Rock Progressivo Italiano 70's: 9 grandes discos conceituais
 Por Tiago Meneses
Por Tiago Meneses
Postado em 15 de janeiro de 2017
LE ORME – FELONA E SORONA (1973)
Trata-se da história de dois planetas que estão sempre girando um ao redor do outro, planetas esses denominados justamente Felona e Sorona, onde enquanto o primeiro é uma espécie de paraíso brilhante o segundo é negro e impregnado de desgraças. Só que nem sempre as coisas permanecem assim, pois na segunda metade da suíte as situações deles se invertem. O disco no mesmo ano do seu lançamento também teve uma versão em inglês, mas sem a mesma carga emocional, sendo a versão em italiano bem melhor. Musicalmente e liricamente belíssimo do começo ao fim, colocando o ouvinte a par das emoções que acontecem na história.
 
METAMORFOSI – INFERNO (1973)
Álbum conceitual baseado na Divina Comédia de Dante e focado obviamente na parte do Inferno onde cada uma das faixas representam um dos seus níveis. Uma viagem ao submundo, povoada por personagens e cenários do poema, mas com um toque moderno. A espiritualidade do grupo passa a ampliação primordial de uma fé sobrenatural, à denúncia concreta daqueles assuntos que estão corroendo o mundo civilizado, demonstrando, assim, não só a maturidade artística e intelectual superveniente, mas também tendo uma consciência comunicativa perfeitamente em sintonia com o tempo. Cada um dos episódios que compõem o álbum tem sua própria personalidade bem definida e os adjacentes envolvente formando um lineup de uma beleza sinfônica e ácida extraordinária.
 
LATTE E MIELE - PASSIO SECUNDUM MATTHEUM (1972)
Um disco que comove pela tamanha delicadeza da sua música e impressiona em como ela é condizente com o tema abordado. Trata-se de um disco inspirado no evangelho de São Mateus onde é musicado precisamente a Paixão de Cristo. A narrativa da história dá uma sensação de conceito completo. A música encontrada aqui é sublime e muito dinâmica caminhando desde a passagens clássicas à momentos mais veemente de heavy prog. Poucos discos conceituais funcionam tão perfeitos como o caso de "Passio Secundum Mattheum".
 
IL BALLETTO DI BRONZO – YS (1972)
Baseado em uma lenda medieval da ilha de YS, coberta pelas águas do oceano e submersa para sempre, relata a estória do último homem na Terra e que tem o dever de encontrar algum indivíduo ainda vivo, mas depois de dificuldades, suas forças vão deixá-lo e ele acaba eventualmente e tragicamente desaparecendo na escuridão. Tudo é feito em um incrível desenvolvimento teatral de atmosfera sombria e variação de humor sonoro que vai do jazz-rock e avant-garde para o sinfônico e clássico em um piscar de olhos, mas sempre de forma bem cadenciada. Um álbum simplesmente deslumbrante.
 
I GIGANTI – TERRA IN BOCA (1971)
Não se trata apenas de um disco conceitual, mas uma corajosa acusação contra a máfia da primeira guerra da máfia siciliana que eclodiu em 1962. A história de dois jovens que se confunde com a história do seu país. Um exemplo de como a música pode obter o serviço da verdade e expor a injustiça dizendo ao público em geral, com realismo e intensidade uma história da máfia a ponto de haver um boicote ao disco. Musicalmente uma combinação da tecnicidade do EMERSON LAKE & PALMER, harmonias do YES e uma teatralidade única da banda e que tem como resultado um conceito coeso e incomum a quase tudo que você possa ter escutado do progressivo italiano.
 
JUMBO - VIETATO AI MINORI 18 ANNI? (1972)
Um disco com conteúdo bastante forte principalmente pra época e que fez com que o LP fosse censurado em programas de rádio. O seu título traduzido é a pergunta "ninguém com menos de 18?", e baseado nessa pergunta a banda elaborou um conceito onde o fio condutor são oito canções que a respondem, cada uma à sua maneira. A temática trata-se de algumas das questões mais desconfortáveis de uma sociedade hipócrita e moralista, tais como homossexualidade, masturbação, alienação, alcoolismo, toxicodependência, prostituição e religião, sem escondê-las em alegorias falsas. A música é intensa, misteriosa, estranha, agressiva, religiosa, sim, tem momentos religiosos, tudo em uma atmosfera muito pesada, um desafio a tudo o que é suposto ser normal.
 
ALUSA FALLAX - INTORNO ALLA MIA CATTIVA EDUCAZIONE (1974)
O aqui o tema é sobre uma marionete que é vítima de uma educação severa e intolerante que a bloqueou fisicamente e intelectualmente, mas que depois torna-se livre de suas restrições para recuperar a posse de sua existência e de sua alma. Musicalmente é um disco emocional, melodicamente rico e cheio de nuances clássicas e toques acústicos folk. A paisagem criada pela banda faz com que o ouvinte simplesmente entre na história sem muito esforço.
 
MURPLE - IO SONO MURPLE (1974)
Possui duas longas suítes divididos em seis movimentos cada que contam a história triste do pinguim Murple que, para fugir do cotidiano imutável de sua vida, espontaneamente decidiu afastar-se do rebanho e do seu habitat. Mas infelizmente ele não terá tempo para desfrutar das maravilhas do mundo pois será capturado pelo homem e forçado a viver primeiramente em um circo e em seguida em um zoológico, onde terminará seus dias abraçado em um pequeno iceberg de plástico. A música é focada principalmente em teclados extremamente inspirados, mas também apresenta guitarras temperamentais e uma cozinha segura que desenham muito bem o cenário da estória.
 
RACCOMANDATA RICEVUTA RITORNO - PER... UN MONDO DI CRISTALLO (1972)
Traz um conceito visionário que narra as aventuras de um astronauta que retorna de uma missão espacial à terra e a encontra destruída por uma guerra nuclear, tendo ao seu redor simplesmente um imenso nada e tenta descobrir porque que o homem destruiu a si mesmo, percebendo está vivendo uma espécie de pesadelo. Arranjos de guitarra e flautas que variam entre agradáveis e angustiantes bem como os sentimentos do protagonista. Um álbum que pode bater forte e segundos depois maciçamente, mas sempre com golpes de musicalidades sublime.
 
 
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