com um disco com o mesmo nome da banda e que chega a ser tão bom quanto "For Emma, forever ago - Bon Iver". Descrito como ambicioso, "Bon Iver - Bon Iver", tem músicas como "Perth", "Holocene", "Minnesota", "WI" e "Calgary" que são cativantes logo na primeira vez que se escuta. A maioria das faixas possui elementos diversos do folk, do indie e até da música eletrônica. Entre pontos altos e baixos, onde só se ouve o bom e velho instrumento de corda seguido do fabuloso falsete de Justin Vernon, as músicas desenrolam-se suaves.
Deste álbum eu destacaria, "Perth", com o que parece ser uma banda marcial, a sutil "Wash" e ainda a delicada e solitária "Holocene" que fica ainda mais bonita com seu vídeo, lançado recentemente, cheio de paisagens da Islândia que você só via em wallpaper do Windows.
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