"Sempre soubemos que venceríamos sem Gillan", revela Hughes, ex-Deep Purple
Por Lucas Esteves
Fonte: Classic Rock Revisited
Postado em 17 de abril de 2016
Em uma conversa de aquecimento com a Classic Rock Revisited antes da indução do DEEP PURPLE ao Rock N Roll Hall Of Fame, o cantor Glenn Hughes (BLACK COUNTRY COMMUNION, BLACK SABBATH, CALIFORNIA BREED) contou ao jornalista Jeb Wright uma série de bastidores da seminal banda quando, ao lado de DAVID COVERDALE, substituiu os ícones ROGER GLOVER e IAN GILLAN.
Entre as revelações, destacou-se a de que, segundo HUGHES, a banda sempre soube que seria bem-sucedida na transição de GILLAN para a dos dois novatos, o que gerou a gravação do clássico 'Burn', de 1973. Para ele, não se trata de arrogância, mas de um clima de camaradagem e motivação que se instaurou no PURPLE daqueles tempos. Uma mudança no time que estava ganhando gerava desconfiança entre jornalistas, empresários e fãs.
'[Ficamos] sabendo no teste que David tinha uma voz de barítono e eu tinha uma de tenor e falseto. Sabendo que tínhamos uma abordagem diferente e sabendo que BLACKMORE queria uma abordagem diferente. Soubemos imediatamente. Quando começamos [a ensaiar] no castelo [de Clearwell, Inglaterra], escrevemos a primeira canção, que era 'Mistreated'. Soubemos quando nos jogamos – eu soube quando toquei com IAN PAICE – nisso que seria ótimo', declarou.
Para HUGHES, também foi positivo o fato de que a banda se dedicou de corpo e alma à composição e gravação de 'Burn' e, especialmente, não houve nenhum comentário ou promessa de que o disco seria bom ou superaria a formação clássica. Segundo o cantor e baixista, havia jornalistas e fotógrafos por perto perguntando e tirando fotos, mas a banda não caiu na armadilha e seguiu focada, colhendo os frutos na sequência.
O nível de compromisso era tal, lembra HUGHES, que o próprio BLACKMORE já tinha boa parte do conceito do disco na cabeça. 'Ritchie chegou para David um dia e disse: ‘adoro esta palavra burn. Não seria ótimo se escrevêssemos uma canção chamada Burn?’. No outro dia, estávamos para escrever a última faixa do álbum e o nome dela era ‘Burn’. [...] Sabíamos que era um nome de disco bom pra caralho e uma estrela no show. Sabíamos que o nome da turnê seria ‘Burn’. Estávamos como crianças enlouquecidas pensando ‘acho que conseguimos’'.
Não houve preocupação, por parte dos dois novos cantores, de soar como GILLAN porque, de acordo com as lembranças do músico, toda a interação dos colegas deixava claro que aquele DEEP PURPLE era muito diferente do que havia ficado para trás. 'Quando David e eu entramos, parecia uma banda nova em folha, sério. Parecia cinco caras novos ao invés de dois. A camaradagem e as risadas estavam sempre por ali', atestou.
GLENN HUGHES prometeu um novo disco em breve, logo após seus próximos compromissos ao vivo, que deverão ser nos Estados Unidos. Antes disto, o cantor precisa encerrar um período de recuperação de duas cirurgias no joelho, as quais considerou 'brutais'. As intervenções, segundo ele, eram necessárias devido à quantidade de dores que suportava ultimamente e que o impediram de ser o artista de sempre na última passagem pela América do Sul em agosto do ano passado.
'Sabia, quando fui à América do Sul, que que teria de dar um jeito nos joelhos quando tudo acabasse. Passei meses em turnê numa agonia terrível. Nenhum jornalista, nenhum fã, ninguém me perguntou por que eu não estava me mexendo muito. Enfrentamos esta turnê e eu estava só o pó', revelou. As duas cirurgias foram feitas entre dezembro e janeiro últimos.
Leia a entrevista na íntegra aqui:
http://classicrockrevisited.com/show_interview.php?id=1158
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