Resenha - UDO & Tim Ripper Owens (Bar Opinião, Porto Alegre, 27/04/2023)
Por Guilherme Dias
Postado em 08 de maio de 2023
Após um longo período sem shows por causa da pandemia do Covid-19, eles retornaram de vez no segundo semestre de 2022. Ainda na mesma onda, 2023 iniciou com o anúncio de muitos shows, principalmente internacionais. O mês de abril, em especial, recebeu muitos artistas e festivais no país. Porto Alegre esteve nessa rota de maneira natural. No dia 27, a cidade recebeu UDO e Tim Ripper Owens, cantores que fizeram sucesso nas clássicas bandas Accept e Judas Priest (respectivamente). O local da apresentação foi o bar Opinião, localizado no bairro Cidade Baixa.
O alemão e o norte-americano fizeram um show conjunto, com a mesma banda de apoio. Os músicos nacionais convidados foram Johnny Moraes e Wagner Rodrigues (guitarras), Fabio Carito (baixo) e Marcus Dotta (bateria). O primeiro a subir ao palco foi o Tim Ripper, atualmente com 55 anos de idade. Ele teve a dura missão de substituir Rob Halford no Judas Priest em 1996. Além de suas bandas da época, Ripper (apelido recebido devido a canção do Judas de mesmo nome) também fazia parte de uma banda tributo a Judas Priest, o que facilitou em partes o seu trabalho. A história de Ripper com o Judas Priest pode ser vista no filme "Rock Star" (2001) de forma indireta, não oficial e não confirmada por nenhum envolvido, porém é notória a semelhança entre o enredo do filme e a entrada e saída de Ripper no Judas. Foram dois álbuns de estúdio lançados: "Jugulator" (1997) e "Demolition" (2001).
Completamente voltado para músicas do Judas Priest, o início teve "Metal Gods" e após muitos aplausos Ripper perguntou para o público seguidas vezes: "What’s my name?" (inclusive nome de uma faixa bônus de "Demolition"), recebendo um ótimo retorno do público e continuou: "é muito bom estar de volta, reconheço algumas pessoas de outros tempos" (olhando e apontando para a plateia). Das suas gravações com o Judas, Ripper apresentou "Burn in Hell", "Hell Is Home" e "One on One", sendo todas muito bem recebidas pelos presentes. Ainda nesse primeiro momento "Painkiller" e "Hell Bent For Leather" fizeram parte do repertório. Algum fã que sabia a ordem do repertório foi "ditando" algumas para Ripper, que levou numa boa e brincou com a situação: "Então vocês sabem o repertório… então qual é a próxima?".
Logo após Ripper deixar o palco, foi a vez de Udo Dirkschneider assumir o microfone principal. Udo fez história no Accept, sendo um dos membros formadores e dono de uma voz única. No set uma verdadeira homenagem a alguns hits da sua época de Accept. A primeira foi "Starlight", seguida de "Living For Tonite", "Midnight Mover" e "Breaker". O destaque ficou para as canções seguintes. A épica "Princess of a Dawn" teve uma brilhante participação dos fãs, deixando Udo notoriamente feliz e realizado. O peso e velocidade de "Fast As A Shark" também não deixou o frontman cantando sozinho. E em "Balls to the Wall" Ripper invadiu o palco para cantar junto com Udo e o público.
A parte final teve ambos cantores celebrando "Breaking the Law" e "Living After Midnight" junto com o público. Os vocalistas possuem carreiras diferentes, mas os dois deixaram um grande legado em bandas muito importantes na história do heavy metal. Além desse legado, a dupla sobra em carisma e dedicação aos fãs, o que pôde ser visto com tranquilidade o tempo todo. Mesmo com 71 anos, Udo segue se apresentando brilhantemente bem. Ripper, mais jovem, segue com um alcance vocal absurdo, o que dá a ele condições claras de seguir cantando por muitas décadas ainda.
Fotos por: Guilherme Dias
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