O Terno: A Identidade de Uma Banda em Ascensão
Por Marcos Ferreira Prudencio
Postado em 24 de março de 2017
Uma banda em ascensão, voltada para a originalidade sem deixar de lado sua influência seiscentista. Essa frase pode resumir um pouco do que define o grupo de rock paulistano O TERNO. Desde a sua formação é rodeado por críticas positivas e não por menos, com um lírico baseado em temas simplistas, mas ao mesmo tempo usando perspectivas criativas nas letras.
Um grupo formado em meados de 2009 teve seu primeiro álbum "66" lançado em 2012 e desde aquele tempo se via uma banda que sabia bem o caminho por onde queria traçar, com uma identidade própria e criatividade aguçada. Seu primeiro trabalho foi elogiado pelo jornal "O Globo" como: "Um dos mais impressionantes discos de estreia de uma banda brasileira". A evolução que aconteceu de maneira muita rápida para com seus integrantes como compositores é também bastante perceptível.
Enquanto o primeiro trabalho consistia cinco músicas autorais e cinco de MAURÍCIO PEREIRA, o segundo já é algo inteiramente autoral recebendo o mesmo nome da banda como título. Vemos nessa obra mais instrumentos utilizados assim como participações. Antes seu método consistia em assuntos diferentes e cômicos (músicas como "Zé Assassino Compulsivo", "Eu tomei Coca Você Encheu a Cara", "Não Preciso de Ninguém") com um som cru típico de KINKS e MUTANTES. Agora vemos uma banda abordando mais seu lado romântico ("Ai, Ai, Como eu me Iludo" e "Eu vou Ter Saudades") assim como questionamento e áreas até então inexploradas ("Quando Estamos Todos Dormindo" e "Eu confesso").
Com o terceiro disco "Melhor do que parece" lançado em 2016, vemos um grupo no ponto alto (Que só vem crescendo) de sua exploração musical. O álbum possui um som mais aperfeiçoado que os anteriores, assim como um pouco de psicodelismo na instrumentalização, mas sem deixar de lado a identidade que construíram desde os primórdios. É difícil, mas a banda conseguiu até então em sua caminhada, lançar um trabalho melhor do que outro, sem repetição de fórmula e deixando claro sua proposta musical.
O TERNO coleciona prêmios de videoclipes da Multishow, assim como críticas positivas de seu trabalho profissional. Seu último álbum se encontra na lista dos melhores lançamentos da Revista Rolling Stone e eleito melhor disco de 2016 pelo jornal "O Estado de São Paulo". Fizeram uma turnê pela Europa, passando por Espanha e Portugal.
Ao vivo, a banda também mostra seu potencial, recentemente esgotado dois shows em Brasília no período de uma semana. Em sua estreia no Lollapalooza em 2015, O TERNO levou a multidão que sabia cada detalhe de suas letras a cantar com eles, não deixando o tempo de chuva interferir em seu desempenho. No solo improvisado da música "Enquanto Estamos Todos Dormindo", TIM BERNARDES (Vocal e guitarra) toca com todo seu sentimento musical, provando que o os shows deles podem ser poderoso e massivamente empolgante tanto para a multidão quando para a plateia, levando-nos a crer no sentimento único que uma vez puderam sentir as pessoas que viveram de fato nos anos 60. Sentimento que envolve a plateia com a música que está sendo tocada.
Com "Melhor do que parece", O TERNO é uma raridade dentro da música brasileira. Um grupo desses que surgem a cada uma década, com um futuro ainda promissor e muito a oferecer, sua ascensão maior é só uma questão de tempo levando em conta seu talento.
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