Nervosa: de ex-Abbath a participante do The Voice, conheça as novas integrantes
Por Igor Miranda
Postado em 06 de maio de 2020
A nova formação da Nervosa foi anunciada. A vocalista Diva Satanica (Bloodhunter), a baixista Mia Wallace (Abbath, Triumph of Death) e a baterista Eleni Nota (Mask of Prospero) se juntam à guitarrista Prika Amaral, compondo, agora, um quarteto. As saídas da vocalista e baixista Fernanda Lira e da baterista Luana Dametto foram confirmadas no último dia 25 de abril.
Não é exagero dizer que a Nervosa passou a ser, dentro de seu segmento, um supergrupo em seu conceito original - um grupo de músicos que já fizeram parte de outros projetos. Prika convocou três integrantes que já são conhecidas por trabalhos anteriores e, curiosamente, não são brasileiras.
Diva Satanica
A vocalista Diva Satanica é da Espanha e integra, desde 2012, a banda Bloodhunter, além de ter passagem pelo Outreach. A influência de Angela Gossow no trabalho da cantora é tão evidente que, não à toa, o nome artístico dela vem de uma música do Arch Enemy.
Ao todo, o Bloodhunter já lançou dois álbuns de estúdio - a estreia autointitulada, em 2014, e "The End of Faith", em 2017. A banda também participou da coletânea "Hardcore Hits Cancer Vol. III" (2018) com uma versão para uma música do Arch Enemy: "Bury Me An Angel".
Além de seus trabalhos com bandas e colaborações em discos de Mägo de Oz, Legado de una Tragedia e outros, Diva Satanica participou da edição 2017 do programa "La Voz", o "The Voice" da Espanha. Ela chegou até as etapas de "knockouts" e ofereceu uma série de performances bem curiosas, misturando vocais limpos e growls a músicas como "Bad Romance" (Lady Gaga), "Eye of the Tiger" (Survivor) e "Sweet Dreams" (Eurythmics, na versão de Marilyn Manson).
Mia Wallace
A baixista italiana Mia Wallace é, provavelmente, o nome mais conhecido entre as novas integrantes da Nervosa. A musicista conquistou notoriedade, inicialmente, como parte do grupo de black metal The True Endless, entre os anos de 1997 e 2017.
Depois, fez parte do Triumph of Death (projeto criado por Tom Gabriel Warrior para tocar músicas do Hellhammer) e integrou a banda de Abbath, com quem gravou o álbum "Outstrider" (2019). Nos dois últimos grupos, as passagens foram curtas.
Mia Wallace era, inclusive, a baixista que estava na banda de Abbath quando ele deu um vexame em um show na Argentina, que acabou resultando no cancelamento das apresentações que seriam feitas no Brasil, no último mês de novembro. Ao confirmar sua saída do grupo, Mia disse, em fevereiro deste ano, que foi "forçada" a deixar a formação.
"É com tristeza que fui forçada a sair do Abbath. Foi um período desafiador, mas empolgante, e estou orgulhosa de minha contribuição ao álbum 'Outstrider' [...] Dei minha opinião honesta, sem intenção negativa, mas nem todos entenderam assim. Estou decepcionada com o fato de nenhum dos meus ex-colegas terem entrado em contato comigo nesse processo, com exceção da ligação de 5 minutos do empresário dizendo que eu não seria mais necessária ao projeto", declarou ela, na época.
Eleni Nota
Já a baterista grega Eleni Nota é a integrante mais distante de vertentes consideradas extremas do metal. A musicista tem, em seu currículo, bandas de metal progressivo como Lightfold e Mask of Prospero, além do Croque Madame, um projeto de versões, shows com o Simplefast e Bring Back Persephone e trabalhos em estúdio.
Prika Amaral fala sobre a nova formação da Nervosa
Em comunicado nas redes sociais, Prika Amaral falou sobre as novas integrantes da Nervosa. A guitarrista destacou que as escolhas não foi fáceis, revelou alguns dos critérios que considerou e comentou que materiais serão lançados na internet até o fim da pandemia do novo coronavírus.
"Foi uma experiência incrível conhecer mais mulheres competentes. Não foi fácil escolher apenas uma, e dizer não para várias mulheres realmente boas. Mas o quesito está além de competência musical. Envolve disponibilidade, postura profissional, boa comunicação, etc. Mas estou muito feliz com o resultado, e muito confiante, já tenho muita composição guardada e começamos a compor (que foi um dos testes aplicados). Vamos lançar alguns materiais online até que a situação da Covid-19 se resolva. Garanto que a Nervosa vem com força total", disse a guitarrista.
[an error occurred while processing this directive]Prika destacou, ainda, que a escolha por seguir a Nervosa como um quarteto "foi para dar gás e mostrar algo diferente". "É uma nova fase, uma nova Nervosa mas ainda com sua essência thrash/death, com riffs com muita palhetada e pegada forte, baterias rápidas e técnicas, um som de baixo novo e mais pesado com vocais agressivos e super thrash. Uma segunda guitarrista ainda é uma opção, mas não para o momento atual onde envolve muita adaptação e um desafio enorme na logística, mas para um futuro é muito possível", afirmou.
Fernanda Lira e Luana Dametto deixam a Nervosa
No último dia 25 de abril, Fernanda Lira e Luana Dametto anunciaram, em suas páginas nas redes sociais, que estão saindo da Nervosa. Tanto Fernanda quanto Luana preferiram não detalhar as razões que motivaram as suas decisões, alegando apenas que são motivos pessoais.
Ambas citaram gratidão pela trajetória construída com a Nervosa ao longo dos anos e destacaram que estão com outros projetos, mas que esses trabalhos não influenciaram na opção por deixar a banda.
Antes da pandemia, a Nervosa estava com boa parte do ano de 2020 planejado. A banda faria uma turnê pela Europa entre julho e agosto, com direito a uma performance no festival Wacken Open Air - evento que acabou cancelado. Nos meses seguintes, o trio excursionaria pelos Estados Unidos com Entombed A.D. e Amorphis. As apresentações seguiriam promovendo o álbum mais recente, "Downfall of Mankind", de 2018.
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