Turnstile: incansáveis do início ao fim do show em São Paulo
Resenha - Turnstile (Tokio Marine Hall, São Paulo, 16/04/2024)
Por Diego Camara
Postado em 19 de abril de 2024
Depois de uma performance insana em 2022, o Turnstile voltou em outro patamar: de uma apresentação solo acanhada no Cine Joia para um show gigante em uma casa como o Tokio Marine Hall. "O rock e o punk estão mais vivos que nunca", muitas pessoas dizem quando veem uma evolução rápida como esta. E realmente, é um estudo de caso trilhar os acertos que o quarto de Maryland está fazendo para atrair um público tão apaixonado. Confiram abaixo os principais detalhes do show com as imagens de Fernando Yokota.
A apresentação foi começar com 45 minutos de atraso. O público também demorou a chegar ao Tokio Marine Hall, o que fez parecer que o show ficaria muito abaixo do esperado para o tamanho da casa. Mas, quando chegou às 21h, no horário que estava esperado o início do show, a pista VIP estava no seu limite e a pista normal bastante cheia. O público compareceu em grande número para um artista que era quase desconhecido por essas bandas em 2022.
O atraso não pareceu diminui o ânimo dos fãs. Logo nos primeiros versos de "MYSTERY" o público já estava louco. A banda começou com tudo, e a qualidade do som do Tokio Marine estava acima da média, realmente bastante digno de uma apresentação deste nível. O público cantou muito na música, cantando tão alto que rivalizou com os vocais de Brendan Yates.
O Turnstile é como as bandas clássicas do punk: pouca conversa e muita música. O show é curto, mas vale muitas vezes mais que qualquer show longo – seja pela potência da banda, seja pela falta de enchimentos no meio do show para aumentar a duração da apresentação. Assim a banda lançou uma sequência rápida com "WILD WRLD" e "ENDLESS", que chamaram o público para cantar e cantarolar junto.
Os instrumentais são coroados em "Come Back for More / Fazed Out", um medley que contou com a potência da bateria e a força das guitarras. O ritmo forte chama para o bate cabeça. Os fãs aplaudem muito a música. "UNDERWATER BOI" veio logo depois, com uma introdução de som ambiente e uma belíssima abertura dos vocais de Yates junto com os do público, um momento belíssimo e emocionante. A música, por ser mais calma que a pancadaria hardcore de outras, convida os fãs para dançar e cantar junto durante toda a sua duração.
O público estava incansável, e os gritos pelo Turnstile começaram. A banda acompanhou, com a bateria de Daniel Fang puxando o ritmo do cântico. Yates agradece e pede para o público "ir mais rápido" na próxima música. "DON’T PLAY" deixa os fãs malucos, mais uma grande pancadaria e as rodas de mosh que surgiram em vários pontos da pista.
O ânimo da casa estava insano, e uma música como "Big Smile", com sua pegada clássica do punk ajudou a deixar todo mundo ainda mais louco, inclusive com o pandemônio construído no próprio palco, onde integrantes da banda assumiram pratos da bateria de Fang. Se estivéssemos em outra casa, sem a posição dos seguranças, teríamos uma dezena de pessoas subindo ao palco e se lançando sobre a pista, no maior estilo Hangar110.
"Gravity", ironicamente contra o nome, foi um chamado para o público desafiar a gravidade. Ao som de "down", os fãs foram "up", obedecendo ao pedido de Yates e quase voando uns sobre os outros. "FLY AGAIN" veio logo em seguida, com o público cantando demais sem perder o ânimo. Mesmo o solo de bateria, pouco animado e interessante, não foi o bastante para diminuir a vontade dos fãs.
Tanto que o show continuou em grande nível. "BLACKOUT" foi um dos momentos mais insanos da noite, concorrendo com "HOLIDAY", que veio pouco em seguida. As duas deixaram o público louco, cantando demais e fazendo os maiores mosh pits da noite. O bate cabeça insano só foi quebrado pela leve música "ALIEN LOVE CALL", que foi como um descanso para os fãs se recuperarem para a pancada que vinha a seguir.
O show foi curto, ao padrão das bandas do gênero, mas é impossível dizer que não foi impressionante. O Turnstile faz em pouco mais de uma hora o que muitos artistas não entregam em duas. A capacidade da produção, a cargo da Live Nation e da casa, foi mais que perfeita: a qualidade do espetáculo passou por trazer um show com segurança e um som que fosse do nível da pancada que a banda pode produzir.
Setlist
MYSTERY
WILD WRLD
ENDLESS
Come Back for More / Fazed Out
UNDERWATER BOI
DON'T PLAY
Drop
Real Thing
Big Smile
NEW HEART DESIGN
Gravity
FLY AGAIN
Blue by You
BLACKOUT
ALIEN LOVE CALL
HOLIDAY
T.L.C. (TURNSTILE LOVE CONNECTION)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps