Planet Hemp é daquelas bandas necessárias e que fará falta
Resenha - Planet Hemp (Allianz Parque, São Paulo, 15/11/2025)
Por André Gomes da Silva
Postado em 20 de novembro de 2025
O Allianz Parque recebeu no último Sábado (15), uma das noites mais emblemáticas da música brasileira recente. O Planet Hemp realizou ali sua última apresentação na capital paulista dentro da turnê "A Última Ponta", uma despedida que reuniu história, protesto, emoção em doses intensas, convidados mais que especiais e, como não ia deixar de ser, muita maconha.
Antes mesmo do show de abertura do BaianaSystem começar, para a surpresa de todos, Marcelo D2 aparece no palco e agradece o público presente e chama Russo Passapusso, Roberto Barreto, Cláudia Manzo e todos os demais integrantes do Baiana para começarem o show.
E logo na primeira música, mais uma surpresa, Bnegão aparece no palco e canta "Reza forte" junto com o vocalista Russo Passapusso. Deixando o início dos trabalhos mais intenso ainda, alguns versos de "Dig dig dig (Planet Hemp)" são cantados com D2 que permaneceu no palco.
O clima explosivo do Baiana predominava no estádio logo de cara, mesmo após chegarem de uma agenda intensa fora do país – que incluiu o recebimento do Grammy de Melhor álbum de Rock ou música alternativa cantada em Língua Portuguesa nos EUA dois dias antes.
Para quem ainda não foi a um show do BaianaSystem, está perdendo de lado de ver uma das principais e mais importantes bandas surgidas no Brasil nos últimos anos. Com influência do Rock, Reggae, música latina e tantos outros gêneros, o BaianaSystem mostra que é mais do que uma banda, é uma entidade cultural do Brasil e América Latina.
Com o final do show de abertura, duas coisas estavam bem claras:
- O bastão do Planet Hemp foi passado com maestria para o BaianaSystem
- O último show do Planet na cidade de São Paulo estava prestes a começar
O grupo do Rio de Janeiro estruturou o espetáculo como uma viagem pela própria trajetória de 32 anos. Antes do início do show os telões exibiam uma retrospectiva dos últimos 60 anos mostrando fatos que marcaram o mundo, Brasil, esportes, música e, como não devia deixar de ser, a história da banda.
O show começa.
Logo de cara três pancadas pra deixar evidente que o show não seria para os fracos: "Dig Dig Dig (Hempa)", "Ex-quadrilha da fumaça/Fazendo a sua cabeça" e "Raprockandrollpsicodeliahardcoreragga".
Público e banda estavam aquecidos.
Bengão e D2 dão boa noite para o público, relembram um pouco do início da história da banda e dedicam a música para João, o dono de uma casa de shows underground onde D2 morou de favor quando decidiu dedicar-se totalmente à música.

Entre uma música e outra, imagens de arquivo, manchetes e momentos-chave da carreira eram exibidos no telão, criando a sensação de que o público acompanhava um documentário ao vivo. Esse recurso visual destacou temas que acompanharam a banda desde sua origem - da repressão e prisão nos anos 1990 às figuras que marcaram a cena cultural brasileira e que influenciaram o Planet Hemp.
Após algumas músicas antigas revezando com músicas do álbum "Jardineiros" (que já se tornaram clássicas), Bnegão fala um pouco sobre quando o Planet Hemp foi preso pelo juiz Vilmar José Barreto Pinheiro por apologia às drogas e como a prisão fez o Planet crescer "três, quatro, dez vezes mais". Esse mesmo juiz anos depois foi afastado por receber propinas de traficantes e favorecê-los em decisões judiciais.

Terminado o assunto da prisão, os primeiros convidados especiais subiram ao palco. Emicida e Seu Jorge contribuíram com interpretações emocionadas para "Nunca tenha medo" e "AmarElo". Emicida sai do palco, porém Seu Jorge continua para relembrar seus tempos em que foi músico de turnê do Planet Hemp e emenda as músicas "Biruta" e "Cadê o isqueiro? / Quem tem seda? / Pilotando o bonde da excursão". Logo depois mais um clássico recente "Puxa Fumo".
Mais uma atração: A cantora baiana Pitty. Que levou ao palco dois de seus maiores sucessos em versões mais pesadas que as originais de "Admirável chip novo" e "Teto de Vidro"

Em seguida uma ordem vinda de BNegão fez com o público inteiro obedecesse: Abrir a maior roda possível.
O desejo foi realizado e a banda despeja toda a adrenalina e energia em "100% Hardcore / Deixa a gira girá" (com direito a várias pessoas acendendo sinalizadores de fumaça vermelha).
Esse é um daqueles momentos em que só estando ali dá pra sentir na pele o quão incrível foi.

Um momento carioca no meio do setlist aconteceu na sequência com "Zerovinteum" e "Hip Hop Rio" para que depois virasse um momento Pernambucano com o já tradicional cover "Samba Makossa" de Chico Science e Nação Zumbi que na versão do Planet homenageia também diversos músicos de bandas amigas e figuras icônicas Brasileiras com Zumbi dos Palmares, Antônio Conselheiro entre outros.
Depois o clássico "A culpa é de quem?" e mais um ex-integrante convidado sobe ao palco: Black Alien, figura essencial da história do Planet Hemp, retornou para cantar clássicos compartilhados com a banda "Contexto" e "Queimando tudo".
Pausa pro bis e mais um vídeo no telão enquanto os fãs aguardavam enrolando e fumando seus cigarros.
Na reta final, um convidado que ninguém esperava, João Gordo! Adicionou uma carga extra de intensidade antes de o grupo encerrar a apresentação, começando com "Crise Geral" do Ratos de porão e finalizando a história do Planet Hemp na cidade de São Paulo com a saideira de "Mantenha o respeito".
Planet Hemp é daquelas bandas necessárias e sua aposentadoria fará falta. Ativismo, luta por uma sociedade mais justa, muito som pra curtir e, obviamente, maconha legalizada.
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