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Iron Maiden: Relato de Belém de fã que acompanhou a banda

Por Adriano Ribeiro
Postado em 24 de abril de 2011

Após um vôo tranquilo de cerca de duas horas chegamos, enfim, a Belém. Eu estava acompanhado de Ricardo e Fátima, dois dos mais fanáticos fãs de IRON MAIDEN que alguém possa conhecer, e Bruno "The Crying Man", o brasileiro que apareceu por bons 40 segundos no "Flight 666", chorando emocionado após conseguir a baqueta arremessada por Nicko McBrain no show de Curitiba, em 2008.

Sabíamos que estávamos pelo menos meia hora a frente do Ed Force One então, ao invés de seguir para o hotel, nos posicionamos em uma área onde daria pra acompanhar melhor o pouso da aeronave. Muitos fãs já estavam aguardando, mas a cada minuto chegava mais. Uma repórter da TV Liberal tentou fazer uma reportagem comigo, mas Bruno estava do meu lado, e ele é obviamente mais famoso do que eu. Disse que se ela quisesse eu daria a entrevista, mas que ali estava alguém que seria mais interessante. Como já estava com minha filmadora na mão, para tentar filmar o pouso do Ed Force One, filmei a entrevista em paralelo ao cameraman oficial da emissora. O som não está bom, mas fica como registro de nossa chegada à cidade.

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No meio da multidão, surge um rosto conhecido e inesperado. Lorena é uma belenense que conheci no Orkut que se tornou muito amiga minha, me dando muitas dicas de como tornar mais fácil e agradável minha passagem pela cidade. Eu não esperava encontra-la ali, mas diretamente no hotel - já que ela foi a única da cidade que se interessou em me ajudar, a havia convidado, ainda antes de sair de São Paulo, para que me encontrasse no hotel e tivesse também chance de tentar conhecer seus ídolos. Em alguns minutos, o pessoal começou a gritar: o Ed Force One finalmente tocou o solo de Belém, e todos se agruparam nas janelas circulares que ficam na lateral do saguão onde estávamos. Eu nem cheguei perto. Não tinha tanta gente assim, mas eu que não ia ficar me acotovelando só para ver o avião, ainda mais que já o tinha visto antes em outras oportunidades, como em Manaus, dois anos antes, e em Brasília, dois dias antes.

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Avião no solo, hora de seguir para o hotel. Chamei a Lorena e, quando estávamos quase entrando no táxi, Ricardo me chamou e disse que na confusão haviam furtado a carteira do Bruno, e que eles iam ficar lá mais um pouco pra tentar resolver isso. Ok. Eu não podia fazer nada para ajudar, então entrei no táxi e segui. Chegando ao hotel, a confusão estava generalizada. Dezenas de fãs amontoavam-se nas grades do hotel, enquanto a banda fazia o check-in. O fotógrafo oficial, John McMurtrie, fazia a festa, tirando uma foto atrás da outra. Só havia um pequeno problema: eu estava ali, queria entrar, mas para os seguranças era apenas mais um cabeludo com camiseta do IRON MAIDEN. Quando consegui me identificar como hóspede, "virei doutor" na hora, e eles tiveram que se virar para me colocar pra dentro sem que outros invadissem.

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Dentro do hotel, fui fazer o check-in. Como em Brasília, dividi o quarto com um amigo para baratear as despesas, desta vez o Humberto. Eu ainda não o conhecia pessoalmente, mas tinha boas indicações do Padro e do Ricardo, que já haviam voado com ele no Bruce Air em 2010. Mas havia problemas: a reserva estava no nome dele, e indicava que era para duas pessoas, mas não indicava quem seria o segundo hóspede. Mesmo apresentando a cópia de um e-mail do Humberto com o número da reserva e outros dados pertinentes, o atendente disse que seria necessário esperar a "chegada do senhor Humberto" para liberar a minha entrada. O único problema é que "o senhor Humberto" estava naquele exato momento na sala de embarque do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, e só chegaria várias horas depois. Até concordo que certas medidas de segurança têm que ser tomadas, para que alguém não se aposse indevidamente da vaga de outro hóspede e se instale uma confusão maior ainda. Mas eu estava com todos os dados da reserva ali, e até propus pagar uma diária extra e, quando o Humberto chegasse, se eu não fosse o outro hóspede, poderiam me expulsar e ficar com o dinheiro ou, se fosse verdade, me estornariam. Ainda assim, nada feito. Bom, se quisessem me deixar pra fora, eu não poderia fazer nada. Mas assim que o "senhor Humberto" chegasse e confirmasse minha história, eu "tocaria o puteiro" naquele hotel, até porque eu não estava lá de favor, pois pagaria uma diária e, ele, a outra.

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Naquele momento, eu tentando resolver a situação, Lorena me cutucou repetidas vezes. Eu perguntei o que era, e ela "É o Nicko! É o Nicko!". Até hoje me xinga pela resposta: "E daí?!". Bom, o atendente disse que eu só poderia entrar se o "Senhor Humberto" enviasse um e-mail a partir do endereço que fez a reserva, confirmando que eu era o segundo hóspede. Liguei para o Humberto, que conseguiu, de lá da sala de embarque, ligar para a central de atendimento do hotel e confirmar meu nome. Primeiro problema resolvido e era hora de resolver o segundo: resgatar o ingresso para o show do dia seguinte.

Lorena e um amigo conduziram a mim, o Ricardo e a Fátima (que chegaram durante a confusão, após deixar Bruno na delegacia do aeroporto), até o shopping-center, que não era tão longe assim. Mas lá não estavam mais trocando vouchers por ingressos, então teríamos que ir diretamente à sede da produtora, BIS Entretenimento. Tão legal chegar lá e ver um cartaz do Restart ao lado do cartaz do IRON MAIDEN. Vejam na foto minha cara de feliz! Mas conseguimos nossos ingressos. Era hora de retornar ao hotel e "trabalhar" um pouco.

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O curioso de Belém é que você passeia pelas ruas da cidade e o pessoal vai "mexendo" com você. Acho que não conseguíamos dar 15 passos sequer sem ouvir algo como "Ae Airon Mêidi!". Ricardo me cutucou e disparou "porra, aqui em Belém o pessoal é babaca pra caralho", o que concordei. Que fique claro: estávamos falando de pessoas comuns, que não perdem a oportunidade de mexer com quem está usando camiseta da banda, não dos verdadeiros headbangers belenenses. Pior: Lorena me disse que era sempre assim, mesmo quando a banda não está na cidade. Em suas próprias palavras: "você sai com a sua camisa do Maiden, entra no busão, desce dele... e todo mundo te olhando com cara de ET, como sempre".

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Voltamos e encontramos o Bruno na porta do hotel. Ele havia feito um B.O. mas estava sem grana, sem cartões, sem nada para sobreviver no mínimo até Curitiba, sua cidade natal. Para chegar até lá, usou dinheiro emprestado pelo Ricardo. Se ele ouvisse a mim e ao Ricardo, sacrificaria os shows de Belém e Recife, tomaria um avião de volta para casa, e trataria de tirar documentos novos, até porque ele seguiria para a parte argentina e chilena da turnê, e sem documentos seria complicado. Mas Bruno, que não estava se hospedando nos hotéis da banda, embora os frequentasse sem grandes problemas por sua amizade conosco e com o crew da banda, decidiu continuar. Bom, alguém teria que lhe dar um suporte, então, sobrou pra gente...

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Lorena foi para casa, mas voltaria depois. Descobri que estava hospedado no mesmo andar que o Steve e o Nicko. O restante estava hospedado um andar acima, onde tem uma pequena sala, chamada executive longe, onde hóspedes tomam café da manhã ou fazem um lanchinho de tarde. Resolvi aparecer por lá para ver o que estava acontecendo. A caminho, no elevador, um menino muito ansioso, de uns nove anos, talvez, me perguntou se eu já tinha visto alguém da banda. Queria saber se conseguiria fotos com eles, esse tipo de coisa. Mas nem me deu tempo de responder, e ele já tinha o começo de sua resposta, pois assim que o elevador chegou ao andar do lounge, eu saí, e o Bruce Dickinson entrou. A cara do moleque foi impagável, e os dois desceram juntos. Mais uma vez o ignorei, pois poderia muito bem ter descido também. Pra registro: depois fiquei sabendo que o moleque havia conseguido fotos e autógrafos de ao menos cinco deles. Uma de suas fotos foi parar até mesmo no site oficial. Ser criança é sempre mais fácil nessas horas...

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A funcionária responsável pelo lounge, Alessandra, é supersimpática. Perguntou se eu estava com a banda, eu expliquei que não, que só era fã, e contei algumas histórias. Ela disse que não fazia muito tempo que todos estiveram lá, e mostrou as fotos que tirou com alguns deles. Resolvi pegar meu notebook e postar algumas fotos no Orkut, já que lá tem internet grátis para hóspedes. Desci pro meu andar, peguei o que tinha que pegar, e estava esperando o elevador, quando Nicko McBrain apareceu. Ele me cumprimentou mais uma vez como "o cara que não sorri em fotos" e ficamos conversando sobre o show de Brasília até o elevador chegar.

Mais de noite fui até a área da piscina, no térreo, onde tem um quiosque que funciona como bar. Janick estava lá. Bruce também, mas cercado de seguranças. Ricardo me disse que o Dave estivera lá há pouco e, com a ajuda de Jeffrey, um dos seguranças oficiais da banda, que é seu amigo, havia conseguido a foto com ele. Ficamos ali conversando, bebendo e observando a situação. Lorena voltou. Bruno conseguiu entrar no hotel. Humberto chegou, enfim. Família Maiden reunida.

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Lorena não podia acreditar. Estava a menos de meio metro do Bruce. Se esticasse o braço, tocaria nele. Se olhasse para o outro lado, veria Janick trocando idéias com fãs. Então, incentivei-a a chegar nele e conseguir sua foto. Ela queria que eu a acompanhasse, mas eu não iria: já tinha foto com ele desde São Paulo e não o incomodaria mais. Mas nada me impedia de dar dicas para que ela conseguisse. Reunindo toda sua coragem, ela foi e, fácil, conseguiu. A foto ficou muito legal, de mãos dadas e tudo...

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Pouco mais tarde, reparei que Bruno e Michael Kenney estavam conversando, sentados em sofás em uma área intermediária entre a área da piscina e a recepção do hotel. Chamei Lorena e Humberto e disse "Michael Kenney está ali, fácil de conseguir". Os dois foram e, claro, conseguiram. Após o término da conversa, Bruno me disse que encontrou Kenney ali, sozinho, e passaram a conversar. Ele estava chateado porque, apesar de ser um dos membros mais antigos do IRON MAIDEN, inclusive tocando com a banda em todos os shows, ninguém sabia quem ele é, ninguém pedia fotos e autógrafos, ninguém o assediava. Sem querer, acabei fazendo um baita favor a ele, pois ainda sem saber dessa conversa, enviei os dois para aborda-lo. Espero mesmo que tenha feito bem, pois o Kenney é um cara bacana demais.

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Como as opções para jantar dentro do próprio hotel seriam provavelmente caras, perguntei para Lorena se ela conhecia algum lugar onde poderíamos comer alguma coisa. Mas Lorena é bem underground, e qualquer barraca de cachorro quente da esquina serve. Foi lá que ela me levou. Eu nem ligo, a acompanhei de boa. Dei uma olhada no cardápio e, apesar de várias opções de lanches, pedi o simples: cachorro quente. Já na primeira mordida, reparei que vinha com picadinho, que não estava listado como ingrediente que compõe o lanche (vinagrete etc.) mas, a principio, não liguei muito. Quando cheguei à metade do sanduíche, a ficha caiu: cadê a porra da salsicha?! E então descobri que lá hot-dog é uma coisa, cachorro quente é outra (wtf?!). Esse negócio de regionalismo é engraçado. Há alguns anos morei em Vila Velha (ES) e, lá, o cachorro quente vem com ingredientes como presunto, salame, ervilha, milho, uva passa e ovo de codorna. Isso é estranhíssimo para um paulistano acostumado com cachorro quente com purê de batata. E lá, eles estranham o purê. Também estranham usarmos azeite na pizza. Lá usam catchup e maionese - o que observei ser bem comum pelo Brasil afora, provavelmente somos nós, de São Paulo, os esquisitos... Em Volta Redonda (RJ), onde também morei, era assim também, tanto no sanduíche, quanto na pizza. Enfim, apesar do nome igual, os ingredientes podem mudar muito de um lugar para o outro. É sempre bom tomar cuidado...

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No dia seguinte, acordei por volta do meio dia. Fazer isso em turnê é péssimo, pois perde-se a oportunidade de tomar café da manhã com os caras do Maiden e/ou da equipe. Mas a nossa turnê, dos fãs, é muito mais pesada que a deles, da banda, porque nós estamos o tempo todo na caça de fotos e autógrafos, então acordamos cedo para tentar o café da manhã com eles, e dormimos tarde, após altas horas da madrugada no bar, até o último deles se retirar para dormir. Se três deles já se livraram de mim (Janick, Nicko e Adrian), ainda faltavam os outros três (embora eu tivesse dúvidas se realmente queria uma foto com o Bruce). Se para a banda basta sair do hotel na van e entrar no aeroporto por entradas especiais que o Ed Force One já está ali imponente, os esperando, para nós, os fãs, os trâmites são normais. Check-in, sala de embarque, portão de embarque e bla bla bla...

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Nesse dia percebi pela primeira vez algo perturbador. Hoje estou em Belém, ontem estava em Brasília, amanhã estarei em Recife. Há dois dias era "hoje estou em Brasília, ontem estava no Rio, amanhã estarei em Belém". Depois de amanhã seria "hoje estou em Recife, ontem estava em Belém, amanhã estarei em Curitiba". Era essa a situação da minha vida, a cada dois dias. Comecei também a confundir os números de quarto do hotel. Eram tantos os quartos que fiquei, que já nem sabia mais qual era o meu. Ricardo me aconselhou a tirar foto do numero do quarto com o celular. Então, se ficasse confuso, nada que uma consulta rápida não resolvesse.

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Bruno, eu e Humberto fomos almoçar no shopping. Mais uma vez, ouvimos um monte de "ae Airon Meidi". Haja saco! Houve até um vendedor que nos abordou dizendo "CD, DVD do IRON MAIDEN!?". Olhamos e ele segurava um DVD pirata de "Flight 666". Zuando, respondi, apontando para o Bruno: "Você não o reconhece? Ele está no filme!". Saímos rindo e ele ficou com cara de paisagem total. Ao chegarmos ao hotel, fiquei lá fora fumando e trocando ideia com os fãs que aguardavam na frente. Era um pessoal bacana, verdadeiros fãs de IRON MAIDEN. Mas recebi muitos pedidos do tipo "leva esse álbum e pede para o Dave autografar?!". Foi o que expliquei pra eles: a única diferença é que estou dentro e eles fora, mas a dificuldade de chegar perto dos caras é a mesma. Mesmo o Nicko, que estava de boa comigo, imagine se eu chegasse até ele com 45 itens para autografar, certamente me mandaria "para aquele lugar". Nessa hora você acaba passando pelo chato que não está a fim de ajudar com uma coisa simples, mas é a real. Tanto que, em Belém, eu não consegui nada, com ninguém. Mas tive minha chance.

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Dave passou pela recepção, sozinho, e resolvi segui-lo. Ele entrou no corredor que leva aos elevadores e, quando cheguei, não estava mais lá. Caminhei e reparei que ele havia entrado em uma sala que funciona como banca de jornais. Eu que não iria atrapalhar suas compras, mas certamente tentaria a foto quando ele saísse de lá. O problema é que eu estava sozinho e "desarmado" (sem câmera nem materiais autografáveis). A única câmera era a do celular (que felizmente tem câmera frontal também), então resolvi tentar assim mesmo. Assim que ele saiu, pedi a foto. Ele me olhou de forma estranha. Eu disse "very quickly" ("rapidinho", em tradução livre). Desbloqueei o celular, acessei a câmera, alterei para a câmera frontal... E vi, no visor, que Dave havia se afastado e me deixou falando sozinho. PQP! Fui trollado duas vezes pelo Dave, em dois dias...

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Quase na hora de ir para o show, acompanhamos uma operação que poucas pessoas têm chance de acompanhar: de repente, todos os seguranças da banda, incluindo os brasileiros, estavam no nosso andar. Era evidente que vieram buscar Steve Harris, e que a coisa estava na iminência de acontecer. Mas não estávamos lá para atrapalhar, apenas os cumprimentamos e conversamos um pouco enquanto esperávamos o elevador. Recebemos a informação de que Nicko estava no lounge, fomos até lá e conseguimos a foto do Humberto, que não ficou boa porque a única câmera que tínhamos ali era de celular. Steve Gadd, o tour manager, viu a camiseta que eu estava utilizando e fez questão de fotografa-la. Mandei fazer seis iguais (uma para cada show), sob medida, em um site que personaliza camisetas, com uma montagem fotográfica feita a partir das fotos que tenho com cada um dos seis músicos, com a frase "IRON MAIDEN: Eu conheço. Você não!". Isso, embora possa parecer arrogante de minha parte, é apenas uma brincadeira entre os alguns fãs do IRON MAIDEN. Sabe aquelas bobagens que você tem com seus amigos, que só vocês entendem?! Pois é, temos disso também. Em certa ocasião, brincando com o Padro, eu disse "eu tenho foto com os seis, você não". Ele respondeu "mas eu voei no Ed Force One, você não". Bruno disse "eu apareci no filme, vocês não". Júlio disse "Mas a Lauren me beijou e eu peguei na cintura dela, vocês não". E a coisa foi longe... Mas a frase ficou!

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Ao sair do hotel, conhecemos outros hóspedes que também estavam ali para pegar um táxi e ir para o show. Lotamos dois táxis e fomos. Ao chegar, combinamos o ponto de encontro, pois voltaríamos todos juntos. A apresentação da banda de abertura, STRESS, ainda rolava, mas só entrei mesmo quando o show dela acabou. Fiquei bem no fim da pista comum, longe da multidão. Guilherme e sua mãe (que estavam acompanhando aos seis shows sem, no entanto, estar hospedados nos mesmos hotéis que a banda) me encontraram por acaso e demonstravam certa preocupação. Parece que grade que separa a pista comum da pista VIP havia caído, machucado gente, e que o show corria até o risco de ser cancelado, pois os seguranças estavam comentando isso. Ao menos, foi o que disseram. Preocupante...

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O show de Belém foi o mais estranho de todos, não pela performance da banda, perfeita pra variar, mas pela galera em si. Lá onde eu estava tinham algumas mesas e cadeiras de plástico, que sei lá porque diabos estavam ali. Alguns fãs mais exaltados pegavam as cadeiras e jogavam no chão durante as músicas. Algumas se quebraram e poderia dar merda das grandes se os pedaços fossem utilizados como armas. Houve até uma briga onde um jogou cadeira no outro, que foi apartada rapidamente pelos seguranças. Na pista VIP, duas meninas resolveram mostrar os peitos - a foto abaixo mão é minha, obtive no próprio Orkut, até porque eu não estava na pista VIP. Fizeram vídeo da outra, mas o Youtube já retirou do ar.

Tradicionalmente, sacrifiquei o bis, e dirigi-me ao portão para ir ao ponto de encontro. O problema é que estava fechado, e havia um segurança para orientar que era necessário sair pelo outro lado e dar a volta. Tenso! Retornei e resolvi esperar meus amigos em uma esquina onde eles certamente teriam que passar, enquanto tentava contata-los por SMS para explicar onde estava. E lá, vi uma cena revoltante, mas que parece ser comum em Belém. Do nada, dois caras começaram a brigar. Um deles estava acompanhado de uma mina que tentou apartar. O outro fechou a mão e deu na cara dela, como se ela fosse homem. Ela ficou estendida por algum tempo no asfalto. Os seguranças, molengas, enfim chegaram para separar. Onde eu estava dava para ouvir o som perfeitamente. Em "Running Free", vergonha alheia total. Bruce gritou "I'm Running Free, yeah!" e aguardou a galera. No entanto, recebeu apenas um silêncio sepulcral. Como assim, a galera não sabia responder "Oh I'm running free!"?! Mas o refrão de "Fear of the Dark" todo mundo sabia, né?! Lamentável...

O show acabou e vi que a galera estava saindo pelo portão que estava fechado há instantes. Corri para lá, encontrei meu pessoal, e saímos apressados para o hotel. Ao chegarmos, subi para o quarto, para pegar a câmera, e mais uma vez encontrei o Nicko. Cumprimentei-o pela excelente performance e descemos conversando no elevador. Segui para a área da piscina, pois talvez a noite fosse boa. De repente o Humberto, que havia subido comigo, mas ficado no quarto quando desci, chega pálido, tremendo. Eu perguntei o que havia acontecido, e ele respondeu que ao sair encontrou Peter (o segurança) e Steve Harris no corredor. Tentou falar com Steve, Peter ameaçou não deixar, mas Steve quis ouvir. Então, disse para Steve que havia lhe trazido um presente, mas que ele estava no quarto, perguntando a seguir se poderia esperar pega-lo. Steve disse que esperaria e ele, o mais rápido que pode, correu até lá e trouxe uma camisa do West Ham (o time inglês pelo qual Steve é fanático torcedor) com o nome Harris estampado. Steve adorou! E pediu para que Peter tirasse várias fotos dos dois com o presente. Bela tática de aproximação! Se bem que, em 2009, eu também o havia presenteado com uma camisa oficial do Palmeiras.

Naquela noite, todos os membros da banda passaram pela área da piscina, onde estávamos. A maioria deles acompanhados de seguranças. Ao menos eu não consegui nada, mas pra dizer a verdade, nem tentei. Estava legal apenas observar e conversar com os amigos, especialmente com Ághata, a menina de 14 anos que citei na matéria de São Paulo, quando o Bruce se negou a tirar uma foto com ela. Tanto eu, como Bruno e Humberto a adotamos como nossa "mascotinha", porque é sempre bom saber que a molecada que está aí tem o mesmo tesão pela banda que tínhamos há 20 ou 30 anos, e continuamos tendo. No que dependesse de nós, ela teria todas as dicas para fazer o que já fizemos e conseguir o que já conseguimos. Se bem que ela e sua irmã Rita mandam bem há algum tempo. Já estiveram com a banda em um show em Veneza, onde conheceram boa parte de seus integrantes. Até apareceram em uma matéria exibida pela TV Liberal na véspera do show.

No dia seguinte, acordei tarde novamente, e a banda já estava quase indo embora. Nisso, fui abordado por uma "picture hunter" belenense, que dava dó, uma tiazona de uns 40 e tantos anos, que perguntou se eu já havia visto alguém do IRON MAIDEN. Disse que estava com roupas que não chamam atenção para que ninguém percebesse suas intenções de se aproximar da banda. Ao chegar, encontrou aquele monte de fã na porta, mas passou facilmente pela segurança, alegando que iria ao cabeleireiro do hotel. Disse também que adorava tirar fotos com famosos, especialmente os atores globais que se hospedavam lá (wtf?!). De repente, chegaram o Bruno e o Humberto, e o Humberto ainda fascinado com o que acontecera na noite anterior, comentava sobre seu encontro com o "Big Boss", utilizando exatamente essas palavras. Janick saiu do restaurante, em frente à recepção do hotel, onde estávamos. Ela apontou e perguntou se ele que era o tal Big Boss. Ora bolas! Qualquer fã de IRON MAIDEN sabe que Big Boss é o Steve. No máximo, poderia confundir com o Rod Smallwood. Mas o Gers não, né?! Pelo amor de Deus! Ainda assim, ela conseguiu sua foto com ele - chore você, verdadeiro fã, que não conseguiu...

Não demorou muito, e a banda se foi, dessa vez pelas portas do fundo. Conseguimos o tal "late check-out" para as 14:00 hs. Deixamos nossas malas no maleiro do hotel e ficamos até às 15:00 hs conversando na área das piscinas. Quando estávamos prontos para sair, Lorena chegou e nos acompanhou até o aeroporto. Lá, comemos alguma coisa, tiramos algumas fotos, nos despedimos de Lorena e embarcamos para Recife. Não sem antes eu comprar alguns bombons de açaí, já que estive dois dias na cidade e não consegui provar o açaí de lá - é inacreditável o quanto só se fala nisso em Belém...

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Sobre Adriano Ribeiro

Adriano Ribeiro é fã xiita do Iron Maiden, daqueles que não perdoa até hoje Bruce e Adrian por terem saído da banda - e não importa se voltaram. Nas horas vagas, tem como hobby conhecer seus ídolos na música, conseguindo com eles fotos e autógrafos.
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