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Massacration: qual a influência da piada no estilo como um todo?

Por Bruno Sanchez
Postado em 15 de janeiro de 2006

Os ‘headbangers’ mais tradicionais torcem o nariz, a molecada adora e a MTV fatura uma grana alta em cima. A moda do "Massacration" já virou um fenômeno nacional e não pode mais ser ignorada mesmo que você deseje. A questão é: qual a influência desta piada no estilo como um todo?

Tudo começou como uma brincadeira dos humoristas do "Programa Hermes & Renato". O fato é que alguns integrantes da trupe realmente gostam e ouvem ‘Heavy Metal’ há muitos anos. Bruno Sutter, o vocalista "Detonator", inclusive, encabeça um projeto muito interessante e competente chamado "Death Tribute" em homenagem ao "Death" do finado Chuck Schuldiner, onde mostra todo seu potente vocal gutural, bem diferente dos gritinhos do personagem que ele incorpora e interpreta.

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A estréia do "Massacration" aconteceu há cerca de 3 anos em um quadro do programa onde a banda fictícia apresentava uma música medonha (e muito engraçada) chamada "Metal Massacre Attack", brincando com todos os clichês possíveis do gênero. Foi batata, o videoclipe se tornou uma figurinha carimbada do programa e novos quadros foram criados com entrevistas (obviamente forjadas) revelando as raízes (também falsas) do grupo ainda nos anos 80 até se tornar a maior banda (imaginária) de música pesada do mundo.

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Tudo fazia parte de uma grande brincadeira saudável com o ‘Heavy Metal’ e seus principais expoentes. A tiração de sarro começa com os integrantes e seus pseudônimos que trazem claras referências a nomes consagrados como o "Sepultura" (que nos seus primórdios adotava também coisas como Max Possessed e Igor Skullcrusher) e o "Venom" (de Cronos, Mantas e Abaddon). A zorra continua na forma de se vestir, pose de malvados, discurso de amor ao gênero (mais "Manowar" impossível) e letras com odes fantasiosas ao Deus Metal ou ao sexo (a clássica "Metal Bucetation").

Honestamente nunca vi nada de desrespeitoso, muito pelo contrário, nesse começo sempre encarei o "Massacration" como uma forma despretensiosa de homenagear o estilo que tanto gostamos e também por ser um fã do programa e do caráter de seus humoristas (pessoas muito bacanas e humildes, bem distantes do salto alto que costumamos acompanhar no meio jornalístico).

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O problema é que a brincadeira cresceu demais para se restringir a apenas o quadro de um programa e o "Massacration" galgou degraus mais altos. Primeiro emplacaram definitivamente um videoclipe na programação da MTV fora do "Hermes & Renato", depois se apresentaram como atração de destaque da edição 2004 do famoso festival "Brasil Metal Union", fizeram uma turnê como banda de abertura do todo poderoso "Sepultura", deram entrevistas para veículos respeitados (inclusive o Whiplash!) encarnando os personagens, ganharam um programa próprio na emissora que os lançou ("Total Massacration" onde apresentam clipes de ‘Heavy’ e ‘Hard’), encabeçaram mini-festivais (com bandas como "Krisiun" tocando antes dos caras) e finalmente gravaram o famigerado CD com participações de nomes de peso como João Gordo (que também atuou como produtor), Sérgio Mallandro e até o falecido humorista Costinha.

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Enquanto muitos riem das brincadeiras e a "banda" atrai fãs que normalmente não teriam muito contato com o Metal em si, ‘bangers’ mais antigos olham com desconfiança e acusam, com certa razão, o grupo de tirar o espaço de nomes que lutam há anos no ‘underground’ por um maior espaço.

Isso lembra muito o caso "Spinal Tap" nos anos 80. Para quem não se lembra, em 1984 o diretor Rob Reiner e os atores Christopher Guest e Michael McKean tiveram a idéia de um filme que satirizasse todos os clichês das bandas inglesas de ‘Hard Rock’ e ‘Heavy Metal’ que estouravam na terra do Tio Sam. O filme, chamado "This Is Spinal Tap", foi produzido em forma de um documentário cômico sobre a trajetória da banda fictícia "Spinal Tap", desde suas raízes nos anos 60, passando pela época do "Flower Power" até a mudança para o som mais pesado e performances teatrais no palco com a evolução do ‘Rock ´N´ Roll’ e o surgimento de seus filhotes rebeldes.

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A película foi um sucesso absoluto de crítica e público quando estreou em 1986. Para coroar o momento, um vinil verdadeiro do "Spinal Tap" foi lançado em seguida com as músicas da banda (os atores tocavam os instrumentos de verdade e compuseram grande parte da trilha sonora utilizada), e o "Spinal" chegou a se apresentar em uma mini-turnê pelos EUA ao lado de grandes nomes.

Até hoje, mais de vinte anos depois, volta e meia os atores se reúnem para um showzinho extra e a banda se transformou em um grande sinônimo de brincadeiras com o Rock em geral e é lembrada de forma até nostálgica como uma grande piada em um mar de mediocridade que surgiria em seguida influenciada pela própria MTV e sua sede em promover bandas farofas na era ‘Glam’ (nada contra esse gênero, mas convenhamos que muitos grupos surgidos na época não deveriam ter metade da reputação conquistada).

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Mas se hoje as pessoas guardam boas lembranças do "Spinal Tap", na época em que a banda saiu, também foi acusada de tudo um pouco e enfrentou as mesmas rejeições que o "Massacration" atualmente. É fato que não tínhamos a Internet nos idos dos anos 80 para propagar comunidades de amor e ódio nos Orkuts da vida e os efeitos "Spinal Tap" em toda nação ‘headbanger’ foram muito mais moderados do que vemos hoje em dia. Por outro lado, conforme mencionei, a banda também gravou discos e saiu em turnês bem sucedidas por aí e não estragou a cena norte-americana, se bem que colaborou para que tudo ficasse ainda mais exagerado e o ‘Hair Metal’ veio para comprovar o que estou dizendo, tanto que até o grande "Judas Priest" se rendeu à moda e lançou o medonho "Turbo" em 1986.

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Com esse pano histórico de fundo, podemos concluir que a idéia bruta do "Massacration" é exatamente a mesma do "Spinal Tap": zoar com todos os clichês do ‘Heavy Metal’ e seus fãs e nisso, ambas as bandas foram extremamente bem sucedidas, especialmente por se apoiarem em pessoas talentosas que sabem exatamente do que estão falando, afinal seus respectivos integrantes tocam instrumentos de verdade (com uma ou outra exceção), compuseram suas próprias letras e realmente gostam do estilo que satirizam. Não estamos falando de indivíduos cuspindo no prato que comeram e por isso, não acredito na idéia do "Massacration" denegrir a imagem do ‘Heavy Metal’.

Por outro lado, agora que já vimos os prós, vamos analisar os contras e eles podem se resumir a uma palavrinha bem temida: modistas.

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Apesar de não agradar minhas veias tradicionalistas, não vejo nada de errado no "Massacration" atrair um tipo de público que normalmente não iria a um festival como o ‘Brasil Metal Union’, por exemplo. No fundo é até positivo, afinal a molecada pode gostar das outras bandas e, com o tempo, conhecer mais a respeito do ‘Heavy Metal’. Tudo tem o seu começo e não existe uma hora certa para se começar a ouvir esse tipo de som. O grande problema é quando carinha vai ao show SÓ para assistir ao "Massacration" e passa a hostilizar as outras bandas como se fossem todas falsas e somente os humoristas levantassem a bandeira do verdadeiro Metal, aí a coisa realmente foge do controle e a piada perde a graça.

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Infelizmente não falo à toa pois presenciei essas cenas no ‘Sepulfest’ e no ‘BMU’ de 2004 e foi frustrante. Um bando de garotos e garotas com camisetas do "Massacration" tumultuando, gerando brigas e querendo chamar a atenção enquanto um músico tenta em vão mostrar o seu trabalho sério sobre o palco.

Por aí, podemos tirar também o tipo de fã fútil, artificial, descartável e influenciável que a MTV vem gerando com o passar dos anos, se bem que esse canal já deixou de ser musical há bastante tempo, mas é preocupante que um fã de uma banda de mentirinha se dê ao trabalho de ir a um show de Metal apenas para ofender os demais participantes e tenho certeza que essa nunca foi a intenção dos integrantes do programa "Hermes & Renato", muito pelo contrário. Mas aí entramos na questão SE o "Massacration" deve realmente participar ou não de festivais. Será que é realmente vantajoso atrair esse tipo de fã a um evento como o "BMU"?

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Outro ponto importante é a gravação de um CD oficial. Ok, a idéia de eternizar as piadas é legal e a banda já mostrou que tinha repertório para a gravação de algo. Aqui temos um ponto importante que talvez tenha até faltado um pouquinho no caso do "Spinal Tap": as músicas do "Massacration" são muito legais e bem feitas. Não que as do "Spinal" sejam ruins, até porque as épocas são diferentes, mas a qualidade das composições do pessoal do "Hermes & Renato" impressiona.

Mas por que então não disponibiliza-las de forma gratuita em uma página na Internet? Afinal, o "Massacration" tem fins comerciais ou deve ser encarado apenas como uma brincadeira? O CD vende como água, foi bem gravado, as músicas são divertidas, mas será que não era hora de separar o que é apenas uma brincadeira do trabalho sério dos outros grupos? Neste caso eu fico do lado dos tradicionalistas que acham que aí a banda realmente rouba espaço de outros nomes que não conseguem um verdadeiro reconhecimento por falta de interesse das gravadoras.

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Veja, não estou falando da filha sem talento de certo Ministro com um forte marketing por trás (o que é um absurdo, mas não vou entrar nesse assunto) ou de alguns nomes patéticos que teoricamente levam suas carreiras a sério, mas sim de uma banda que começou como uma grande brincadeira (com méritos e com o único intuito de divertir) e de repente ultrapassou alguns limites do bom senso invadindo o espaço alheio.
Esse espaço conquistado pelo "Massacration" poderia ser melhor aproveitado por alguma banda que está aí há décadas tentando um lugar ao sol e como todos sabem ou deveriam saber, existem centenas de casos assim, inclusive nomes muito competentes que encerraram suas atividades infelizmente por falta de espaço. Como será que esses músicos se sentem?

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Gosto e dou risada com o "Massacration", adoro o programa "Hermes & Renato", respeito muito os humoristas (que insisto, são pessoas muito legais) e acho que a banda tem sim o seu espaço dentro da cena como uma grande piada, mas tenho a impressão de que a brincadeira já ultrapassou alguns limites e invadiu um espaço que não lhe pertence. O "Massacration" deve continuar, mas dentro de seu próprio território e não tomando o lugar de profissionais que precisam da música para sobreviver.

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Sobre Bruno Sanchez

Paulistano, 26 anos, Administrador de Empresas e amante de História. Bruno é colaborador do Whiplash! desde 2003, mas seus textos e resenhas já constavam na parte de usuários em 1998. Foi levado ao Rock e Metal pelos seus pais através de Beatles, Byrds e Animals. Com o tempo, descobriu o Metallica ainda nos anos 80 e sua vida nunca mais foi a mesma. Suas bandas preferidas são Beatles, Metallica, Iron Maiden, Judas Priest, Slayer, Venom, Cream, Blind Guardian e Gamma Ray.
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