Dream Theater: quase três horas de perfeição em São Paulo
Resenha - Dream Theater (Credicard Hall, São Paulo, 26/08/2012)
Por Chris DT e Eduardo dutecnic
Fonte: Minuto Heavy Metal
Postado em 27 de agosto de 2012
Após um final de semana atribulado, com o encontro com a família Minuto HM, no ensaio de 7 horinhas, e dois aniversários, no final do domingo ainda estava com fôlego e expectativa para o show do Dream Theater no Credicard Hall! Seria o primeiro show com Mike Mangini comandando a bateria, substituindo o lendário Mike Portnoy, criador da banda junto com John Petrucci e John Miyung.
O caminho até o Credicard Hall não foi fácil! Num final de tarde de domingo, parecia que todo mundo estava nas marginais Tietê e Pinheiros! Da zona norte até lá demorei uns 45 minutos, lembrava trânsito de dia de semana, fora do horário de pico!
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Quando cheguei, estacionei na rua atrás do Credicard Hall, pois conforme informações recebidas do Eduardo (Minuto HM), o estacionamento já estava quase lotado! Ao sair do estacionamento já avistei uma enorme fila, que depois fiquei sabendo ser do pessoal da pista! Para a Plateia não havia fila … entrei rapidinho! Ao subir as escadas rolantes, dei de frente com a banca vendendo as camisetas e outros merchandisings oficiais do Dream Theater. Infelizmente eles somente trouxeram 3 modelos de camisetas, além de um boné, uma bandana e outros itens menores. Escolhi a camiseta da turnê do "A Dramatic Turn of Events" e, de quebra, ganhei uma palheta! Só então me dirigi ao meu assento , onde já estavam meus amigos Eduardo e Paulo Felipe. O Paulo estava com um amigo dele da faculdade! Não me lembro o nome dele, mas era um cara gente boa!
Conversamos um pouco, falamos de outros shows e, de vez em quando, ouvíamos vaias! Isso mesmo, vaias!! Era o pessoal vaiando as propagandas de próximos shows no Credicard Hall (geralmente samba, ou grupos sertanejos). Concordo com o Eduardo de que não são shows de interesse para a grande maioria presente!
Diferentemente do show de 2010, da turnê do "Black Clouds & Silver Linings", não havia um pano cobrindo a nossa visão do palco! Já tínhamos visto a incrível bateria do Mangini, com vários elementos dispostos acima de sua cabeça! O show marcado para as 20h00 acabou começando com uns 15 minutos de atraso! O grupo entrou tocando "Bridges in the Sky", música do álbum novo! Confesso que, por gostar muito de bateria e devido à entrada de Mike Mangini, minha atenção estava voltada pra ele. E ele não decepcionou! Após toda a turnê, que será finalizada aqui no Brasil, com mais 3 shows (Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília), Mangini já demonstrava total desenvoltura, realmente sendo parte da família Dream Theater!
Este show foi bastante eclético – no sentido de que foram tocadas músicas de muitos trabalhos diferentes o que deixou a nós, fãs da banda, muito felizes!
Após a música de abertura, tivemos "6:00″ do álbum Awake sendo tocada. Na seqüência, com uma introducao de James LaBrie, onde ele comentou o show anterior e disse que com o término da turnê aqui no Brasil, eles vão descansar um pouco antes de retornar ao estúdio já em dezembro/2012 para gravação de um novo álbum, veio "The Dark Eternal Night" do álbum "Systematic Chaos".
A banda, como sempre, parece um relógio, com suas passagens virtuosas e complexas quebras de tempo, sem erros!
A próxima do setlist foi "This is the Life", mais uma do novo álbum, seguida de "The Root of All Evil" do álbum "Octavarium" e "Lost Not Forgotten", mais uma do novo álbum!
Para dar uma pausa aos demais membros, na seqüência, Mangini mostrou suas habilidades nas baquetas e nos presenteou com um inspirado solo de bateria onde, no meio da execução, ele pára para comer uma banana! É isso aí! Ele parou, ficou marcando o tempo nos bumbos e comeu uma banana, voltando ao solo ainda mais "inspirado". O Eduardo comentou algo mais técnico e que realmente é uma verdade! "Bateristas costumam ter um lado preferido para tocar, uma mão com a qual fazem a marcação do tempo, mas Mangini troca os lados com tremenda facilidade e numa velocidade que nos deixou atônitos". O público adorou o solo e realmente, apesar do Portnoy ser um monstro na bateria, Mangini já assumiu o posto com louvor! O Dream Theater perdeu um excelente músico, mas conseguiu fazer a substituição à altura, sem perder nada em musicalidade ou perícia.
A banda retorna com uma música muito conhecida pelos fãs, "A Fortune in Lies", que foi gravada bem no começo da história da banda, no álbum "When Dream and Day Unites", quando nem LaBrie era o vocalista, quem estava nos vocais era Charlie Dominici, o primeiro vocalista do Dream Theater, e que durou apenas este álbum.
Com o término de "A Fortune in Lies", LaBrie fica no palco somente com John Petrucci, com um violão, para as versões acústicas de "The Silent Man", do álbum "Awake" e "Beneath the Surface" do "A Dramatic Turn of Events". Foram execuções que agradaram muito a todos e um momento do show, mais calmo.
Para a "reta final" do show, a banda volta com toda a energia para tocar "Outcry", também do álbum "A Dramatic Turn of Events". Essa música, durante algumas de suas passagens me lembra muito as músicas-tema do filme Transformers! Mais uma vez fico "vidrado" na performance de Mangini. A banda então, após um solo de teclado de Jordan Rudess, elogiado por LaBrie ("He’s a gift to that instrument and to us"), surpreende a todos com "Surrounded", uma das belas músicas do álbum "Images and Words", um dos mais conhecidos do Dream Theater. Surrounded fez todo o Credicard Hall cantar, foi emocionante! Como este foi o primeiro álbum do Dream Theater que escutei, afinal conheci a banda pela música Metropolis Part 1, fiquei muito feliz de poder presenciar sua execução ao vivo e acho que todos os fãs também!
Este foi um show longo, de quase três horas, mas antes do fim ainda fomos presenteados com "On the Backs of Angels", a quinta música do novo álbum, "War Inside My Head" e "The Test that Stumped Them All" do álbum "Six Degrees of Inner Turbulence", um solo de guitarra, acompanhado pelo teclado de Rudess, de John Petrucci, demonstrando toda a sua destreza com o instrumento. Neste ponto, LaBrie elogia o guitarrista dizendo que no mundo há muitos ótimos guitarristas, mas que ele considera Petrucci um guitarrista fora da curva, pois ele desenvolveu seu próprio estilo, seu nicho e, noite após noite, neste 20 anos de banda, ele surpreende o Labrie com sua qualidade e música. Entra então "The Spirit Carries On" do álbum " Metropolis Part 2 – Scenes from a Memory", que também foi cantanda por todos no Credicard Hall, e "Breaking All Illusions", a sexta do novo álbum.
A banda então agradece e deixa o palco, nos deixando a todos ansiosos por saber qual seria a música de fechamento, já que em outros shows anteriores desta turnê, haviam sido tocadas "Pull Me Under" e "Metropolis – Part 1″. Eles retornam e mandam ver em "Metropolis – Part 1″. Foi a música para fechar com chave de ouro um show que considero o melhor que ví do Dream Theater até hoje! A música tem muita energia e deixa cada músico com seu próprio espaço de tempo para executar suas partes, sendo um show dentro do próprio show.
Saí do show muito feliz e já aguardando o lançamento do DVD/Bluray com o show desta turnê. Tenho certeza que será imperdível.
Tenho que deixar aqui os meus parabéns ao Mike Mangini que preencheu totalmente a lacuna deixada por Portnoy e ao final do show agradeceu muito aos fãs e mostrou ter gostado muito da receptividade de São Paulo. O cara é um monstro nas baquetas e deve ter um preparo físico fora do normal, pois consegue manter todos os repiques e quebras e ritmo e evoluções durante as mais de duas horas de show, com alguns minutos de descanso, mas de forma alucinante em muitos momentos. Fora o fato de muitas vezes ele usar os componentes da bateria instalados em nível acima de sua cabeça, exigindo muito de seus ombros.
Ficamos no aguardo do próximo trabalho deste grupo que, definindo em apenas uma palavra é: impressionante!
Para ver a matéria original no Minuto HM, que trará fotos e vídeos, além do setlist completo, acesse o link abaixo.
http://minutohm.com/2012/08/27/cobertura-minuto-hm-dream-theater-em-sp-parte-2-resenha/
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