Bruce Dickinson: Por que ele deixou o Iron Maiden na década de 90?
Por João Paulo Andrade
Fonte: Blabbermouth
Postado em 02 de janeiro de 2018
Leia abaixo alguns trechos da entrevista de Bruce Dickinson a Tom Bedell da Q104 Radio em Halifax, sobre a bio "What Does This Button Do?". Os trechos foram transcritos pelo BLABBERMOUTH.NET.
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Sobre porque ele deixou para escrever uma auto-biografia agora:
"As pessoas ficaram me pedindo para fazer o livro por cerca de 15 anos e eu sempre recusei por dois motivos. Primeiro porque achava que ainda não estava pronto. O segundo motivo era que eu sabia o quanto de trabalho estaria envolvido na escrita de um livro porque eu não queria usar um ghostwriter, então eu ia fazer tudo sozinho. De qualquer forma, três anos atrás, fui diagnosticado com câncer de garganta, como a maioria das pessoas sabe. Mas, me curando disso e tendo pressionado o botão de restart no resto da minha vida, pensei: 'Na verdade, esse é um ótimo ponto para encerrar um livro'. Eu pensei que esse era um bom ponto final. Pensei: 'Bem, eu tenho um bom final e uma espécie de começo, meio e fim de uma história, então vamos fazer isso agora'."
Sobre se ele deixou muitas coisas fora do livro:
"Bem, você tem que deixar muita coisa fora. Quando você faz um livro, estou citando algo muito óbvio, o livro deve ser divertido. Caso contrário, as pessoas não vão comprá-lo. Se não for divertido, é apenas um exercício sobre narcisismo e sobre sentir pena de si mesmo ou do que quer que seja. O livro deve, resumidamente, contar uma história, contar às pessoas coisas que talvez não soubessem, talvez ensinar algumas coisas que ainda não soubessem e queriam saber e, espero, fazê-los rir um pouco ou fazê-los chorar também. Eu percebi que eu não tinha material para um desses livros sobre coisas depravadas e irresponsáveis. Inclusive poderia ser um pouco chato. Se você viu [This Is] Spinal Tap e você viu Se Beber Não Case, você viu tudo, certo? Eu não teria como superar aquilo. O que eu posso acrescentar de novo são histórias sobre aeronaves, sobre ser um esgrimista internacional, sobre como usar sua voz, sobre descobrir e vencer o câncer de garganta, sobre ir para zonas de guerra e, claro, muito sobre o IRON MAIDEN e como você consegue estar no IRON MAIDEN e como tudo isso funciona e como você começa a cantar. É uma mistura de todo tipo de coisas. Mas, acima de tudo, é uma celebração da vida. Se houver uma mensagem no livro, é que a vida é ótima e, por mais difícil que seja, é melhor do que a alternativa".
Sobre quando ele saiu do IRON MAIDEN nos anos 90:
"Eu escrevi uma música chamada Tears Of The Dragon, pouco antes disso. O verso que entrega tudo é 'Eu me jogo no mar, deixo a onda me lavar; encare o medo que um dia você sentiu.' Era tudo sobre sair do que era um regime bastante confortável. Trabalho duro, pessoal legal, relativamente seguro, bem gerenciado. Todas as coisas que as pessoas diriam 'Ei, esse é um emprego estável'. Essa foi a minha vida no IRON MAIDEN. Achei que não era suficiente. Sou muito jovem para me estabelecer. Li uma citação de Henry Miller, autor americano que diz: 'Todo crescimento é um salto desprotegido no escuro sem idéia de onde você vai pousar'. Pensei: 'Deus, eu acho que ele está certo'. Porque penso em todas as coisas que fiz, que não foram premeditadas, e algumas delas foram bastante estúpidas, mas não me arrependo de nenhuma delas porque o resultado delas estava no final, no final estava tudo bem. No final, se eu tivesse seguido a rota segura, não sei onde eu teria acabado".
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