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Yes

Por José Humberto Mesquita Filho
Postado em 06 de abril de 2006

Sem dúvida, uma das mais bem-sucedidas bandas de rock progressivo dos anos 70, o grupo britânico Yes, ao contrário de outros com as quais são frequentemente comparados (King Crimson, ELP, Genesis) mantém até os dias de hoje o mesmo som "cósmico", virtuoso, com belos vocais, arranjos extremamente complexos com influência de música clássica e grandes desempenhos individuais, mesmo com as constantes mudanças de formação.

A marca registrada do Yes reside principalmente no talento e criatividade do baixista Chris Squire (que inspirou outros da época, como John Deacon do Queen), ex-membro da banda Syn. Ele se juntou em 1968 ao vocalista Jon Anderson (ex-Warriors e ex-Gun), que, assim como Squire, gostava do estilo de vocais em harmonia e instrumentação forte. Começaram então a fazer um som que usava essas harmonias em conjunto com uma base sólida de rock, devido ao estilo preciso de Squire no baixo. Juntaram-se ao tecladista Tony Kaye, ao guitarrista Peter Banks e ao baterista Bill Bruford (considerado por muitos como o melhor baterista de rock progressivo do planeta), e o nome Yes foi escolhido.

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O primeiro álbum, auto-intitulado, foi lançado em 1969 bem dentro do estilo psicodélico da época, já mostrando alguns elementos criativos que viriam a se consolidar (influências folk e clássicas, produção despojada, vocais altos e inpecáveis, toques de "space rock" no qual o Pink Floyd era especialista). Seguiu-se Time and a Word de 1970, mais sofisticado e mais característico, com presença de orquestra. The Yes Álbum de 1971 apresenta o guitarrista Steve Howe, virtuosíssimo no violão clássico, que ajudou a fazer desse um álbum muito mais complexo, com maior peso na guitarra e no baixo, e grandes passagens de bateria.

O Yes começava a atrair atenções, e a aparecer nas paradas do Reino Unido (#7), chegando a fazer sua primeira turnê pelos EUA (abrindo para o Jethro Tull). Depois de Peter Banks, foi a vez de Tony Kaye sair, e seu substituto foi a figuraça Rick Wakeman, excelente tecladista de marcante presença de palco que usava uma parafernália de equipamento (usava nos shows dois ou mais pianos, vários sintetizadores, Mellotron, órgão, harpsichord elétrico). Essa formação, Anderson, Bruford, Howe, Squire e Wakeman é considerada a melhor, embora tenha durado cerca de um ano (71-72 a 72-73), que lançou os 2 melhores álbuns do Yes - Fragile e Close to the Edge.

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Fragile é da transição do psicodélico para o progressivo, e tem grandes clássicos, como "Roundabout" e "Heart of the Sunrise", além do fato de que das 9 faixas, 5 são desempenhos individuais de cada um dos membros! A mais marcante delas é "The Fish" de Chris Squire, onde todos os riffs, seção rítmica e sons de fundo são de diferentes distorções do baixo. Close to the Edge é marcadamente progressivo, com 3 longas faixas e um Rick Wakeman tocando soberbamente. A turnê de 1973 é registrada no triplo vinil Yessongs, já com o novo baterista, Alan White. Depois de Tales from Topographic Oceans (de 1974, um álbum duplo com 4 músicas - 1 por lado do vinil) foi a vez de Rick Wakeman sair, dando lugar a Patrick Moraz. Relayer (1975) é gravado, com um som pendendo para o jazz. Wakeman voltou em Going for the One (1977) e Tormato (1978). Drama (1980) é o único disco do Yes sem Jon Anderson nos vocais, já que ele e Wakeman saíram, e foram substituídos por Geoff Downes (tecladista) e Trevor Horn (vocal e guitarra), ambos ex-Buggles ("Video killed the radio star"). O resultado final foi fraquíssimo, e a banda se dissolveu.

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No entanto, o Yes voltou triunfalmente em 1983, com seu álbum 90125 e seu grande hit "Owner of a Lonely Heart", com Jon Anderson e Tony Kaye de volta, e o guitarrista sul-africano Trevor Rabin. O Yes revivido lançou álbuns relativamente bem sucedidos nos anos 80 e 90 (sempre com mudanças na formação): Big Generator (1987), ABWH (1989), Union (1991), Talk (1994), mas nenhum desses chega perto do som genial dos anos 70.

E, surpresa das surpresas, em 96 o velho Yes está de volta! Rick Wakeman e Steve Howe estão no lugar de onde não deveriam ter saído, e o álbum Keys to Ascension é um excelente CD duplo ao vivo, com os velhos clássicos do Yes. No ano seguinte temos o Keys to Ascension II, trazendo mais clássicos ao vivo da banda. Em novembro do mesmo ano sai o "Open Your Eyes", trazendo um Yes tentando recriar um pouco da atmosfera da época do "Big Generator", e contando com Jon Anderson nos vocais, Steve Howe nas guitarras em geral, Chris Squire no baixo e Alan White na bateria, juntamente com Steve Porcaro, Igor Khoroshev e Billy Sherwood nos teclados - este último atuando também na guitarra e nos vocais.

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Em setembro de 1999 a banda lançou mais um álbum, "The Ladder", que conta com a mesma formação do trabalho anterior. Saíram em turnê mundial - inclusive passaram aqui no Brasil - onde os fãs puderam comprovar que os "velhinhos" continuam em plena forma.

Em 2000, lançaram um novo disco: "House Of Yes", gravado ao vivo no 'The House Of Blues", no final de 1999.

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