Matérias Mais Lidas


Jethro Tull
Stamp

Invisible Opera Company of Tibet: Free Jazz Space Rock

Resenha - UFO Planante - Invisible Opera Company of Tibet

Por Paulo Finatto Jr.
Postado em 09 de março de 2011

Nota: 7 starstarstarstarstarstarstar

Embora possua características que não o aproximam do grande público, o rock progressivo se tornou consistente em nosso país, sobretudo durante os anos setenta. Na mesma época em que o O TERÇO e o TERRANO BALDIO despontavam no cenário brasileiro, o THE INVISIBLE OPERA COMPANY OF TIBET surgia em Paris pelas mãos de Daevid Allen e Gilli Smyth. A banda, que renasceu na década de noventa, ganhou diferentes versões. Por aqui, o guitarrista Fabio Golfetti lidera o projeto que chega ao seu terceiro álbum, intitulado "UFO Planante".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 1

O guitarrista Fabio Golfetti, que ganhou notoriedade como músico do VIOLETA DE OUTONO nos anos oitenta, desde a década seguinte vem investindo as suas fichas no THE INVISIBILE OPERA COMPANY OF TIBET, empreitada que mistura free jazz psicodélico ao space rock progressivo. O conceito por trás da banda, que busca atingir uma evolução espiritual por meio de uma sonoridade rica em referências experimentais, junta músicos de vários pontos do planeta, como Russel Hibbs (Austrália) e Brian Zero (Inglaterra). No Brasil, Golfetti dá vida ao terceiro álbum da série, após "Cosmic Dance" (1992) e "Glissando Spirit" (1997). As estranhas características de "UFO Planante" podem até propiciar uma assimilação complicada da obra, mas existe uma qualidade intrínseca (mesmo que pouco aparente) no disco.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 2

Não há dúvidas de que "UFO Planante" é um disco destinado a um público muito restrito. Fabio Golfetti (vocal e guitarra), Gabriel Costa (baixo), Fred Barley (bateria) – juntamente com o convidado Fernando Alge (guitarra) – construíram uma obra de caráter verdadeiramente experimental e que se aproveita de uma série de ruídos esquisitos. Para se ter uma ideia, a faixa de abertura, intitulada "First Contact", possui quase trinta minutos e muito desses barulhos. De um lado, ela conta com uma sonoridade extremamente reflexiva, que inclui guitarras viajantes e uma áurea de tranquilidade. Além de repetir à exaustão as mesmas melodias, as guitarras sofrem com a sua ausência, até mesmo quando a música assume uma postura mais rock. Para quem acredita que o rock progressivo só funciona a partir da virtuose dos seus músicos, "First Contact" deve parecer entediante.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 3

Entretanto, "UFO Planante" mostra um pouquinho de impacto quando apresenta músicas mais variadas e menos cansativas. Embora possua um início cadenciado como a sua anterior, "Sal Paradise" passa por mudanças extremamente bem-vindas de ritmo. A composição, que não é exclusivamente instrumental, ganha um interessante contorno com as guitarras e com a bateria. O caráter experimental do THE INVISIBLE OPERA COMPANY OF TIBET se traduz a partir do momento em que a faixa mistura referências da MPB à animação típica do blues. De modo muito nítido, essa pode ser considerada como a melhor composição do álbum.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 4

Na sequência, duas faixas extremamente curtas. De um lado, "Stars" soa mais animada e psicodélica, com guitarras típicas do rock. Embora não mostre muito peso, as referências mais próximas ao jazz/blues não aparecem com muito destaque. De outro, "Spirits" retorna com a tranquilidade do início do álbum. As guitarras, que deveriam ser o carro-chefe do trabalho, novamente aparecem por trás dos outros instrumentos, sobretudo da bateria. Em um contraponto, "Landing in Shambhala" possui mais de onze minutos e mostra Golfetti investindo em riffs psicodélicos quase sem nenhuma melodia bem definida. No entanto, mais uma vez é o baixo e a bateria que conduzem a música.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 5

Por fim, "UFO Planante" conta com uma versão ao vivo de "Moon in June", de Robert Wyatt (SOFT MACHINE). Em mais de quinze minutos, essa é a única faixa que realmente evidencia o caráter rock n’ roll da obra. A composição, que foi gravada ao vivo no Centro Cultural São Paulo quatro anos atrás, não é nada experimental como o restante do repertório. No entanto (e infelizmente), Fabio Golfetti não é um vocalista competente. A voz do guitarrista compromete um pouco a intensidade de "Moon in June". Por mais que a última faixa do disco mostre um comprometimento maior com o rock progressivo, a sua execução (em que se inclui performance do cantor), praticamente coloca por água abaixo o que poderia aparecer como destaque ao lado de "Sal Paradise".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 6

A complexidade do free jazz psicodélico e do space rock progressivo não encontrou a sua mais perfeita harmonia em "UFO Planante". O disco é relativamente bom, mas não possui o impacto que uma obra dessa amplitude deveria apresentar. O THE INVISIBLE OPERA COMPANY OF TIBET até pode ser uma das maiores referências da música progressiva no nosso país, mas certamente a banda ainda precisar construir um disco mais interessante do que "UFO Planante". O guitarrista Fabio Golfetti (e os demais integrantes envolvidos com o projeto) claramente possuem qualidade para isso.

Site: www.fabiogolfetti.com

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - WHIP
Divulgue sua banda de Rock ou Heavy Metal

Track-list:

01. First Contact
02. Sal Paradise
03. Stars
04. Spirits
05. Landing in Shambhala
06. Moon in June (Live)

Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Siga e receba novidades do Whiplash.Net:

Novidades por WhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Summer Breeze 2024
Bruce Dickinson

Grave Digger: Ceifando a vida dos incrédulos da Terra Santa

Resenha - Aurora do Triunfo Herétiko - Sevo

Resenha - Black Bible - Judas Iscariotes

Resenha - Master Executor - Warfield

Resenha - Ocean - Holdark

Resenha - SupremeInstinctNumb - Malice Garden

Varathron: A hegemonia do caos

Resenha do álbum "Eu Sou a Derrota", da banda Sangue de Bode

Resenha - Gates Of Metal Fried Chicken Of Death - Massacration

Guns N' Roses: Resenha de "Chinese Democracy" na Rolling Stone

Dream Theater: Falling Into Infinity é um álbum injustiçado?

Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme


publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luan Lima | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Paulo Finatto Jr.

Reside em Porto Alegre (RS). Nascido em 1985. Depois de três anos cursando Engenharia Química, seguiu a sua verdadeira vocação, e atualmente é aluno do curso de Jornalismo. Colorado de coração, curte heavy metal desde seus onze anos e colabora com o Whiplash! desde 2000, quando tinha apenas quinze anos. Fanático por bandas como Iron Maiden, Helloween e Nightwish, hoje tem uma visão mais eclética do mundo do rock. Foi o responsável pelo extinto site de metal brasileiro, o Brazil Metal Law, e já colaborou algumas vezes com a revista Rock Brigade.
Mais matérias de Paulo Finatto Jr..

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIAR NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS