Saxon retornou a Porto Alegre para uma apresentação histórica
Resenha - Saxon (Bar Opinião, Porto Alegre, 06/05/2025)
Por Guilherme Dias
Postado em 14 de maio de 2025
No dia 6 de maio, o Saxon retornou a Porto Alegre para uma apresentação histórica - um verdadeiro capítulo da história do heavy metal na cidade. Assim como em 2019, o local escolhido foi o Bar Opinião, localizado na Cidade Baixa. Dessa vez apresentando a "Hell, Fire and Steel Tour". Além dos britânicos, a Burning Witches foi a convidada especial para participar da noite, ambos excursionaram pela América Latina e participaram do festival Bangers Open Air em São Paulo.
Fotos por: Lauro Marcelo Roth
A abertura do evento aconteceu às 19 horas e 30 minutos com o heavy metal da URDZA, de São Paulo, formada por: Heitor Prado (vocais), Hugo do Prado e Gustavo Correa (guitarras), Diego Rodrigues (baixo) e Igor Mota (bateria). No repertório composições do disco "A War With Myself" como a própria faixa-título, o single "Dark Ritual" e "Rising From The Fire", essa última dita por Heitor como a favorita do grupo. Heitor ainda disse que estavam realizando um sonho em tocar junto com o Saxon e muito felizes por conhecer o Rio Grande do Sul. Foi uma apresentação curta, porém pesada e satisfatória. Os músicos mostraram bastante entrega e receberam um ótimo retorno do público que já estava presente.


Por volta das 20 horas e 20 minutos foi a vez da Burning Witches iniciar a sua apresentação. De origem suíça, a banda é formada por Laura Guldemond (vocais), Courtney Cox (guitarras), Jay Grob (baixo), Lala Frischknecht (bateria) e Romana Kalkuhl (guitarras) que está ausente da atual turnê devido a sua gravidez, sendo substituída temporariamente por Simone Van Straten nas seis cordas. A primeira foi a veloz e melódica "Unleash the Beast" (do disco "The Dark Tower", lançado em 2023), seguida da cadenciada e pesada "Dance With the Devil" (música que dá nome ao trabalho lançado em 2020). Laura agradeceu o apoio do público e anunciou mais uma do último disco: "The Dark Tower".


Após "The Spell of the Skull" (single lançado no final de 2024), Laura voltou a agradecer o público e brincou dizendo: "Nós compomos músicas antes de todos vocês nascerem, somos muito mais velhas pois somos bruxas, a próxima se chama: ‘Hexenhammer’". Bastante comunicativa e com ótima presença de palco, Laura interagiu mais uma vez com a plateia, fazendo todos gritarem o nome da banda bem alto, pois a próxima se chamava justamente "Burning Witches" e encerraria mais um show antes da atração principal. O único problema aconteceu na primeira música, onde o volume da bateria de Lala estava altíssimo e a voz de Laura muito baixa, porém rapidamente a correção foi feita pelos técnicos de som. As musicistas foram extremamente técnicas e performáticas, entregando uma apresentação de qualidade impecável.


Como bons britânicos, pontualmente às 21 horas e 30 minutos, o Saxon subiu ao palco com o seu time de peso, composto pelo lendário Biff Byford (vocais), Doug Scarrat (guitarras), Nibs Carter (baixo), Nigel Glockler (bateria) e Brian Tatler (guitarras, que está substituindo Paul Quinn e também faz parte do Diamond Head). A primeira no set foi "Hell, Fire and Damnation" do último disco, lançado em 2024. Em seguida "Power and the Glory" e os primeiros agradecimentos de Biff ao público: "Obrigado, é ótimo voltar a Porto Alegre. Nossa última visita aqui foi em 2019, agora vamos voltar para o primeiro álbum, de 1979, muitos de vocês não eram nem nascidos ainda", e "Backs to the Wall" representou o álbum que dá nome à banda.


"Let me introduce you…" disse Biff para apresentar "Madame Guillotine" ("Hell, Fire and Damnation") e na sequência o frontman perguntou para os fãs: "Vocês estão prontos? Para ficarem loucos?" e três faixas de "Strong Arm of the Law" (lançado em novembro de 1980) foram tocadas: a própria faixa-título, "Heavy Metal Thunder" e "Dallas 1 PM". A primeira parte do show foi encerrada com "1066" do último trabalho e "The Eagle Has Landed" ("Power & the Glory", 1983).


"Em 1980 não havia telefones celulares, internet e CD, apenas você mesmo colocando o disco de vinil para tocar" disse Biff e ao som do motor de uma motocicleta, foi dado início a segunda parte do show, que contemplou o disco "Wheels of Steel" (lançado em abril de 1980) na íntegra. Desde "Motorcycle Man", primeira do lado A do LP, até "Machine Gun", última do lado B, com destaques para 747 (Strangers in the Night", "Suzie Hold On" e a faixa título, com direito a Biff filmando a plateia com o seu smartphone.


Após um pequeno intervalo para o bis, Biff e Doug vestiram coletes com patches de várias bandas, conhecidos como "battle jackets", atirados no palco por fãs que estavam na grade. A primeira foi "Crusader", e em seguida Biff conversou com a plateia: "Vamos tocar mais uma ou mais duas, amanhã vamos tocar na Argentinas (com sonoras vaias por parte da pista), Chile e depois Inglaterra. É nosso último show no Brasil, então vamos tocar mais três músicas para vocês."


O Saxon entregou uma apresentação impecável. Mesmo aos 74 anos, Biff cantou e performou com maestria; Glockler, aos 72, destruiu na bateria, mantendo energia e alegria do início ao fim. Doug, Tatler e Carter mostraram técnica apurada e ótima presença de palco. Todos os elementos de um show clássico de heavy metal estavam lá: iluminação precisa, som de alta qualidade e, claro, os hinos que consagraram o Saxon como uma das bandas pioneiras da New Wave of British Heavy Metal.





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