Linkin Park - Estádio esgotado e ânimo de um público apaixonado em São Paulo
Resenha - Linkin Park (Allianz Parque, São Paulo, 16/11/2024)
Por Diego Camara
Postado em 18 de novembro de 2024
O anúncio do retorno do Linkin Park, com a entrada da vocalista Emily Armstrong, transformou o show da banda no grande cálice sagrado do metal alternativo deste ano. O público arrancou os cabelos e perdeu horas para tentar garantir os ingressos para as duas apresentações, totalmente esgotadas. Além disso, o lançamento de "From Zero", novo álbum da banda, e a recepção calorosa dos fãs aos novos ares do Linkin Park trouxeram grandes expectativas nas apresentações. Confira abaixo os principais detalhes do show, com as fotos de Fernando Yokota.
Como é bonito ver o Allianz Parque totalmente lotado para a apresentação. As arquibancadas cheias e a pista preenchida de pessoas de todas as idades. O primeiro show, apresentado na integra pela TV, já havia sido sensacional, e a segunda data prometia ainda mais. A banda subiu ao palco com 12 minutos de atraso, quando a introdução "Inception" começou nas caixas de som, para delírio dos fãs.
"Somewhere I Belong" caiu como uma bomba no público. Os fãs apaixonados se dividiam entre cantar junto, chorar e pular ao som da banda. A qualidade ótima do palco sobressaiu, e o som estava delicadamente perfeito, com todos os instrumento soando em extrema consonância, em um volume superior aos últimos shows que ocorreram no Allianz Parque.
Em "Crawling", o público puxou os primeiros versos sozinhos, mas foi no refrão da música que estouraram para uma performance eletrizante. A bateria e a discotecagem do novato Colin Brittain e de Joe Hahn brilharam em "Points of Authority", o que acendeu ainda mais os fãs, que não perderam uma linha da música, cantando a plenos pulmões toda a letra junto com Emily Armstrong e Mike Shinoda. A vocalista, inclusive, brilhou muito em "New Divide", mostrando muita potência e versatilidade, sendo aplaudida e cantado seu nome.
"Muito obrigado por fazerem tudo isso ser possível!", gritou Mike Shinoda, sendo aplaudido pelos fãs. A recepção de "The Emptiness Machine", uma das cerejas do novo disco, foi além da média, com os fãs cantando muito durante todo o tempo: o público realmente amou o novo disco, e sem dúvidas muitas das novas músicas serão alçadas ao nível de queridinhas para a continuação da banda.
Após o primeiro interlúdio, a banda voltou ao palco para tocar "The Catalyst". Os fãs levantaram os celulares e iluminaram todo o estádio, com as arquibancadas reluzindo como estrelas. Os elementos eletrônicos brilharam aqui como as lanternas, e a apresentação arrancou suspiros dos fãs. A performance mágica continuou neste set com "Waiting for the End" e "Castle of Glass", duas músicas mágicas que contaram com performances magistrais de Emily Armstrong.
O público fez enorme coro após a apresentação de "Remember the Name", emocionando Mike Shinoda. Os fãs, que participaram durante todo o show, mostraram muita desenvoltura em "One Step Closer", onde puxaram sozinhos novamente os primeiros versos. A performance é musicalmente potente, com força instrumental das guitarras, e o público aplaudiu com muita vontade.
Após mais um interlúdio, o dueto Shinoda / Armstrong voltou para um belíssimo dueto na música "Lost", puxado somente pelo piano. A performance é curta e mágica, e logo encaixada com "Breaking the Habit", em uma performance eletrizante de toda a banda no palco. O set, curto, é fechado com "What I’ve Done", também muito cantada e recebida com carinho pelo público.
A introdução "Kintsugi" marca o último ato da banda. O nome no set remete a uma arte japonesa de reconstrução e restauração da arte, que valoriza elementos quebrados com ouro ou prata nas novas junções: o nome não é aleatório, e este set remete a reconstrução da banda e o renascimento do Linkin Park após sua destruição com a morte do vocalista Chester Bennington. Interessante ainda mais que nomearam o ato anterior como "Break/Collapse", o mais curto do show.
E não é pouco que este seja o set mais especial da noite. O show começa com a mágica "Leave Out All the Rest", em uma introdução lindíssima coroada novamente com as lanternas dos celulares. O público cantou muito com Emily, chorou, e deixou o sentimento falar mais alto em um dos grandes destaques da apresentação na noite. Logo depois, "Friendly Fire" vem como a grande novidade do setlist, novamente com uma performance estonteante da vocalista e aplausos firmes do público.
Shinoda responde aos fãs que estavam pedindo algumas novas músicas do disco. "Essa não vamos tocar, pelo menos não hoje", diz ele, afirmando que haverá ainda mais músicas do novo disco sendo tocadas na noite. Inclusive, lançam logo em seguida "Over Each Other", com Armstrong nas guitarras e liderando a performance da banda.
O grande momento da noite vem logo em seguida, quando Shinoda pede apoio aos fãs para cantarem juntos a próxima música. A sequência é sem dúvidas a mais esperada dos fãs que vieram de todo o Brasil para ver o Linkin Park: primeiro vem "Numb", e o pedido se torna fácil: os fãs cantam tanto essa que o som do palco fica baixo para a performance dos apaixonados pela banda.
Em seguida, a banda sobe ainda mais o sarrafo puxando "In the End", e quem não perdeu a voz na primeira música capaz que perdeu aqui. Se não, os sobreviventes tiveram que encarar "Faint", em uma sequência épica para fechar a apresentação. O público cantou muito essa também, mas o destaque fica para o trabalho das guitarras de Alex Feder, extremamente potentes.
O show foi se encaminhando para o final quando a banda retornou para o bis, seu último ato. "Papercut" abriu muito bem a performance, seguida por "Heaven is the Crown", A música do novo disco que está fazendo enorme sucesso com os fãs: o publico cantou bastante essa, pulando e dançando na pista. A força de Shinoda veio mais uma vez a toca com "A Place for My Head" e "Bleed it Out".
No finzinho, Shinoda chamou novamente o público para agradecer ao suporte e apoio dado para o retorno da banda e em especial o amor pelo "From Zero". O show fechou com uma performance de fogos de artifício que iluminou o estádio inteiro, logo no final de "Bleed it Out".
O mais impressionante em toda a performance foi a escolha meticulosa da banda por cada música que seria apresentada: o show não é uma mera coletânea de músicas, mas a apresentação conta uma história: da criação a reconstrução, o show é o renascimento da banda e o desejo de continuar produzindo arte, um ritual de renascimento do Linkin Park e impulsionado pela força dos seus fãs, que participaram do show de uma ponta a outra.
A produção também esteve no mais alto padrão. O trabalho da Live Nation Brasil foi de excelência durante todo o show: a apresentação esteve acima de vários shows recentes realizados no Allianz Parque, marcados por som baixo e problemas técnicos. Isso não se viu nesta noite: o Linkin Park conseguiu produzir o melhor som para os fãs, que agradeceram a magia do que foi apresentado.
Setlist
Intro: Inception Intro B (com elementos de "Iridescent")
Somewhere I Belong
Crawling
Points of Authority
Two Faced
New Divide (com "Moscow" intro)
The Emptiness Machine
Intro: Creation Intro B (with elementos of "Iridescent")
The Catalyst
Burn It Down
Waiting for the End
Castle of Glass
Joe Hahn Solo
Intro: Empty Spaces
When They Come for Me / Remember the Name
Casualty
One Step Closer
Intro: Break/Collapse
Lost
Breaking the Habit
What I've Done
Intro: Kintsugi
Leave Out All the Rest
Friendly Fire
Over Each Other
Numb (com "Numb/Encore" intro)
In the End
Faint
Bis:
Intro: Resolution Intro B (com elementos of "Iridescent")
Papercut
Heavy Is the Crown
A Place for My Head
Bleed It Out
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