Bill Hudson: guitarrista fala em entrevista exclusiva à Revista Freak!
Por Eduardo Rodrigues
Postado em 13 de setembro de 2020
Conversamos com o guitarrista brasileiro radicado nos Estados Unidos BILL HUDSON, que nos atendeu diretamente de sua casa em Orlando, via Skype, e contou sobre sua trajetória para se tornar um dos guitarristas mais cobiçados atualmente no mundo do metal internacional. Check it out!
A trajetória do guitarrista brasileiro BILL HUDSON é realmente inspiradora, uma prova de que seus sonhos podem se realizar se você acreditar e correr atrás. Nascido em São Paulo, Bill se mudou para os Estados Unidos iniciando sua carreira na banda Cellador, que lhe abriu as portas para o mercado internacional. Desde então Bill tem em seu currículo passagem por bandas como UDO, DORO PESCH, CIRCLE II CIRCLE, I AM MORBID, TRANS-SIBERIAN ORCHESTRA, entre muitos outros se tornando um dos guitarristas mais cobiçados do mercado de metal internacional. Atualmente Bill está lançando sua própria banda de power metal NORTHTALE e a Revista Freak foi conversar com ele para saber tudo que está rolando e ouvir da própria fonte todas as suas grandes histórias. Check it out!
Revista Freak: Primeiramente obrigado por ter aceito o convite!
Bill Hudson: Eu que agradeço, é sempre bom, divulgação no Brasil é muito legal!
Revista Freak: Como você parou nos Estados Unidos?
Bill Hudson: Na verdade eu sempre quis fazer isso. Quando eu era bem jovem eu falava para os meus pais que eu iria morar fora, mas eles não ligavam muito e isso nunca saiu da minha cabeça. Eu sabia que para trabalhar na música como eu queria, teria que ir morar ou nos Estados Unidos ou Europa. Uns 20 anos atrás um amigo meu veio morar aqui e me convidou pra vir conhecer e eu não queria mais voltar pro Brasil, mas tive que voltar, claro. Um tempo depois achei uma banda no MySpace chamada ‘Cellador’, que tinha gravadora e estavam procurando guitarrista, mandei uma mensagem pra banda sem falar que era brasileiro e acabei vindo fazer um teste com os caras, acabou rolando e nunca mais voltei. Foi um ótimo começo pra mim, foi onde comecei minha carreira. Em um ano já tinha patrocinadores e rodado o mundo abrindo pra várias bandas grandes. Infelizmente no Brasil não existe um nível intermediário onde você possa viver de música decentemente, ou você é um superstar ou toca em boteco.
Revista Freak: A gente tem várias bandas da tua trajetória para falar, mas gostaria de começar pela nova banda NORTHTALE.
Bill Hudson: Essa banda é o que eu sempre quis fazer na minha vida. O disco saiu há um ano, mas musicalmente parece que saiu em 99 e era o que eu queria fazer. Eu cresci no Brasil nos anos 90 e todo mundo gostava de power metal. Eu sempre quis ter uma banda assim e nunca consegui. Já toquei com todos os estilos, de death metal até pop, mas nunca tinha feito o estilo que eu queria fazer e agora estou em um ponto da minha carreira que eu posso tentar. Se não der certo, tudo bem, tenho outras bandas que vão me ligar e vou ter shows para fazer.
Nós fizemos 6 músicas para um EP e eu mostrei pra um amigo que trabalhava na ‘Nuclear Blast’ e eles quiseram assinar. Fizemos mais 6 músicas e o EP acabou virando disco. A princípio seria um projeto solo, mas depois de achar o vocalista acabou virando banda. Colocamos pros fãs sugerirem o nome e surgiu o NorthTale. Já tocamos no ‘Sabaton Open Air’ na Suécia e depois fomos tocar em dois festivais no Japão, chegamos lá e tinha até fã no aeroporto, foi muito legal! E aí chegou a pandemia e atrapalhou um pouco os planos, mas estamos trabalhando em um novo disco.
Revista Freak: E como você chegou nessa formação da banda?
Bill Hudson: O baterista Patrick Johansson, tocou com o Yngwie Malmsteen por 15 anos, inclusive estava naquele show que rolou do Malmsteen xingando o público aí no Brasil, tocou com o W.A.S.P., Steelheart, tocou com muitas bandas, mas como eu, nunca tinha tido a banda dele e ele trouxe o vocalista e o baixista, porque são todos suecos. O tecladista eu toquei no ‘Trans-Siberian Orchestra’ e foi assim que conheci ele. Pra mim era importante que fossem caras com experiência em turnês, não precisava ser conhecido. O vocalista infelizmente saiu, mas a banda continua e estamos fazendo audições.
Revista Freak: E as outras bandas que você toca?
Bill Hudson: Tô com a DORO, que tem alguns músicos que trabalham com ela, depende de onde vai ser o show. Ela é a verdadeira rainha do metal! Toco também com o ‘I Am Morbid’, do David Vincent do ‘Morbid Angel’ que é outro estilo de música. Essa banda na verdade eu sou meio fundador com o David. Pra ele é música própria, pra mim é cover. Acho que eu sou o guitarrista de cover mais bem pago do mundo!
Revista Freak: Você tocou com o UDO também né?
Bill Hudson: Foi uma experiência surreal! Até hoje eu não sei direito como aconteceu. Uma menina que conheci na NAMM, a convenção de música que tem aqui, me falou que trabalhava na indústria. Um dia ela me chamou pela internet falando que o UDO estava me procurando. Entrei em contato e no dia seguinte estava indo para a Alemanha. O teste não foi muito legal, mas rolou e fiquei na banda um ano e meio. O UDO na Russia é uma celebridade, fizemos uns 15 shows por lá. Fui em uns lugares onde acho que nunca mais vou voltar, Vladivostoque, Barnaul. Uma grande produção em lugares para mais de 2.000 pessoas. Caí de para-quedas nessa mas foi um experiência muito legal!
Revista Freak: Tem algum outro artista ou banda que você gostaria de tocar?
Bill Hudson: Eu tenho a sorte de dizer que já aconteceu com quase todos! Só no ‘Trans-Siberian Orchestra’ eu toquei com uns 15 de uma vez. Um cara que eu gostaria muito era o Andre Matos. Sempre fui muito fã do Andre e do Angra de 92. A gente criou uma amizade, quase rolou em Goiânia, mas acabou sendo cancelado.
Revista Freak: Você já teve a oportunidade de tocar no Brasil após se mudar para os Estados Unidos? E alguma ideia de trazer o NorthTale para tocar por aqui?
Bill Hudson: Eu adoraria tocar com o NorthTale! Estou trabalhando muito pra isso acontecer. Nosso empresário mora no Brasil, trabalha com o Edu Falaschi, já trabalhou com o Hibria e estamos conversando sobre isso, mas já toquei no Brasil. A primeira vez foi em 2012 com o Vital Remains, uma banda de death metal, depois voltei com o Circle II Circle fazendo os discos do Savatage e foi muito legal! O engraçado foi que os fãs da banda falavam comigo em inglês mesmo eu respondendo em português.
Confira a entrevista na íntegra no link abaixo.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps