Bruce Dickinson, do Iron Maiden, explica o que mudou em sua voz com idade e após câncer
Por Igor Miranda
Postado em 31 de agosto de 2021
Em 2015, Bruce Dickinson passou por um tratamento que buscou eliminar um câncer na parte de trás de sua língua. O vocalista do Iron Maiden conseguiu se recuperar completamente do problema de saúde e logo voltou a se apresentar com sua banda.
Mesmo com uma plena recuperação, Dickinson sentiu algumas mudanças em sua voz - até pela própria idade, pois está prestes a fazer 64 anos - nos últimos anos junto ao Maiden. Em entrevista ao Loudwire, ele refletiu sobre algumas mudanças pelas quais sua performance passou ao longo desse período.
Bruce deixou claro que o câncer, em si, não provocou nenhuma mudança drástica em sua interpretação vocal, seja em estúdio, gravando o álbum "Senjutsu", ou ao vivo. "Em estúdio, após o câncer, nada de especial mudou. Depois de três ou quatro meses com a turnê 'Legacy of the Beast'... não mudamos o tom, as músicas foram todas nas tonalidades originais e estou atingindo as mesmas notas que costumava atingir há 40 anos", disse.
Porém, alguns detalhes mais pontuais foram alterados no canto dele - talvez, mais pela idade do que pela doença. "O tom de voz ficou um pouco mais grosso, um pouco mais gordo, mais robusto. Definitivamente, tenho uma voz no alcance de tenor, mas obviamente existem diferentes tipos de tenor. Você tem um tenor lírico, que tem uma voz de ponta muito leve, e há um tenor robusto, que quase pode se transformar em um barítono", afirmou.
Bruce Dickinson e Ronnie James Dio
Para comprovar seu ponto, Bruce Dickinson fez uma analogia com a voz de um de seus grandes ídolos: Ronnie James Dio. A performance do clássico vocalista, que nos deixou em 2010, passou por mudanças similares à do cantor do Iron Maiden ao longo dos anos.
"Um dos meus tenores favoritos é Ronnie James Dio. Ronnie era uma espécie de híbrido. Conforme ele envelhecia, sua voz ficava muito mais robusta, mas se você o ouvir em algumas coisas anteriores, em particular algumas das coisas que ele fez antes do Rainbow...", comentou.
Por fim, Dickinson destacou: "Ele fez um álbum chamado 'Butterfly Ball and the Grasshopper's Feast' (em 1973). Foi convidado e Roger Glover do Deep Purple compôs bastante nesse disco e o produziu. Tem uma música chamada 'Love is All' e sua voz é como vidro. É tão transparente, é simplesmente incrível. Sempre quis fazer um cover dessa música, não necessariamente em um álbum, mas ao vivo".
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