Christofer Johnsson fala sobre o Therion
Por Fábio Hirata
Fonte: Metal Express Radio
Postado em 09 de março de 2007
A Metal Express Radio da Noruega recentemente entrevistou o líder do THERION, Christofer Johnsson. Seguem alguns trechos da conversa:
Metal Express Radio: Como foram as vendas do pacote que contém o DVD?
Christofer: "Eu não faço idéia, mas foi um pouco menos do que o esperado, realmente. Eu acho que um monte de jovens pensaram que era muito caro. Quero dizer que todo mundo que comprou ficou feliz com ele porque o conteúdo faz jus ao preço, mas se você não tem dinheiro, isso não vai importar (risos). Não é tão ruim, mas é um pouco abaixo do que esperávamos".
Metal Express Radio: Foi uma edição limitada ou normal com os seis discos?
Christofer: "É um lançamento normal, e nunca vai ser limitado. É um marco para a banda, um daqueles lançamentos históricos e estará sempre disponível. Tenho certeza de que pessoas vão estar interessadas nele daqui a 5 ou 10 anos mesmo se nós continuarmos lançando álbuns. Quem sabe, talvez podemos fazer um lançamento histórico tipo parte dois ou coisa do gênero no futuro. Mas novamente, não temos tantas mudanças como antes, em que a banda trocava de guitarristas a todo o tempo e estávamos tocando em lugares exóticos pela primeira vez. Mas ainda há algumas coisas assim, tipo nós irmos para o Japão pela primeira vez nesta turnê, mas isso não pode ser comparado à primeira vez que tocamos no México e coisas assim, porque foi uma coisa muito boa para nós, para uma banda jovem que não tinha tanto sucesso".
Metal Express Radio: As fotos promocionais trazem todos os vocalistas que participaram do álbum. Você os considera membros permanentes agora?
Christofer: "Não, não. Essa é uma coisa única no Therion. Não temos um vocalista. Nós nunca tivemos um vocalista permanente desde que eu fazia os vocais e parei em '95. Nós continuamos do jeito que fazemos agora e formamos uma cooperação. Eu acho que uma coisa única nesse álbum foi que fizemos um conceito completo. Dissemos, 'ok, vamos gravar o álbum e fazer a turnê juntos'. Normalmente teríamos gravado o álbum e então tentaríamos encontrar vocalistas para a turnê. Desta vez decidimos gravar o álbum e fazer a turnê juntos. Esse é o motivo de colocarmos s vocalistas principais nas fotos. Essa é única diferença de como trabalhávamos no passado. E também, eles puderam ajudar em algumas músicas. Snowy Shaw deu uma ajudinha em algumas músicas, mas Mats Levén escreveu uma música sozinho e ajudou em outras, o que normalmente nós não permitiríamos, mas foi uma experiência e eu acho que obteve sucesso. Nós sempre gostamos de tentar algo novo em cada álbum e esperamos que as pessoas gostem disso. Eu acho que essa é a fórmula do Therion para ter sucesso artisticamente depois de vários lançamentos".
"Se você olhar a maioria das bandas que lançou mais de 13 álbuns de estúdio, como o Saxon, Iron Maiden... todas elas tiveram seus picos artísticos e agora vivem dos clássicos. Você não vai achar nenhuma banda que diria que seu último álbum foi o melhor. Ninguém diria isso, nem mesmo as próprias bandas. Então, eu acho que uma das chaves do Therion ter sucesso artisticamente é que nós temos a habilidade de mudar. Nós estaríamos, claro, na mesma situação se nos prendessemos num só estilo. Mas, há um limite de quantas vezes você pode escrever riffs no mesmo estilo com um vocalista na banda antes de você empacar. O que mais facilita para o Therion é que desenvolvemos esta atitude de que sempre devemos ter algo novo. Claro, nós perdemos fãs quando fazemos algo diferente do que fizemos antes, mas por outro lado, nós gahamos fãs também. Tem um pouco de rodízio de fãs e tem os fãs "difíceis de matar" que acompanham as mudanças. Eu não sei quantas outras bandas são assim. Isso torna a composição muito mais fácil porque se você ficar de saco cheio de uma coisa, você pode fazer algo totalmente diferente".
Metal Express Radio: Tem algum tipo de experimento musical que você não tentaria no Therion?
Christofer: "Não há nada que eu possa dizer que não faria, mas a única regra é que eu tenho que gostar do que é feito. Eu jamais gravaria uma música num álbum que eu não gostasse, mesmo que todo o resto da banda adorasse a música. mas, deixando isso de lado, eu não vejo nenhuma limitação. Por exemplo, você pode notar que é o baterista que escreveu metade das músicas nesse álbum. Eu sempre disse que não importa que escreve as músicas, desde que eu as escolha e goste delas. E, eu nunca tive nenhum chauvinismo contra as composições dos outros. Eu só ouço as músicas e escolho as melhores. Claro, é uma situação bem subjetiva, mas como é bem difícil definir o que é o Therion, eu tenho de fazer isso. Mas, isso não quer dizer que eu decido tudo. Acontece muitas vezes quando tratamos dos arranjos e eles me dizem que 'deveríamos fazer isso ou aquilo' e eu concordo se for a coisa certa. Mas quando se trata da estratégia geral sobre qual direção tomar, quais músicas usar, aí eu veto, mas isso raramente acontece".
Metal Express Radio: A banda é basicamente sua e você ainda deixa outras pessoas escreverem as músicas, e também não liga de admitir que o segundo guitarrista toca melhor do que você e toda aquela coisa... isso é um tanto quanto admirável!
Christofer: "Eu parei de praticar guitarra em '95 e por mim está tudo bem se eu apenas tocar algumas partes no álbum só pela diversão. Eu toco ao vivo e isso é legal, mas na gravação eu só me importo com o resultado. E eu tenho várias outras coisas pra fazer no estúdio. Eu acho que estamos fazendo do jeito certo. De um lado você pode dizer que eu sou um pouco egoísta, porque eu faço o que é melhor artisticamente. Eu quero dizer que faço o que gosto. Para mim, não é legal tocar um monte de guitarras no estúdio. É chato (risos). É legal tocar ao vivo, não no estúdio. É algo que precisa ser feito, e eu não tenho aquele orgulho estúpido que alguns músicos têm de que sempre tem que ser assim ou assado".
"Por exemplo, o Mercyful Fate tem esse jeito de escrever as músicas em todo álbum. King Diamond escreveu quatro músicas, Mike escreveu duas e Shermann escreveu quatro. Foi decidido antes quantas músicas cada um iria escrever. E quando um novo membro entrou na banda, ele não pôde escrever. É como quando Ripper Owens entrou no Judas Priest, não importava se ele tinha escrito uma música matadora, porque ele não tinha permissão para expor suas idéias".
Leia a entrevista completa no metalexpressradio.com.
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