Dinho Ouro Preto: criticando governo Bolsonaro por "baixaria" em reunião ministerial
Por Igor Miranda
Postado em 25 de maio de 2020
O vocalista Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, fez uma publicação com críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro. A publicação foi feita após a divulgação do vídeo de uma reunião ministerial, realizada no dia 22 de abril, alvo de investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após o ex-ministro da Justiça Sergio Moro ter apontado a filmagem como prova de suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal.
"Quanto mais eu leio o que foi dito na reunião ministerial, mais estarrecido eu fico. Que baixaria. Que vulgaridade. Que tosquice. Que despreparo. Que assalto às nossas instituições e à nossa democracia. Nosso país é maior e melhor que essas pessoas. Que vergonha", disse Dinho, por meio do Instagram.
O cantor se refere aos palavrões proferidos, especialmente por Bolsonaro, durante a reunião. Além disso, algumas declarações feitas pelo presidente e por ministros geraram polêmica, como a fala de Abraham Weintraub, ministro da Educação, que sugeriu "botar vagabundos na cadeia, começando no STF".
Alguns colegas músicos de Dinho concordaram com a posição nos comentários da postagem. "Isso tudo é uma palhaçada, um circo de horrores. Acordem! [...] Só tem maluco, oportunista e despreparados para uma função tão séria", disse Marcelo Bonfá, baterista da Legião Urbana. "Fico pensando em qual artista segue apoiando essa pataquada neonazista obscurantista e ignorante. Até os poucos artistas bolsonaristas que existiam já pularam do barco", afirmou Lucas Silveira, vocalista da Fresno.
Porém, os comentários de internautas mais curtidos trazem críticas à opinião do vocalista do Capital. "Que decepção! Enquanto o PT matava e roubava milhões de brasileiros e sonhos de uma nação, em nenhum momento o vi se posicionando", disse um seguidor. "Um roqueiro estarrecido com alguns palavrões (risos)", afirmou outro. "Lendo? Deveria assistir, porque não acredito que alguém que assistiu conseguiu ver assalto à democracia. Mas lendo jornalismo comprado... fácil", comentou uma terceira. "Bolsonaro 2022! Chora PTzada", destacou mais um.
Veja, abaixo, a publicação de Dinho Ouro Preto:
Não é a primeira vez que Dinho Ouro Preto se posiciona contra o governo de Jair Bolsonaro. Em março deste ano, durante entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo", o cantor demonstrou preocupação com a forma que a gestão federal tratava a pandemia do novo coronavírus no Brasil. Em dados divulgados no último domingo (24), o país contabilizou 363 mil casos de Covid-19, com 22,6 mil mortes - é o segundo país com mais casos no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
"Um sujeito que nega a ciência, que vive em conflito com tudo e com todos. Que acredita em teorias da conspiração. Vejo ele cercado por terraplanistas", afirmou ele. Em seguida, citou o próprio pai, Affonso de Celso Ouro-Preto, que já foi embaixador e faleceu em 2016. "O meu pai era um dos maiores intelectuais que conheço. Era da turma do [Rubens] Ricupero. Homens que passaram a vida inteira lendo. E agora vemos a apologia da ignorância. Não sei como verbalizar o suficiente o quanto eu me oponho a isso", completou.
No passado, Dinho manifestou apoio a Sergio Moro, quando este ainda era juiz federal e comandava os julgamentos em primeira instância na Operação Lava Jato. Porém, quando Moro se tornou ministro da Justiça do governo Bolsonaro, o cantor revelou, em entrevista ao "El País", que se sentiu "desiludido", pois achava que o jurista era "apartidário".
"Em relação ao Sérgio Moro, eu o conheci. Ele foi a um show do Capital em Curitiba, antes da condenação do Lula. Eu disse no palco que ele estava presente e o lugar veio abaixo, todo mundo aplaudiu. Depois conversamos no camarim. Eu via o trabalho dele na Lava Jato como apartidário. Tinha a impressão de que estavam investigando geral, do Lula ao Beto Richa, passando pela cúpula do MDB. Mas o Moro não deveria ter aceitado o cargo de ministro. Soou como se ele tivesse uma agenda em comum com o Bolsonaro", declarou, na ocasião.
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