Nas livrarias: A febre das autobiografias dos Rockstars
Por Daniel Faria
Fonte: CNN
Postado em 26 de dezembro de 2007
Para os fãs de Rock'n'Roll, na sua lista de presentes para as festas de fim de ano, há muitas novas ofertas para manter sua cabeça agitando felizmente até o Ano Novo. Tem material novo de Eric Clapton, Sting, Genesis, Ronnie Wood (Rolling Stones), Slash, guitarrista do Velvet Revolver e Nikki Sixx, baixista do Mötley Crue.
Só há uma diferença: nada disso estará nas lojas de CDs. Todos estão nas prateleiras - parte de uma onda incomum de autobiografias de rockers de certa idade, com algumas histórias de arrepiar os cabelos.
A autobiografia auto-intitulada de Clapton já é um sucesso, tendo vendido mais de 525.000 cópias. Junto a ele na lista de best-sellers estão "Slash", "Ronnie" e "The Heroin Diaries" de Sixx.
E por que Rockers - aqueles deuses quase míticos do sexo, drogas e excessos em geral - se direcionam para a forma mais quadrada de contar histórias, a palavra escrita?
"Eu acho que tem algumas motivações: primeiro, eles viveram a vida deles e é hora de olhar para trás - a vida vivida vale a pena examinar", diz o editor executivo da Broadway Books, Charlie Conrad, que trabalhou no livro de Clapton.
"E também, do ponto de vista do público, as figuras do rock estão por aí no fio - o fio da navalha. Eles vivem a vida ao extremo. E se sobrevivem, eles têm uma boa história para contar".
Essas histórias incluem contos de amor, perda e amizade, mas também de surtos sérios de doenças venéreas, strippers assustadoras e montanhas de substâncias proibidas.
Clapton, que deixou de lado a idéia de um ghost-writer em favor de escrever o próprio livro, discute a morte de seu filho Conor, seus vários vícios e seu triângulo amoroso com Pattie Boyd e George Harrison, um assunto já mencionado no "Wonderful Tonight", de Pattie.
Wood conta de seus anos misturando cocaína [freebase] e a ocasião em que ele teve um confronto armado com Keith Richards, ambos apontando armas um ao outro.
A formação original do Genesis - incluindo Peter Gabriel - colaborou pela primeira vez em mais de 20 anos no "Genesis: Capítulo e Verso", que oferece uma perspectiva polida em primeira pessoa, e fotos.
O diário de Sixx é um pouco mais sombrio - uma olhada inacabada em sua vida na estrada em 1987, quando ele lutava contra os vícios e depressão. Tem a vez em que ele acordou durante um terremoto e correu para fora, sem roupa e segurando um cachimbo de crack. Em outro trecho, ele escreve: "Hoje de manhã eu acordei tendo comigo na cama uma escopeta".
Slash, outro que não pode ser superado [nos excessos], um membro fundador do Guns N' Roses que fez várias aparições perversas no livro de Sixx, também teve suas ocasiões de decadência, explicada de uma forma direta e freqüentemente divertida. Ele conta de uma noite em que foi expulso de um hotel no Canada, bêbado e molhado na própria urina. Mas para a surpresa dele, ele não ficou tão congelado como temia: "Tem um maravilhoso efeito colateral de usar calças de couro: quando você se mija nelas, elas são mais confortáveis do que jeans", ele escreve.
Os editores dizem que os perfis que mostram tudo que emerge desses livros são cruciais para seu sucesso. "Tenho certeza de que eles não estão relatando cada buraco da sua essência mais sombria, porém estão oferecendo algumas verdades. Eu acho que isso é uma diferença real", diz Elizabeth Beier, editora executiva da St. Martin's Press, que publicou os livros de Wood e do Genesis.
As editoras dizem que a safra atual dos autobiógrafos do Rock deve muito ao sucesso do livro de Bob Dylan de 2004 "Chronicles: Volume One", que vendeu 425.000 cópias.
"O livro de Dylan foi tão bem recebido que mostrou às pessoas que sua carreira não precisa acabar para você publicar suas memórias. Você não precisa esperar até que a história inteira esteja finalmente completa e você esteja na sua velhice", diz Beier. "Estamos começando a ver os primeiros frutos disso e tem mais coisa vindo. É uma categoria que parece ser muito interessante".
Livros explorando o lado mais sórdido do Rock não são novidade, claro. O que parece ser novo agora é um impulso renovado na demanda por autobiografias, os editores dizem. Eles mostram a forte demanda geral de memórias biográficas como um motivo pelo qual músicos estão deixando os instrumentos de lado e pegando canetas. Eles também percebem uma queda geral na venda de discos.
O artigo completo (em inglês) está no link abaixo.
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