Jaeder Menossi: os álbuns que marcaram o guitarrista
Por Emanuel Seagal
Postado em 24 de maio de 2021
Com 30 anos de carreira o veterano guitarrista JAEDER MENOSSI é conhecido pelos seus trabalhos no power trio POP JAVALI e já se apresentou em importantes feiras da música ao redor do mundo. Em março desse ano o músico lançou um trabalho solo intitulado JAEDER MENOSSI INTERESTELLAR EXPERIENCE, e hoje conta ao Whiplash.Net um pouco sobre seus primeiros contatos com a música e os álbuns que marcaram sua vida.
"Meu primeiro contato com a música foi ainda quando criança através do rádio, esse gosto se intensificou mais à frente quando passava as férias escolares na casa de minha avó. Meu saudoso tio Rubens tinha uma vitrola e ouvia discos do Pink Floyd, Frank Zappa, Giorgio Moroder, Harpo, Kate Bush, entre outros. Ele me deixava à vontade para ouvir sempre que quisesse. Também meu avô Virgílio tocava violão super bem, mais especificamente valsas, toadas e choros, repletos de solos e escalas e aquele ambiente me deixava fascinado."
Pink Floyd - "The Wall"
David Gilmour foi o primeiro guitar hero à que tive acesso. A forma com a qual ele usava os efeitos, mais especificamente o delay, serviu como referência para muitos outros guitarristas como o The Edge do U2 e Steve Rothery do Marillion, para citar alguns. Seus solos repletos de bends e melodias cativantes cortaram minha alma em pedaços. Foi o primeiro álbum conceitual que ouvi, tendo me agradado muito o conceito das faixas emendadas e também a maneira como o roteiro evoluía através do disco. Seu trabalho como um todo é absolutamente fenomenal, e, nesse disco, especialmente memorável.
Marillion - "Misplaced Childhood"
Steve Rothery é o melhor representante da guitarra prog britânica pós Genesis. Com incrível criatividade e feeling inconfundível criou alguns dos mais belos solos de todos os tempos, daqueles que ficam martelando na sua cabeça por horas ou mesmo dias. Tal qual o exemplo anterior, também é um álbum conceitual, sua aura envolvente nos transporta para um nível diferente de percepção, nos absorvendo totalmente em sua atmosfera mágica. É definitivamente uma obra prima.
Led Zeppelin - "The Song Remains The Same"
Led Zeppelin dá uma aula de rock’n roll e performance neste álbum gravado ao vivo! Talvez um dos discos que mais ouvi em toda minha vida. Solos como o de "No Quarter" exemplificam tudo o que há de mais bonito em um improviso, fluência, bom gosto, dinâmica e o sentimento que transborda pelas notas, parece que o coração vem na ponta dos dedos. É algo tão magnífico que fica até difícil descrever sua grandeza em palavras, épico!
Rush - "Permanent Waves"
Nesse disco o Rush elevou o patamar de composição para níveis estratosféricos! Pareciam três alienígenas vindos do futuro ou de outro planeta para gravar um álbum na Terra. Coisas inacreditáveis se sucedem ao longo dele, é uma surpresa atrás da outra. Interessante como as músicas se conectam apesar de completamente diferentes entre si. É um disco que, a meu ver, retrata a banda no auge de seu potencial criativo. Me espantou sobremaneira como apenas três caras eram capazes de causar tamanho estrago.
Judas Priest - "Painkiller"
Glenn Tipton e K.K. Downing desfilam riffs e solos matadores com a conivência violenta de um Scott Travis completamente insano em seu kit. Um tufão de pauladas varrem o chão e te engolem pra dentro de um cogumelo similar ao de uma bomba atômica. Um Rob Halford totalmente insandecido dita com vocais furiosos regras e leis as quais simplesmente obedecemos batendo cabeça do início ao fim do álbum.
Steve Vai – "Passion And Warfare
Quando um amigo me mostrou esse disco, foi amor a primeira audição. Os grandes gênios estão décadas a frente de seu tempo, isso explica porque ele continua soando moderno mesmo após mais de 30 anos de seu lançamento. Esse trampo me deixou em êxtase e me proporcionou um choque de realidade. Creio que nele tenha sido atingida a plenitude em que um artista possa chegar em termos de domínio de seu instrumento.
Megadeth - "Rust In Peace"
Já conhecia o trabalho do Marty Friedman através do Cacophony e também de seu álbum solo Dragon’s Kiss, mas quando ouvi esse trampo dele com o Megadeth foi de cair o queixo. Impressionante como o seu estilo de tocar se encaixou perfeitamente à proposta da banda, parecia que ele já fazia parte do line-up há anos. Seus solos melódicos trouxeram equilíbrio ao álbum, criando um blend perfeito com as bases rápidas e pesadas.
Alice In Chains - "Dirt"
[an error occurred while processing this directive]Descobri a banda no extinto programa Som Pop da TV Cultura, onde o saudoso Kid Vinil sempre trazia, em primeira mão, clips de artistas promissores que estavam se destacando na gringa. Embora o AIC tenha conquistado projeção mundial com o "Facelift", com hits como "Man In The Box" e "We Die Young", foi no "Dirt" que, a meu ver, eles atingiram o ápice de sua musicalidade. Alguns detalhes de seus arranjos apresentaram inovações, como quando os baixos antecipavam linhas e riffs que a guitarra iria reproduzir posteriormente na música ou em uníssono em outros momentos.
Pantera - "Vulgar Display Of Power"
Igualmente ao anterior, o Pantera tambem já havia atingido reconhecimento mundial com um trabalho lançado previamente, no caso o "Cowboys From Hell". Em "Vulgar Display of Power" eles reiteram as qualidades que haviam em seu predecessor e acrescentam uma dose ainda maior de peso e agressividade. Dimebag Darrel tinha um estilo de tocar único e inovador, e representou uma esperança aos guitarristas do início dos anos 90, quando o grunge chegou ao mainstream, pondo em cheque a visão de toda uma geração que acreditava que o sucesso só seria possível com muita dedicação e estudo.
Dream Theater - "Images And Words"
[an error occurred while processing this directive]Um amigo me emprestou este CD, e simplesmente não conseguia parar de ouví-lo. O Dream Theater juntou várias de minhas influências numa única banda, dava pra perceber traços de Pink Floyd, Marillion, Led Zeppelin, Rush, Judas Priest, Jethro Tull, etc, em sua sonoridade. Foi a banda que apresentou um caminho novo e que influenciou toda uma geração de músicos. John Petrucci trouxe um ar de modernidade, explorando texturas inéditas e ressignificando o trabalho de um guitarrista de banda.
Mais Informações:
http://www.facebook.com/jaederangelini
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