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Humberto Gessinger: mesmo em meio à crise, lindo show em Fortaleza

Resenha - Humberto Gessinger (Praça Verde do Dragão do Mar, Fortaleza, 26/05/2018)

Por Leonardo Daniel Tavares da Silva
Postado em 04 de junho de 2018

Sábado, 26 de maio, fãs de Humberto Gessinger de todas as idades tinham um compromisso na Praça Verde do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. O músico gaúcho viria lançar seu novo DVD "Ao Vivo Pra Caramba", com canções inéditas e um apanhado de toda a sua carreira. Com pouca gasolina nos postos, com aeroportos fechados em todo o país e com muitos bloqueios de caminhoneiros nas estradas, num dos finais de semanas mais complicados para todos os brasileiros, chegar à Praça Verde não foi fácil para ninguém, nem para o público, nem para o artista. Mas, uma vez que o encontro começou, todos os problemas ficaram do lado de fora da Praça. Confira como foi mais este show da Multi Entretenimento e Stallo’s Produções. Todas as fotos são de Rubens Rodrigues. Texto publicado originalmente no ThunderBlue.

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A primeira banda a se apresentar na noite de sábado foi a OUTRAS FREQUÊNCIAS, num show baseado principalmente em covers de rock nacional. Nestas covers, a que se destaca musicalmente é "Marvin", dos Titãs, pelas intervenções do tecladista. Outras também levantaram a galera, mas mais por causa de seus artistas originais. Entre as autorais, destaque para "À Moda Nacional", com riff legal e boa letra, um caminho em que podem investir. Como críticos musicais somos sempre reticentes a esse tipo de show e procuramos sempre valorizar composições autorais. Mas dá mesmo para ser tão rígido na crítica? O público está aberto a conhecer o trabalho das bandas de abertura? Quando tocam cover o público canta junto. Quando tocam as deles, mesmo sendo boas, as pessoas parecem despertar para a hora de comprar cerveja ou ir ao banheiro. Problema! Ah, continuem. Amadureçam. "Não importa se só tocam o primeiro verso da canção". Para conferir o trabalho da banda e formar sua própria opinião, confira o EP "Progressão" no Spotify.

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Obviamente era por HUMBERTO GESSINGER que o público inteiro estava aguardando. Obviamente, devido à paralisação dos caminhoneiros e à crise dos combustíveis, a Praça Verde não estava tão cheia como em anos anteriores (visita de Humberto Gessinger ao Ceará é garantia de Praça Verde entupida), mas uma grande quantidade de fãs fieis fizeram "das tripas coração" para se fazer presentes. E quando, como urros de um dragão, as primeiras notas de baixo de "A Revolta dos Dândis I" se fez ouvir no Dragão do Mar, a gritaria foi geral. E, já de assalto, estabeleceram-se os dois grandes destaques da noite. Um, o som do baixo de Gessinger. Embora já bastante conhecida, a escolha dos timbres do instrumento principal do gaucho faz com que qualquer show elétrico em que ele esteja à frente torne-se um evento imperdível. O segundo destaque é o próprio roteiro do show, que privilegia as canções do álbum "A Revolta dos Dândis", o segundo dos ENGENHEIROS DO HAWAII, lançado em 1987 e tocado praticamente na íntegra (só "Quem Tem Pressa Não Se Interessa", " Guardas Da Fronteira", "Além dos Outdoors" e "Filmes De Guerra, Canções De Amor" ficaram de fora).

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E depois da gritaria de início, todo mundo estava cantando junto com Humberto as suas canções de guerra falando de filmes de amor. Humberto volta a Fortaleza acompanhado novamente por Rafa Bisogno, que toca com Gessinger há anos, e por Felipe Rotta, estreando no Ceará, mas também acompanhado por uma Lua imensa, um belíssimo adereço de palco que assume tonalidades diferentes com a iluminação de cada música (veja nas fotos que efeitos lindos que a peça cria) e, claro, pela voz do público.

Um dos maiores sucessos radiofônicos, "Infinita Highway" já vem em seguida, mas mesclada com "Até o Fim". Já nela(s) Humberto faz adaptações da letra homenageando seu novo lar por uma noite. "Quando eu vivia e morria em Fortaleza", "Minhas raízes estão no ar / Minha casa é o Ceará". E também ressaltemos que o artista também se mostrava gentil com os fotógrafos, fazendo poses sempre que podia enquanto era capturado pelos colegas das imagens.

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"Desde Aquele Dia", um lado B da discografia dos ENGHAW (e do próprio disco "A Revolta dos Dândis") ganhou mais projeção no ano passado, virou nome de turnê, mote inspirador de site e do último EP. A canção, ali ao vivo, é também oportunidade para Humberto falar do trabalho novo, o DVD "Ao vivo pra caramba – A revolta dos Dândis 30 Anos", comemorando os 30 anos do segundo disco dos EngHaw (primeiro de sua formação mais clássica, a GLM). A canção em si, nunca foi clássico, mas merecia. E a versão ao vivo, antes tão rara, é muito boa.

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Não só canções dos ENGENHEIROS fazem parte do show. Obviamente, canções da carreira solo de Humberto também se fazem presentes, como "Bora", um pouco mais cedo, e "Sua Graça", que começa bem reggae. E como de costume, também temos um set acústico (agora sem sanfona), com Rotta tocando uma viola caipira, dando uma nova cara e dando uma nova cor (bonita) a canções já muito conhecidas, como "Vozes", colada a "Terra de Gigantes", "Cadê? (uma das quatro novas), "O Preço"... O público já cantava "O Preço", mas quando ela cede lugar a "Banco", do subestimado (à época de seu lançamento) "Minuano", atraiu muitos gritos  (que talvez não tivesse conseguido na época). Semelhante reação teve a bela "Dom Quixote". Essa o próprio Gessinger quase não precisa cantar, tamanha era a gana do povo de colocar nela a sua própria voz.

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Findo o momento acústico, Gessinger ataca com doublenecker, um instrumento em que pode tocar tanto guitarra quanto baixo. Na primeira parte de "Saudade Zero", canção nova, ele toca na guitarra, depois passa pro baixo. Adiante ainda inclui melodias simples de teclado nos pedais. É um momento tecnicamente sublime. As canções ficam ainda mais bonitas. "Refrão de Bolero" e "Piano Bar", por exemplo, viram uma suíte progressiva fantástica. Parece que foram feitas assim.

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"Não quero ficar de minimi, mas foi uma batalha chegar aqui. Durante o dia inteiro a gente não sabia se ia chegar todos os equipamentos. A gente chega mas as guitarras talvez não – pensamos – então vamos fazer acústico", confessa Gessinger no único momento em que se permite não falar apenas de música durante o show. No dia anterior o gaucho tinha se apresentado em Juazeiro do Norte, cujo aeroporto foi um dos que chegaram a ser fechados durante a crise por falta de combustível. "Eu disse mesmo que a gente tenha que pegar uns megafones a gente tem que fazer esse show, porque não dá pra ficar sem tocar aqui". Claro, semelhantes questionamentos foram feitos por todos que chegaram até a Praça Verde. Ir de carro? E se não tiver como botar gasolina na semana e esse combustível fizer falta. Ir de transporte público? E se não tiver como voltar? Mas compromisso é compromisso e estava todo mundo ali, cantando curtindo a "A Revolta dos Dândis" gêmea, a parte II e os sons do baixo, agora de seis cordas, de Gessinger na goela.

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Incrivelmente, outro álbum que parece que foi lançado um dia desses já está perto de fazer também 20 anos. "¡Tchau Radar!", de 1999, também teve seu momento de destaque no show, com "Seguir Viagem", "Eu Que Não Amo Você" e um trechinho de "Negro Amor", a versão caetana para "It’s All Over Now, Baby Blue", de DYLAN. A ação do tempo sobre as músicas faz com que pareçam ainda mais bonitas. Na época em que surgiram, foram sucesso, mas não se falava tanto em Engenheiros quanto nos tempos mais áureos, até porque o que quer que tenha acontecido entre Gessinger, Maltz e Licks ainda era muito fresco, tanto em aspectos positivos quanto negativos. Hoje, Gessinger canta (e canta junto) com pessoas que cresceram com aquelas músicas. Até mesmo em "Alexandria", mezzo inédita (Gessinger já tinha presenteado TIAGO IORC com ela) tinha gente cantando junto. E nem estou falando do oh ohohoh.

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O show termina com mais canção inédita ("Pra Caramba"), mais sucessos dos ENGENHEIROS ("3×4", "Perfeita Simetria", "Pra Ser Sincero") e um bis com mais um medley de canções que, dos ENGENHEIROS ou do RPM (caso de "Radio Pirata") ajudaram a manter acesa a chama dos ENGENHEIROS DO HAWAII e as letras espertas de Gessinger na boca do público. E ainda nem falamos da Lua. Em noite de Lua Cheia, tínhamos o privilégio de ter duas luas no campo de visão. Uma, enorme, satélite ali no palco enquanto o trio de músicos fornecia a luz, mudando de cor de acordo com o desenho de iluminação. A outra, a real, menor ao olho, lá no céu, assistia tudo. Apenas shows em espaços abertos como a Praça Verde podem ter uma conjunção assim de satélites. Se Waters pode ter dois sois no por do sol, Gessinger pode ter duas luas na Praça Verde.

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Setlist

A Revolta dos Dândis
Infinita Highway /Até o Fim
Bora
Surfando Karmas & DNA
Desde Aquele Dia
Sua Graça
Vozes / Terra de Gigantes
Cadê?
O Preço / Banco
Dom Quixote
Saudade Zero
Refrão de Bolero / Piano Bar
Faz Parte
Vida Real
A Revolta dos Dândis II
Seguir Viagem / Negro Amor
Eu Que Não Amo Você
Alexandria
De Fé
Pose (Anos 90)
Das Tripas Coração
Somos Quem Podemos Ser
Pra Caramba
3×4
Perfeita Simetria
Pra Ser Sincero
O Exército de Um Homem Só / Rádio Pirata / Toda Forma de Poder / Era um Garoto Que, Como Eu, Amava os Beatles e os Rolling Stones
Agradecimentos:

Multi Entretenimento, Stallo’s Produções e Capuchino Press, pela atenção e entretenimento.

Rubens Rodrigues, pelas imagens que ilustram esta matéria.

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Veja mais fotos aqui:

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Sobre Leonardo Daniel Tavares da Silva

Daniel Tavares nasceu quando as melhores bandas estavam sobre a Terra (os anos 70), não sabe tocar nenhum instrumento (com exceção de batucar os dedos na mesa do computador ou os pés no chão) e nem sabe que a próxima nota depois do Dó é o Ré, mas é consumidor voraz de música desde quando o cão era menino. Quando adolescente, voltava a pé da escola, economizando o dinheiro para comprar fitas e gravar nelas os seus discos favoritos de metal. Aprendeu a falar inglês pra saber o que o Axl Rose dizia quando sua banda era boa. Gosta de falar dos discos que escuta e procura em seus textos apoiar a cena musical de Fortaleza, cidade onde mora. É apaixonado pela Sílvia Amora (com quem casou após levar fora dela por 13 anos) e pai do João Daniel, de 1 ano (que gosta de dormir ouvindo Iron Maiden).
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