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Heavy Metal: como modelo de empreendedorismo

Por Marcos Vinicius Mesquita
Fonte: Blog Shogunidades
Postado em 25 de julho de 2014

Que o Heavy metal não nasceu em berço de ouro todos sabemos, mas uma pesquisa recente tentou mudar o paradigma de que o metal costuma florescer em regiões mais pobres ou de menor renda.

O pesquisador Richard Florida, da Universidade de Toronto, decidiu investigar as conexões entre o heavy metal e fatores sociais e econômicos elaborando um gráfico com dados do 'Encyclopaedia Metallum' que mostram exatamente a concentração de bandas pelo mundo e teve como surpresa o fato de que a região onde há mais concentração de bandas a cada 100 mil habitantes é na Escandinávia E egundo ele, concluí; a proliferação de bandas desse estilo é mais forte em países com PIB maior, com níveis altos de criatividade, empreendedorismo e diplomas universitários.

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Fonte: Metal Burguês: heavy metal é a cara da riqueza, afirma pesquisa

Os resultados da pesquisa apontam que o gênero tem menos influência nos países "pós-industriais" menos desenvolvidos, mas continua a ser incrivelmente popular nos países escandinavos conhecidos por sua riqueza relativa, robustas redes de segurança social e incrivelmente alta qualidade de vida. Agora se heavy metal é, ou não, coisa de burguês isso pode ser questionado, especialmente no Brasil.

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No começo entre os anos 70 e 80 o heavy metal foi "trazido" para cá por jovens de classe média (filhos de embaixadores, funcionários públicos e de executivos internacionais) que tinham poder aquisitivo para comprar LPs importados. Porém, foi nas camadas mais baixas que o metal brasileiro floresceu com instrumentos velhos e gravações de baixíssima qualidade, cópias de fitas cassetes. Assim surgiram Sepultura, Dorsal, Sarcófago etc... - eu mesmo tive mais contato com as "novidades" do gênero graças a um amigo de infância que viveu no Japão e voltou ao Brasil nos anos 90, onde pude fazer minhas cópias de fitas k7 de seus Cd's.

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O Heavy Metal surgiu na feia e cinzenta cidade de Birminghan, em um bairro operário, por filhos de operários. Heavy metal sempre foi tido por muitos como por essência, som dos excluídos. E por ser excluído eu entendo que torna-se vital o ato de "se virar" e a ideia do "faça você mesmo".

A atenção pública no apoio a eventos financiados pelo estado - como comprova a matéria do R7: "Funkeiros ganharam R$ 138 mil para cantar na Virada Cultural" é quase inexistente. Na última virada cultural de SP não foram poucas as criticas pela ausência de artistas nacionais de rock mais pesado no evento, contando apenas com o Ira! (O evento controu com a presença internacional do Uriah Heep, mantendo a tradição que já trouxe ao evento Misfits e Suicidal Tendencies). Ao contrário de edições anteriores que contou com pelo menos um ou dois artistas brasileiros - um "oásis" perdido no meio do deserto cultural popularesco - para o publico tão acostumado a ser ignorado pela mídia e por secretarias de cultura de todo país
(PS: No Rio em uma das edições do 'Viradão Carioca' houve um palco que contou com um show do Korzus além de outras bandas, num caso raro que não é a regra e sim a exceção).

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O mesmo pode-se dizer de projetos culturais que se limitam a apenas ensinar filho de pobre a "bater lata", como se pobre a favelado não tivesse capacidade para aprender outra coisa ou se interessar por outros gêneros musicais. Mas aí já acredito que talvez a coisa dependa mais da vontade de músicos do nosso meio, profissionais ou não, de participar de tais projetos.

Nos dias de hoje, com tanto acesso a tecnologia é fácil baixar música, conhecer novos artistas e bandas antigas pouco conhecidas. O que torna a coisa mais acessível para quem tem pouca grana. O fato também é que se no Metal no Brasil não há apelo popular. curiosamente sua forma mais pura de existência, o underground, sobrevive no subúrbio das cidades e bairros de classe mais baixa nos grandes centros do país. Como a foto abaixo que ilustra bem a situação:

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A foto tirada em Duque de Caxias, Baixada Fluminense-RJ (e cidade onde fui criado) mostra a convivência tranquila entre bangers de uma ponta da rua em um evento underground conhecido como 'Tomarock', e um bar onde tocam apenas grupos de pagode. Eventos como esse ocorrem aos montes na região, cito o 'Piabetá rock' e o 'Cruzada Metal'. Assim como outros que ocorrem no subúrbio carioca. Eventos e boa vontade para realiza-los existe.

Mas nem só de boa vontade se vive. Num pais que idolatra a carreira pública como única fonte de sucesso profissional; que criminaliza socialmente o lucro e sucesso - Quantas vezes você já viu alguém metendo o malho num produtor por ele ganhar dinheiro com evento (isso quando acontece dele ganhar) sob a alegação que metal faz porque gosta? - dificulta a vida daquele que quer empreender e viver da sua própria conta e riscos não é incomum aparecer algum punk reclamando do custo de 20,00 R$ no ingresso daquela banda sueca lendária. Possivelmente porque este individuo não sabe o quanto custa caro realizar qualquer tipo de evento minimante organizado e cumprir com todas as exigências, algumas até absurdas como pagar ao ECAD - assim como a maioria brasileira, não faz ideia de onde vem o dinheiro dos "beneficios" sociais e trabalhistas que recebe - respeitando leis municipais, estaduais e normas altamente complicadas, principalmente com uma banda do exterior, sem precisar molhar a mão de algum PM afim de engrossar o seu soldo por fora por saber que o evento está ilegal. Ou atendendo a reclamações de alguma vizinhança que não se importe com o pagodão comendo solto a noite inteira, mas se sente incomodada com os roqueiros fazendo barulho. E infelizmente eventos de metal/rock não contam com o apoio da Regina Cazé de deputados bonzinhos e muito menos com alguma data declarando seu 'deti metal' de cada dia cultura popular. Particularmente eu até prefiro que as coisas se mantenham assim, detestaria ver o heavy metal virando moeda politica e levantando bandeira para pedidos de "mais estado". Melhor assim: "mais metal e menos estado"...

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Você pode criticar - como eu eu critico por um motivo distinto - mas foi o empreendedorismo que deu ao pais a segunda maior banda de sucesso internacional (ainda que fazendo uso escuso de um forte monopólio midiático como uma famosa revista especializada do gênero, meu motivo de critica).

O mesmo se pode dizer das tão faladas 'panelas' que a maioria dos músicos reclamam, e que eu mesmo como assessor de imprensa já senti na pele das dificuldades de que alguém envolvido no seu trabalho não ter um bom relacionamento com um produtor ou musico 'A' ou 'B' podem lhe causar. Ainda assim, não se pode tirar o mérito de quem criou essa "panela". Então ou você tem três opções: Crie a sua e entre no mercado para competir fazendo um trabalho melhor; Tente entrar naquela que já existe e desfrute das suas benesses; Ou pode ficar amargurado xingando a tudo e todos e praguejando o mundo pelo seu insucesso.

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Se ter e administrar a sua banda já são atos de empreendedorismo. Ser produtor sem contar com verba pública é algo ainda mais louvável. Embora eu respeite muito aqueles que conseguem algum financiamento pela lei Rouanet, dada a burocracia e a dificuldade quase acadêmica para se elaborar um projeto pedindo o financiamento para eventos de rock, tendo em vista suas premissas.

Finalizando. Por esta analise você pode até discordar da pesquisa de Richard Flórida, talvez ela até possa servir como uma explicação da indigência cultural da nossa nação a ponto de se pagar 38 mil, por um show da Valeska Popozuda (mérito dela que conseguiu se colocar neste patamar e azar nosso por algum governante achar conveniente este valor para um artista popularesco consagrado para se apresentar em um evento chamado "Virada cultural").

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Mas se em dois pontos pesquisa se mostra muito correta no que se refere ao Brasil: É que sim, a riqueza o trouxe para cá. Mas é o Empreendedorismo, principalmente dos mais pobres, que o mantém vivo.

Eventos citados neste artigo:

Tomarock (Duque de Caxias/RJ)
https://www.facebook.com/pages/Tomarock/219707451383388

Piabetá Rock (Piabetá - Duque de Caxias)
https://www.facebook.com/piabeta.rock

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Cruzada Metal (Nova Iguaçú/RJ)
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Sobre Marcos Vinicius Mesquita

Marcos Vinicius Mesquita - Publicitário, Assessor de imprensa, Analista de T.I. Filosofo de araque, músico de araque e fã de Thrash metal.
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