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Linkin Park
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Linkin Park e a morte de Chester: memórias e desolação

Por Rodrigo Contrera
Postado em 20 de julho de 2017

Nunca fui um fã do Linkin Park. Mal conhecia o nome do Chester. Assim como, quando morreu, eu mal conseguia o nome do Chris Cornell. Eu já escrevia aqui no Whiplash há alguns meses, e quando soube da morte do Chris encarei com um certo dar de ombros. Mas, motivado a ouvir e ler mais sobre rock, e sobre as novas gerações, comecei a ouvir o Soundgarden e o Audioslave, e a ouvir a linda voz do Chris, e aos poucos a me emocionar. Calhou que nessa época estava me recuperando de intenções suicidas, e por isso comentei algo nos posts que saíram no Whiplash.net sobre a morte do Chris.

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Ocorre que, por algum motivo que não consigo identificar, fiquei agora sabendo da morte do Chester e caio para trás. Ao contrário de com a morte do Chris, uma lágrima saiu de mim, e continua saindo, e não consigo bem entender por quê. Eu não curtia a banda, mal sabia sobre ela, e mal lia também sobre ela. Mas esta morte mexeu comigo. Como continua mexendo.

É estranho. Há mais de um ano, eu estava premido por questões e dificuldades imensas. Conheci uma moça por internet, e ela me disse para falar com minha família. Eu já havia pensado seriamente em me matar meses antes, e desde então esse meu desejo diminuiu, à base de ajuda familiar, remédios, consultas com psicólogos e psiquiatras. Hoje sou um caso sendo acompanhado de perto, e não creio haverem motivos para ocorrer uma recaída. Mas enfrentei a desesperança total de perto, e senti o cheiro do fim.

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Desde então, tenho me esforçado muito e conseguido algumas vitórias. E aos poucos as pessoas se tornam mais próximas de mim. Era como se antes eu não ligasse mesmo, e como se as pessoas fossem sombras. Hoje, as pessoas se tornam aos poucos mais importantes em minha vida, e começo a me deixar afetar. Passei a reparar nas pessoas embaixo das marquises, ou nos pedintes, ou até nas pessoas que vão às missas cantar suas canções e dedicar suas almas a Deus. Antes, eu via muito pouco.

Foi nesse processo que as pessoas aqui no Whiplash.net também começaram a aparecer. Seja por meio de leitores que viraram meus amigos no face, seja por meio de comentários que me fazem rir ou ficar com raiva, seja por meio de audições e leituras que me fazem reparar nos seres humanos por detrás dos rockstars. Calhou que quando o Chris Cornell se enforcou um garoto de 4 anos tenha caído do meu prédio, em Taboão da Serra, para as mortes de ambos - de Chris e do garoto - me tocarem profundamente.

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Fiz artigo a respeito, que alguns não entenderam. Pois agora eu estou num período de recuperação, indo a entrevistas, passando por treinamentos, e recebendo serviços por internet, e percebo que também começo a retomar minha vida. O nascer do Sol começa a ter um sentido para mim; meu apartamento começa a fazer parte de minha história; o passado torna-se passado e começam a aparecer vislumbres de futuro. Mas vejo os noticiários sobre pessoas conhecidas que morrem ou que se matam e isso me traz uma tristeza imensa. Caralho, o cara se matou com 41 no dia de aniversário do Chris Cornell! Caralho, isso passa pela minha mente agora e choro, sem ao menos ter lido sobre ele algo mais do que o que apareceu hoje nos sites!

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Percebi que a Loudwire publicou um vídeo com momentos inesquecíveis da carreira do Chester Bennington. Comecei a assisti-lo mas não consegui continuar. Ouvi trecho de uma das músicas mais conhecidas da banda, e reparei como aquilo antes passava batido por mim. Mas ouvi a voz do Chester e que merda, tive que parar. Caralho, o cara era um ser humano, porra, se matou de tristeza, com toda certeza, e não teve ninguém ao lado que pudesse ajudá-lo. Que merda, caras.

Não cheguei a pensar, enquanto meditava nisso, na minha situação anterior, há alguns meses, apenas. Não cheguei a pensar em minha mãe, que tanto fica preocupada quando eu falo do momento em que quase me matei. Não cheguei a pensar nos meus amigos, que estão a maioria longe, nem no meu passado, nem na minha ex-esposa, cuja falta tanto sinto. Sinceramente, caras, não consigo ler sobre a morte desse cara, agora, por tristeza de ser humano para ser humano. É realmente assustador que as coisas ocorram deste jeito.

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Nas minhas reuniões no CAPS do Taboão, quase sempre ouvimos os relatos uns dos outros. E esses relatos são, quase invariavelmente, acompanhados de narrativas sobre tentativas de suicídio, vontade de se matar, e dores que muitas vezes fazem as pessoas simplesmente calarem, sem conseguirem compartilhá-las com ninguém. Mas, sendo medicadas, essas pessoas às vezes conseguem narrar suas próprias recuperações, e começam inclusive a sorrir de novo. É bastante chocante conviver, nem que seja por breves minutos, com várias pessoas que, assim como nós, estiveram perto da morte. Também é bastante triste ver, nesse lugar, gente nitidamente dopada que mal consegue reagir a qualquer coisa, e que quase sempre fica invariavelmente sentada num sofá vendo calada episódios do Chaves.

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Em outras reuniões, pude ouvir também relatos de pessoas que, aparentemente sãs, querem se matar de qualquer jeito, após passarem por episódios que eu sinceramente não sei se conseguiria encarar - mesmo sendo doente. Foi a partir de então que vi quão fundo pode ser a dor em certas pessoas, e como a gente pode de alguma forma ajudar, simplesmente ouvindo seus relatos. Pois bem. Nem o Chris nem o Chester tiveram oportunidade de passar por isso. Eles sucumbiram a suas dores, e caralho, essas dores, quando a gente se toca, enquanto seres humanos, torna-se imediatamente nossa.

É por isso então que choro. Caralho, é muito triste ler histórias como essas. É muito triste saber que mesmo gente bem sucedida como o Chester não consegue aguentar. É triste demais saber que ele não teve alguém para ajudá-lo, ou alguém que visse, lá no fundo do seu olhar, sua vontade. Porque caras, lhes digo, por vezes sinto que eu consigo ver isso no rosto daqueles que encontro de vez em quando. E porque, caras, admito que somente por conseguir ver esses olhares eu creio estar finalmente saindo do buraco.

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Acabo de chegar de mais um treinamento - no qual fui muito mal. Passei pela linha Azul do metrô paulistano, cheguei à Paulista, que estava interditada com manifestação, passei na Cultura, onde o Leandro Karnal lançava livro e ficava cagando regras, vi diversas pessoas deitadas na rua, com cobertores insuficientes, passei na Igreja e quase assisto à missa e contribuí com meros 25 centavos para um pedinte que passava muito frio. Deixei o tempo todo me afetar por esse entorno, e confesso que quase chorei várias vezes.

Mas chorei mesmo ao ligar meu computador e ler, atônito, à morte do Chester. Caralho, que foda. É tão triste saber como somos fracos e como não podemos fazer nada ou quase nada por nossos semelhantes. Logo hoje, no dia do amigo.

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Escrevo este artigo como minha pequena homenagem às mortes do Chris, do Chester e ao choro de todos aqueles que eram fãs, amigos ou familiares do caras. Lamento profundamente, porém, se alguém vier a achar que publico isto para "conseguir alguns cliques". Simplesmente sou ser humano e não posso deixar passar batido. Eu, que escrevo compulsivamente, não conseguiria dormir sem jogar isso na rede. Quem sabe isso motive de alguma forma alguém a lutar para identificar a morte no olhar dos próximos, e para que isso pare de acontecer. Cara, que terrível, isso tudo.

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Sobre Rodrigo Contrera

Rodrigo Contrera, 48 anos, separado, é jornalista, estudioso de política, Filosofia, rock e religião, sendo formado em Jornalismo, Filosofia e com pós (sem defesa de tese) em Ciência Política. Nasceu no Chile, viu o golpe de 1973, começou a gostar realmente de rock e de heavy metal com o Iron Maiden, e hoje tem um gosto bastante eclético e mutante. Gosta mais de ouvir do que de falar, mas escreve muito - para se comunicar. A maioria dos seus textos no Whiplash são convites disfarçados para ler as histórias de outros fãs, assim como para ter acesso a viagens internas nesse universo chamado rock. Gosta muito ainda do Iron Maiden, mas suas preferências são o rock instrumental, o Motörhead, e coisas velhas-novas. Tem autorização do filho do Lemmy para "tocar" uma peça com base em sua autobiografia, e está aos poucos levando o projeto adiante.
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