'Baixar' músicas pela internet vai acabar com CDs
Fonte: UOL Música
Postado em 25 de janeiro de 2004
CANNES, França (Reuters) - A prática de "baixar" músicas da Internet vai tornar os CDs praticamente obsoletos nos próximos cinco anos, embora metade das empresas que se dedicam a vender canções digitais esteja fadada a falir até o final do ano, previu um consultor no sábado.
Até 2008, um terço das músicas vendidas nos Estados Unidos e quase 20 por cento na Europa chegarão aos usuários pelo computador, o que criará um bilionário mercado para a combalida indústria fonográfica, segundo novo estudo divulgado pela consultoria Forrester Research. "A indústria passará por uma completa mudança na forma como as pessoas consomem música", disse Josh Bernoff, analista da Forrester Research, durante a conferência MidemNet, que anualmente reúne executivos de música e tecnologia.
Ele disse que só o mercado norte-americano de "downloads" e assinaturas de serviços musicais online vai atingir 300 milhões de dólares em 2004. Há um ano, esse setor praticamente não existia.
"Até 2007 ou 2008, os CDs serão alguma coisa que só os velhos terão", disse Bernoff. Introduzidos há 20 anos, os CDs revolucionaram a indústria fonográfica, provocando a aposentadoria de fitas cassete e de discos de vinil.
Os "downloads" digitais não representam um avanço significativo de qualidade sonora sobre o CD, mas as músicas nesse formato podem ser transportadas comodamente e guardadas em vários meios.
Antecipando-se à mudança, várias empresas estão correndo para lançar formatos que possam ser tocados em computadores, celulares e em vários outros equipamentos digitais.
Muitas dessas empresas, como a Coca-Cola, que introduziu um serviço de "download" de músicas na Grã-Bretanha na semana passada, são recém-chegadas no negócio.
Uma fonte do setor estima que até 50 novas companhias passarão a disputar esse mercado neste ano --desde empresas de telecomunicação, como a Cable & Wireless, até a rede de supermercados Wal-Mart.
"Até o final de 2004, metade das empresas que começaram vão estar fora do mercado", previu Bernoff, comparando essa situação à do final da década de 1990, quando o comércio eletrônico surgiu como uma febre. "Eu não via esse nível de exuberância irracional desde o auge da bolha (do 'e-commerce')", acrescentou.
A maior disponibilidade de músicas online parece estar conquistando alguns fãs dos sites de compartilhamento de arquivos, segundo estudos recentes. Mesmo assim, a pirataria proporcionada por aquele meio ainda custa caro ao setor. A Forrester estima que nos Estados Unidos, maior mercado mundial, os sites de arquivos compartilhados podem ter provocado uma queda de faturamento de 700 milhões de dólares em 2003 entre a faixa etária de 12 a 22 anos.
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