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Desculpe o incômodo: preciso falar sobre o fim do Hangar 110

Por Fernando Guifer
Fonte: Fernando Guifer
Postado em 28 de outubro de 2016

Ainda busco uma palavra capaz de ilustrar o sentimento que envolve a perda do HANGAR 110, templo do Rock Alternativo de SP, que acaba de anunciar 2017 como sendo seu derradeiro ano de atividades em prol da música.

Para nós, músicos e/ou clientes, o Hangar tinha uma espécie de blindagem divina que jamais permitiria suas portas serem fechadas para sempre.

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E não importa se o visitássemos com frequência, era confortante saber que o pico estava lá de braços abertos para quando quiséssemos nos livrar do stress diário e fazer um bate-cabeça, dar um mosh, ou simplesmente encostar no balcão para observar aqueles pôsteres clássicos antes de curtir um rockinho ao vivo, like a boss, escorado na pilastra central da casa.

Este era um rito mais do que revigorante para que pudéssemos encarar a segunda-feira seguinte com o loading 100% para começar tudo de novo.

A voz chega embarga só em imaginar que passaremos por lá em 2018 e não sentiremos no ar aquele cheiro de show e o clima de Música e Cultura feitos com a alma, afinal, era isso que o Hangar exalava desde que descíamos na plataforma da estação Armênia do Metrô ou cruzávamos de carro ou Van a esquina da Rua Rodolfo Miranda.

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Para as bandas independentes, tocar lá era a consagração; para o público, uma espécie de 'batismo'. E isso não é saudosismo. Quem vivenciou entende bem o que estou dizendo.

O sentimento de ir ao Hangar 110 era incrível porque o dia todo criava-se uma expectativa em torno do tal rolê de logo mais, tanto para quem tocaria quanto para quem colaria para curtir.

Tratava-se de um rolê intenso e ao mesmo tempo imprevisível, vendo que, por diversas vezes, íamos para ver a banda do amigo e saíamos de lá cheio de novas bandas favoritas - e suas respectivas demos no fundo da mochila.

Uma verdadeira celebração que incluía a diversidade dos gêneros coirmãos, como o Rap, o Hip Hop e o Reggae, que vez ou outra se trombavam para um abraço fraterno e verdadeiro.

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O Hangar 110 transcendeu o que conhecemos por 'casa de shows', e sagrou-se, de forma natural, um verdadeiro patrimônio cultural da música não só paulistana, mas brasileira.

Ao fundar essa casa, o Marcão possibilitou que talentos fossem revelados, pois abriu portas aos que sonhavam pisar em um palco de verdade e ter sua arte valorizada de um jeito merecido e que fizesse valer a pena toda correria de bastidores.

Não importava o 'tamanho' da banda, sempre existiu padronização no tratamento entre os grupos/integrantes, que, apesar de parecer o básico, encantou e tornou-se um diferencial devido tanto descaso proporcionado pelos concorrentes mal preparados.

Artista é artista independente do tamanho de seu público, até porque o ser humano nunca deve ser maior do que a própria arte. E essa máxima era uma das características mais admiráveis de lá - e uma aula de empreendedorismo aos que nunca souberam administrar um rock bar de verdade.

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Pensar dessa forma fidelizou não apenas os menores, mas também os gigantes, pois as bandas que tocavam lá quando ainda usavam fraldas não abandonaram o lugar mesmo chegando à maioridade, caso do CPM 22 e do NX Zero, por exemplo.

Mas, seguindo a linha do 'tudo o que é bom dura pouco', parece que, infelizmente, chegamos ao fim da linha, não é mesmo?

EXISTE EXPLICAÇÃO PARA O FIM? :'(

Passou despercebido por nós que o Hangar é um estabelecimento comercial e não consegue se manter se não tiver uma renda bacana para rodar com qualidade os eventos aos finais de semana. E o encerramento das atividades no Hangar seja talvez a pá de cal que faltava para chancelarmos de vez o momento estranho (para não dizer deplorável) que vive o Brasil especificamente em dois aspectos que impactam diretamente o consumidor final: a crise financeira e a indústria musical.

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- A crise: por não permitir que a galera curta mais de um show por semana ou, quiçá, por mês. Quem não tem grana não sai de casa, e isso, claro, atrapalha diretamente o negócio do empresário, pois, naturalmente tornou-se desinteressante abrir o lugar e se expor às altas despesas, tendo, na maioria das vezes, meia dúzia de gatos pingados em frente ao palco balançando a cabeça e segurando uma lata de cerveja (fazendo-a render ao máximo por estar sem grana até para o 'goró nosso de cada dia').

E este 'sumiço' do público impacta também na contratação das bandas consideradas maiores, saca? Aquelas que geralmente fisgam o público e o incentiva no consumo do bar, na compra de ingressos, enfim, bancando efetivamente a manutenção do negócio.

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- A indústria musical: é inegável que o atual momento do nosso território está baseado em tudo quanto é estilo, menos em Rock.

Entenda: não estou dizendo que isso seja ou não justo, até porque gosto é uma parada pessoal e intransferível, portanto, não deve ser julgado.

Mas é nítido que o Rock no Brasil vem perdendo espaço há alguns anos e os investimentos estão todos contrários a ele, o que o torna (momentaneamente) um 'mau negócio' 360 graus para todos os que estão diretamente envolvidos com o estilo. E isso, óbvio, impacta em primeira instância nos músicos independentes - também conhecidos como super-heróis.

A crise financeira, a falta de investimento no Rock e, claro, o ainda não citado 'peso da idade', são fatores determinantes para que muitas bandas joguem a toalha. Mas entenda: isso não tem relação com fracasso, falta de talento ou 'desistir do sonho' e blá, blá, blá. É uma questão que envolve perspectiva x prioridade x realidade.

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Chega um momento em que a vida nos traz responsabilidades muito embaçadas, manja? E elas geralmente chegam a uma velocidade cinco vezes maior do que a de ser reconhecido pelo trabalho como músico no underground.

De repente, nem a parte gostosa da coisa, que é o palco, passa a fazer mais sentido.

O cara injeta o salário, o tempo, aí coloca mais salário, em seguida mais uma pitadinha de tempo, perde a(s) namorada(s), investe o físico, o emocional e a vida na banda, e quando vê só acumulou prejuízos. Pois, conforme mencionei, o retorno que fazia toda correria (e roubada) valer a pena era o palco, e só.

Ali é o momento mágico, o resultado final, a colheita, o instante sublime e motivador.

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Funciona meio que assim ó: você se mata anos e anos para desenvolver um conteúdo relevante para os fãs/amigos, e quando senta para analisar e/ou fazer um balanço, identifica que o mais inesperado e desesperador aconteceu: a arte perdeu peso na balança.

A arte que você tanto faz com amor não vale mais nada nessa bagaça. A indústria musical agora se interessa por coisas que transcendem o ingrediente principal de um artista, que é sua ARTE (e toda atitude que a envolve), passando a valorizar coisas 'realmente relevantes', como cabelos e roupas.

É neste momento que você para, põe a mão na consciência e entende que toda parte burocrática conseguiu lhe tirar também o tesão de subir no degrau mais alto para empunhar um instrumento e fazer sua música. É o fim da linha.

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A geração que fez do Hangar 110 point cresceu e não houve reposição mesmo com nós, daquela época, tentando incentivar os mais novos dessa geração a dar continuidade, já que a (desleal) mídia é feita contrária aos argumentos que utilizamos, então, perdemos força para o 'Sertanejo' Universitário e o 'Funk' Carioca, que fazem a rapa.

Em suma: vivenciamos a tal 'cadeia' de fatores.

A indústria musical do país está uma bosta, a bunda virou prioridade e o cérebro opcional, ninguém tem dinheiro para nada, as bandas desanimam, brigam e acabam, o público broxa porque cresceu e agora só trabalha (e não se diverte), os picos fecham suas portas, e nós ficamos cada dia mais órfãos da verdadeira arte.

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Na boa? Só Deus na causa. É sério.

Mas, enfim, de repente não tratamos o Hangar 110 com a mitologia que ele realmente mereceu ao longo dessas quase duas décadas de contribuição à nossa cultura, e talvez valha repensar o papel que desempenhamos para que essa 'falência' fosse desencadeada e, principalmente, o que fizemos nos últimos tempos em prol da nossa cena de forma sustentável.

De qualquer forma, quero deixar registrado o meu MUITO OBRIGADO ao Marcão (Alemão) e toda equipe, e a todos as bandas, staffs e galera foda que colou lá e fez tudo se tornar inesquecível por anos.

Ali puder ver bem de perto artistas que admiro, ali conheci novos artistas que passei a admirar, ali tive a honra de lançar álbuns e gravar clipes (tocando o puteiro sem censura), e ali é um lugar em que fiz muitas amizades que até hoje estão intactas.

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Na torcida por uma solução. Todos merecemos!

Obrigado, Hangar 110! #VidaLonga

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